Fuck Yeah Fatores Extracientíficos!

Olha só que interessante.

No início de maio, a colaboração do experimento XENON100 para a detecção de Matéria Escura soltou no arXiv (o principal repositório de pré-prints de Fìsica) um artigo com resultados que invalidavam o que outros dois experimentos, CoGeNT e DAMA, haviam encontrado: sinais dos chamados WIMPs (Partículas Massivas Fracamente Interagentes, em inglês) de determinada massa. O que o XENON100, que supostamente seria mais sensível que os outros, encontrou foi que não há evidência para essas partículas.

Dois dias depois veio um comentário discutindo a suposta sensibilidade do experimento e apontando diversas fontes de incertezas nos dados.

Já no dia 14, a colaboração subiu uma resposta esclarecendo a analise estatística do grupo e comentando as críticas.

E ontem, dia 20, uma nova contestação à resposta da colaboração foi feita.

Não tenho conhecimentos experimentais nem sobre matéria escura para avaliar a sutileza das discussões, mas estou achando essa pequena guerra no arXiv muito divertida e com certeza o que move os dois lados não é simplesmente a busca pela verdade científica. Cada um deles deve ter um alinhamento muito claro com determinadas vertentes teóricas da hipótese de Matéria Escura e inclusive o interesse de defender seus próprios experimentos frente aos financiadores. 

O primeiro a gritar “Meu Kuhn” nos comentários, perde. =P

O que a Natureza esconde?

Penso que se deva classificar o que vai escrito abaixo como Filosofia, ou melhor, Física de Boteco. Foi algo que me passou pela cabeça há algum tempo e que divido com meus Pi leitores. Não fui muito rigoroso nos pensamentos, todo tipo de opinião e correção é bem vindo. Só não façam pouco da minha progenitora, sim?

Primeiro Chopp: A Radiação Cósmica de Fundo:

Até por volta de 400 mil anos após o Big Bang, a temperatura do Universo era alta o suficiente para que prótons e elétrons ainda não se combinassem para formar átomos de Hidrogênio. Com o tempo, e a expansão do Universo, a temperatura cai a ponto de permitir-lhes se juntarem, o que faz com que radiação eletromagnética seja emitida de forma homogênea por todo Universo.

Esse fótons são o que hoje conhecemos como Radiação Cósmica de Fundo em Microondas. Àquela época ainda não eram microondas, mas a expansão do Universo faz com que essa radiação “perca” energia. Na época da combinação, a energia era da ordem de elétron-Volts e atualmente é da ordem de mili-elétron-Volts. 

Segundo Chopp: Os Raios Cósmicos de Altíssima Energia:

Raios Cósmicos são partículas (prótons e elétrons basicamente) incidentes na atmosfera terrestre produzidas em fenômenos astrofísicos. Sejam expulsos da superfície do Sol, no que chamados de ventos solares, sejam produzidos em explosões de Supernovas ou eventos ainda mais violentos.

Enquanto os cientistas conseguem atingir a “tímida” energia de alguns TeV com os prótons no LHC, partículas com energia 1 milhão de vezes maior podem atingir a alta atmosfera. Essas super-partículas são chamadas de Raios Cósmicos de Altíssima Energia (UHECR na sigla em inglês – sim, os Físicos não tem muita criatividade…)

Entretanto, esses UHECR são bastante raros já que é muito mais “fácil “produzir um grande número de partículas de, relativamente, baixa energia que um monte daquelas de alta energia. Ainda, imagina-se que os fenômenos que produziram os UHECR não aconteçam perto de nós mas em galáxias a muitas centenas de milhões de anos-luz de distância, que se encontram (ou se encontravam, se preferirem) em estágios de sua evolução em que fenômenos violentíssimos ocorriam com mais freqüência com que acontecem atualmente na nossa galáxia.

A detecção desses UHECR é muito importante tanto para a Física de Partículas como para a Astrofísica e Cosmologia.

Tersssceeiro Chooopps: O Corte GZK:

Só que não é tão fácil detectar esses raios cósmicos. Não só por chegarem a Terra a uma taxa baixíssima, mas também porque a própria Natureza deu um jeito de colocar pedra no nosso angu.

Quando prótons possuem energia acima de cerca de 10 EeV (exa-elétron-Volt), ou dez milhões de TeV, começam a interagir intensamente com a radiação cósmica de fundo. Essa interação faz com que parte da energia do próton seja transformada em outras partículas. O próton então continua sua viagem com uma energia menor. O processo se repete até que a energia da partícula caia abaixo daquele limite (chamado de Corte GZK).

Esse corte faz com que UHECRs daquela energia ou maior produzidos em galáxias mais distantes que 100 milhões de anos luz não cheguem à Terra com essas energias. Deixamos então de ter acesso completo aos incríveis processos astrofísicos que lhes deram origem.

A Saidera: A Natureza bate com uma mão e afaga com a outra:

Agora vejam a beleza da coisa.

