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>Fauna de Lantian – Uma nova assembléia fóssil ediacarana
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Os leitos de xisto negro de Lantian revelam detalhes interessantes sobre vida misteriosa durante o Neoproterozóico, período em que os organismos multicelulares macroscópicos davam apenas os seus primeiros passos em direção ao sucesso hoje alcançado na evoulução da vida….
Cientistas chineses e estadunidenses reportaram na edição deste mês da revista Nature a descoberta de uma nova assembléia fóssil de idade ediacarana. Encontrada nas proximidades de uma aldeia no sul da China, a fauna de Lantian – nomeada de acordo com a sua localização – tem cerca de 600 milhões de anos (início do período Ediacarano). Ela inclui criaturas que estariam entre as primeiras formas de vida multicelular macroscópica do planeta. Os fósseis indicam que algumas das espécies encontradas teriam estruturas complexas e intrigantes, podendo inclusive ser comparadas a formas primitivas de algas e vermes.
Foram identificados pelo menos 15 diferentes espécies no local.
Período Ediacarano?
O período Ediacarano (630 – 542 milhões de anos atrás) está incluído no Neoproterozóico, final do Éon Proterozóico. É imediatamente anterior ao Período Cambriano, o primeiro período da Era Paleozóica, Éon Fanerozóico. O seu status oficial como um período geológico foi ratificado em 2004 pela International union of Geological Sciences (IUGS).O seu nome provém dos montes de Ediacara, lugar aonde o geólogo Reg Sprigg descobriu os fósseis da famosa biota homônima em 1946 (Fauna de Ediacara).
A ‘Fauna de Ediacara’?
Como já foi dito, Ediacara é o nome de uma região da Austrália. Nesta região foram encontrados alguns dos mais antigos fósseis de metazoários do mundo. Tratam-se apenas de impressões nas rochas, pois estes animais não tinham partes duras tais como conchas ou placas mineralizadas. Porém, estes registros são de importância incalculável para compreensão da evolução da vida complexa no planeta Terra. Também chamada de ‘Biota Vendiana’, a Fauna de Ediacara inclui criaturas como Dicksonia e Sprigginia.
Sprigginia respectivamente.
“Snow Ball Earth”?
A Terra bola de neve é uma hipótese que sugere que a Terra esteve completamente coberta de gelo durante o período Criogeniano, entre 790 a 630 milhões de anos atrás. Foi desenvolvida de modo a explicar depósitos sedimentares normalmente considerados de origem glaciais em latitudes aparentemente tropicais para a época, bem como outras características enigmáticas do registo geológico do Criogeniano. A existência desta glaciação global permanece, contudo, controversa, uma vez que vários cientistas contestam a possibilidade da existência de um oceano completamente congelado, ou ainda outros fundamentos geológicos em que a hipótese é baseada.
A equipe estava examinando as rochas de xisto negro porque, apesar de terem sido estabelecidas em condições não favoráveis para organismos dependentes de oxigênio, elas são conhecidas por serem capazes de preservar muito bem os fósseis. Na maioria dos casos os organismos mortos são carregados e só então preservados em folhelhos deste tipo. Neste caso, os pesquisadores descobriram que alguns fósseis foram preservados em sua condição original: aonde viviam. Shuhai afirma que algumas ‘algas’ estariam inclusive ainda enraizadas.
Ele concluiu por meio de dados geoquímicos, que o ambiente teria sido venenoso, porém, a superfície exata aonde estão depositados os fósseis representaria um período de tempo durante o qual o oxigênio estava livre e disponível para os organismos – as condições eram favoráveis! Tratou-se de um momento muito breve, mas o suficiente para que os organismos dependentes de oxigênio colonizassem a Bacia de Lantian – criaturas oportunistas de raras oportunidades.
O artigo na Nature sugere que a Bacia de Lantian foi em grande parte um ambiente incapaz de sustentar a vida complexa, porém durante breves episódios foi oportunamente preenchida por novas formas de vida complexas, que foram posteriormente mortas e preservadas quando o oxigênio desapareceu. Para localizar estes intervalos demandam-se estudos geoquímicos de alta resolução. Somente assim poder-se-á entender parte da complexa dinâmica ambiental desta localidade durante período Ediacarano.
Acesse o artigo em:
http://www.nature.com/nature/journal/v470/n7334/full/nature09810.htm
>As pegadas fósseis do interior paulista – O Grande deserto Botucatu, Parte I
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As pegadas fossilizadas são encontradas hoje em lajes de arenito retiradas de algumas pedreiras de Araraquara e São Carlos. Estas lajes foram vastamente utilizadas durante os séculos passados para o calçamento público de diversas cidades do interior paulista. Hoje, as calçadas dessas cidades guardam um tesouro precioso de dezenas de milhões de anos….
