Físico, Profissão Perigo
Pouquíssimos Físicos se encaixariam no estereótipo de alguém recluso numa sala empoeirada com pilhas de livros e papéis espalhados por todo canto. Principalmente quando falamos de Físicos experimentais, e mais ainda quando pensamos a “época de ouro” da Física no início do século passado. Sem a automação proporcionada pelos computadores e outras máquinas sofisticadas, não era opção fazer um experimento sem colocar as mãos, pés e talvez a cabeça na massa.
Os estudiosos de Raios Cósmicos que o digam. Subir a grandes altitudes com a aparelhagem para uma melhor obtenção de dados não era tarefa para qualquer um. E o pioneiro foi certamente Victor Hess.
No início do Século 20, havia dúvidas sobre a origem da radiação ionizante que permeava a atmosfera. Muitos consideravam que viriam do decaimento radioativo de núcleos instáveis na superfície, mas havia alguma indicação, talvez por problemas no equipamento, que a radiação aumentaria com a altitude ao invés de diminuir.
Hess aprimorou os equipamentos de medição e, audaciosamente indo onde nenhum Físico jamais foi, subiu à altitude de 5 km em um Balão, tanto durante o dia quanto à noite, para verificar tais hipóteses. Me permitam repetir: ele subiu num Balão à 5km para medir a ionização da atmosfera. NUM BALÃO!! O quão badass foi esse cara?
Foram vários vôos entre 1911 e 1912, em que Hess pôde verificar que, a partir de 1 km de altitude, a ionização começava a aumentar e à 5km já era o dobro do nível do mar.
Hess concluiu que a radiação ionizante só poderia vir do espaço exterior, e Robert Millikan, mais tarde, chamou-a de Radiação Cósmica.
Desculpem a falta de postagens durante a semana. Aqueles que se sentirem inspirados podem legendar a foto de Hess acima, já que até isso eu me esqueci de postar. =P
Discussão - 1 comentário
A menina - Tio compra uma bala pra ajudar?
(humor de gosto discutível eu sei, mas foi o que consegui pensar!)