Alguns bilhões de anos atrás, maior era energia da Radiação Cósmica de Fundo. Uma civilização hipotética, então no mesmo nível tecnológico que o nosso, poderia detectá-la, e, talvez, concluir que o Universo teve um passado quente e denso, com muito mais facilidade. Por outro lado, as reações entre a radiação cósmica de fundo e os UHECR ocorreriam a menores energias e a tal civilização possivelmente perderia muito mais dos fenômenos astrofísicos do que nós já perdemos.

Ainda, uma Civilização hipotética alguns bilhões de anos no futuro teria mais acesso aos fenômenos astrofísicos já que a energia da Radiação Cósmica de Fundo seria  mais baixa e as reações ocorreriam a energias maiores dos UHECR. Por outro lado, eles teriam muito mais dificuldade em detectar a Radiação Cósmica de Fundo, ou talvez nem mesmo a detectassem. O passado quente e denso do Universo não seria tão óbvio para eles com hoje é para nós.

As descobertas que podemos fazer não dependem apenas de nosso avanço científico ou tecnológico mas também do quanto a Natureza está “disposta” a deixar passar?

Como dizem: “Teleologia, eu quero uma pra viver”. =D

A Doooor, a doooor. LHC no Jornal Nacional. Uhgh…

Mifaisufavô de dizer quem foi a anta que escreveu essa matéria do JN sobre o LHC ontem? Grato.

– Recriar Big Bang. Confere.
– Big Bang = Explosão. Confere.
– Buraco Negro destruidor do mundo. Confere.
– Partícula de Deus. Confere.
– Função errada do Bóson de Higgs. Confere.
– Clichês às dezenas (“entender nossas origens”). Confere. Confere. Confere

#aigisuis

P.S. Só fiquei sabendo dessa matéria por causa de um comentário do Joey no blog do Takata. A CULPA É SUA!

Mais Vídeos após o pulo.

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Os Neutrinos do Cassino da Urca

Dos trabalhos que eu fiz, provavelmente o que teve maior repercussão foi o do processo Urca. Eu já havia conhecido o professor Gamow aqui no Brasil, e ele então me convidara para ir aos Estados Unidos […] fui trabalhar com Gamow em Washington. Ele já estava interessado no problema das supernovas. Havia um interesse grande por esse problema.

Esse episódio ilustra uma coisa curiosa, que eu gosto de contar, porque é estimulante para os jovens. A importância que tem um jovem quando começa a pesquisar é exatamente a de não estar imbuído das idéias dominantes. No meu caso, não estava imbuído de nada, porque minha ignorância em matéria de astrofísica era total […] eu disse para o Gamow: olha Gamow, as conclusões desse trabalho […] não se justificam, porque ele não leva em conta a existência do neutrino. Quando eu falei isso, o Gamow até pôs a mão na cabeça. “Pronto, taí o X da questão”, disse. O que estava faltando e que podia dar o colapso era exatamente o neutrino […] a emissão dos neutrinos esfriaria o centro da estrela e produziria um colapso, porque, diminuindo a pressão do centro, este não agüentaria mais o peso das camadas externas. O colapso do centro seria acompanhado de uma expansão na parte mais externa. A supernova é tão luminosa, não porque a temperatura em sua atmosfera seja muito elevada, mas porque ele cresce em tamanho. A estrela cresce enormemente de tamanho, por isso há o aumento de luminosidade.

Foi-lhe dado o nome de Processo Urca pelo seguinte: no Rio de Janeiro, nós fomos jogar no Cassino da Urca, e o Gamow ficado muito impressionado com a mesa da roleta, onde o dinheiro sumia: com um espírito muito humorístico disse: “Bem, a energia está sumindo no centro da supernova com a mesma rapidez com que o dinheiro sumia naquela mesa de roleta”. Mas os astrofísicos não sabiam disso, então deram outras interpretações. Encontra-se na literatura a interpretação de que URCA seria uma abreviação de Ultra Rapid Catastrophé, mas foi só uma alusão ao Cassino da Urca […]

Mario Schemberg

Físicos no Colbert Report

Algumas entrevistas bastante legais e engraçadas de Físicos no programa Colbert Report. Em inglês.

Brian Greene

The Colbert Report Mon – Thurs 11:30pm / 10:30c
Brian Greene
www.colbertnation.com
Colbert Report Full Episodes Political Humor Health Care reform

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Porra, Marilena!

Porra, Marilena Chauí! Como você me escreve um trem desse no Convite à Filosofia?!

“… segundo [a fórmula E = m c²] a energia é a transformação que acontece à massa de um corpo quando sua velocidade é o quadrado da velocidade da luz.”

E

“… a teoria da relatividade mostrou que as leis da Natureza dependem da posição ocupada pelo observador… para um observador situado fora de nosso sistema planetário a Natureza poderá seguir leis completamente diferentes”

Roubado d’O blog do Pait. Via GReader do Mori.

Eu o nomeio SAURON?