As dunas do antigo deserto continham um certo teor de umidade que também ajudava na preservação das pegadas. Porém, a umidade não era suficiente para favorecer a fossilização dos restos ósseos de animais que ali caminhavam. O clima rigoroso, associado ao desgaste pela ação erosiva dos grãos de areia e o vento, destruía completamente os corpos dos animais. Por isso não encontramos fósseis corporais de dinossauros – ou outros bichos -, mas somente suas pegadas.
As pegadas fósseis podem estar preservadas basicamente como impressões (epirrelevo côncavo), correspondendo a moldes das plantas dos pés do animal, e como contra-moldes (hiporrelevo convexo) produzidos pelos sedimentos sobrejacentes nas impressões originais. Devido ao peso, alguns animais poderiam ainda provocar deformações nas camadas inferiores do sedimento, formando as undertracks ou subpegadas.
>Click Ciência: Paleontologia !
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Click aqui e confira: Click Ciência, edição 23, Fevereiro de 2011: Paleontologia
Boa leitura!!!
A Click Ciência é um trabalho do Laboratorio Aberto de Interatividade, o LAbI, especializado em todo tipo de divulgação científica. Para saber mais visite: http://programapaideia.wordpress.com/ ouhttp://www.labi.ufscar.br/ .Vale a pena!!
>"O que todo mundo deveria saber sobre paleontologia??"
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Dr. Thomas Holtz é Ph.D. pela Yale University e Senior Lecturer pela University of Maryland, onde também é diretor do programa Earth, Life and Time. Trabalha com evolução, morfologia funcional, biomecânica e tendências adaptativas dos grandes grupos de vertebrados extintos, especialmente dinossauros terópodes. Seu web site AQUI.
Por mais que eu gostasse de pensar de outra forma, os detalhes específicos da função dos membros de Tyrannosaurus rex ou as características das vértebras pneumáticas dos saurópodes realmente não são os elementos mais importantes do campo da paleontologia. Compreender e apreciar os pequenos pormenores da filogenia ou anatomia de cada ramo específico da Árvore da Vida não são conhecimentos realmente necessários para todos. Não são mais significantes do que o conhecimento detalhado da bioquímica bacteriana ou da divisão de minerais em uma câmara de magma (Na verdade, estes dois últimos itens afetariam muito mais a sociedade humana do que qualquer aspecto específico da paleontologia. Sob este ponto de vista, portanto, ser
iam muito mais importantes para a ciência da sociedade do que a própria história da vida.)
Dito isto, todas as sociedades humanas e muitos indivíduos se perguntam de onde viemos e como o mundo veio a ser do jeito que está. Esta é, na minha opinião, a maior contribuição da paleontologia: ela nos dá um vislumbre da história da Terra e da Vida, e especialmente nos ajuda a contar a nossa própria história.
Dividi a lista em duas seções. A primeira parte reúne temas gerais da paleontologia, abrangendo os principais elementos da geologia que alguém precisa saber para que o registro fóssil faça algum sentido; e a segunda parte, mais específica, reúne pontos-chave sobre a história da vida na Terra.
de entre a vida no passado e a vida no presente, e essa continuidade é um registro da evolução da vida;
Apesar do fato de questões específicas dentro da paleontologia serem as que mais atraem os paleontólogos, a mídia, e o cidadão médio, etc, elas são muito pouco significativas para o público geral. Os pontos acima são muito mais importantes. Infelizmente, as empresas de documentário e similares esquecem disso e uma grande parte do público permanece ignorante.
Resumir os pontos-chave da história da vida sobre a quase 4 bilhões de anos de história evolutiva é uma grande tarefa. Afinal, há uma tendência a concentrar-se naquilo que é espectacular e sensacionalista, em detrimento do que é o comum e no rotineiro. Como Stephen Jay Gould
e outros pesquisadores muitas vezes observaram, de um ponto de vista externo e puramente objetivo, nós sempre vivemos na Era das Bactérias e as mudanças no último meio bilhão de anos quanto a animais e plantas, foram apenas superficiais
Mas a questão não era “o que deve um estrangeiro sem paixão ter como o aspecto modal da História da Vida? “, mas: “O que todos devem saber sobre paleontologia?”. Desde que somos mamíferos terrestres do final do Cenozóico, temos um interesse natural por eventos continentais e que ocorreram na parte mais recente da História da Terra. Isso é um viés justo: ele se concentra em quem somos nós e de onde nós viemos.
Dito isto, aqui está uma lista de conceitos-chave na história de vida. Outros pesquisadores poderão escolher outros momentos, ou não concordar com alguns que considero importantes. Ainda assim, acredito que a maioria dos itens dessa lista coincidem com os de colegas:
ores também tornaram-se mais rápidos e alguns evoluíram para formas grupos de caçadores sociais.