Semana passada, foi publicado na SymmetryBreaking um texto sobre uma peça do futuro telescópio HETDEX (Hobby-Eberly Telescope Dark Energy Experiment) – que investigará a, até agora hipotética, Energia Escura – chamada VIRUS (Visible Integral-field Replicable Unit Spectrograph) que incluiu o divertido trecho abaixo sobre os estranhos acrônimos usados por astrônomos/astrofísicos. Mantenho em inglês para não acabar com as piadinhas, peço perdão àqueles não versados na língua dos porcos imperialistas.

Reporters at the recent American Astronomical Society
meeting in Atlanta needed SMARTS to interpret the witty acronyms
invented by astronomers for their pet projects. A FIRST look at the
abstract volume turned up some DIRT and some real GEMS, so one writer
went on a QUEST for the best-or worst-creations.

The DEEP search exposed some clever IDEAS, from trees (ASPENS) to
desert (MOJAVE), and from ocean (SCUBA) to movie EPICs (SAURON). Some
scientists couldn’t quite spell (KASCADE), making one wonder whether
they were on LSD. (At the very least, they were all WET.)

The ARCADE-like poster room was a veritable hall of BEASTs. One
could GLIMPSE CANGAROOs, EGRETs, FLAMINGOS, GNATs, and even OGLE a fine
BASS. A few astronomers, burdened by strained acronyms, stood at their
posters with MACHO GLAREs. Others smiled to some internal MUSYC,
confident in the DESTINY of their proposals.

When it came down to the WIRE, the writer blew a FUSE trying to pick
the one acronym that really SINGS. For a COMPLETE list, SEGUE to this
web page*. If that’s too much to ask, don’t shoot the MESSENGER.

* Editor’s note: This link doesn’t exist as the piece was never published, but it would have linked to the text below.

SMARTS: Small and Moderate Aperture Research Telescope System

FIRST: Faint Images of the Radio Sky at Twenty centimeters

DIRT: Dust InfraRed Toolbox

GEMS: Galaxy Evolution from Morphology and Spectral energy distributions

QUEST: QUasar Equatorial Survey Team

DEEP: Deep Extragalactic Evolutionary Probe

IDEAS: Initiative to Develop Education through Astronomy and Space science

ASPENS: Astrometric Search for Planets Encircling Nearby Stars

MOJAVE: Monitoring Of Jets in AGN with VLBA Experiments

SCUBA: Submillimeter Common User Bolometer Array

EPIC: European Photon Imaging Cameras

SAURON: Spectroscopic Areal Unit for Research on Optical Nebulae

KASCADE: KArlsruhe Shower Core and Array DEtector

LSD: Lenses Structure and Dynamics

WET: Whole Earth Telescope

ARCADE: Absolute Radiometer for Cosmic And Diffuse Emission

BEAST: Background Emission Anisotropy Scanning Telescope

GLIMPSE: Galactic Legacy Infrared Mid-Plane Survey Extraordinaire

CANGAROO: Collaboration of Australia and Nippon for a GAmma Ray Observatory in the Outback

EGRET: Energetic Gamma Ray Experiment Telescope

FLAMINGOS: FLoridA Multi-object Imaging Near-infrared Grism Observational Spectrometer

GNAT: Global Network of Astronomical Telescopes

OGLE: Optical Gravitational Lensing Experiment

BASS: Broadband Array Spectrograph System

MACHO: MAssive Compact Halo Object

GLARE: Gemini Lyman-Alpha at Reionization Era

MUSYC: MUltiwavelength Survey by Yale and Chile

DESTINY: Dark Energy Space Telescope (hey, what about INY?)

WIRE: Wide-field InfraRed Explorer

FUSE: Far Ultraviolet Spectroscopic Explorer

SINGS: SIRTF (now Spitzer) Infrared Nearby Galaxies Survey

COMPLETE: COordinated Molecular Probe Line Extinction Thermal Emission survey

SEGUE: Sloan Extension for Galactic Underpinnings and Evolution

MESSENGER: MErcury Surface, Space ENvironment, GEochemistry, and Ranging mission

O acrônimo escolhido para o Monitor de Radiação Atmosférica – MonRAt -, um projeto de experimento brasileiro com a finalidade de detectar a radiação de fluorecência produzida na passagem de raios cósmicos de altas energias pela atmosfera, pode não causar muita estranheza, mas os leitores que eram crianças na década de 80 com certeza esboçaram um sorriso. Vai dizer que não? =P

Reciclando Aceleradores de Partículas

Aceleradores de Partículas são importantíssimos não só para a pesquisa em Física de Altas Energias, mas também para diversos outros empreendimentos. E não falo apenas  de potenciais tentativas de destruição mundial ou do tubo da sua antiga TV. Aceleradores de Partículas podem ser usados também para produção de radiação de alta energia para “sondar” propriedades dos mais diversos materiais, inclusive biológicos. Por exemplo, leiam sobre Luz Síncrotron, aqui

Com relação à pesquisa em Física, os aceleradores foram importantíssimos por permitirem reproduzir controladamente fenômenos que antes só podiam ser estudados através de decaimento radioativo de átomos ou de raios cósmicos.

É razoável que se queira alcançar energias cada vez maiores, e portanto que se construa aceleradores cada vez mais poderosos. Mas o que fazer com os velhos? Desmontar? Transformar em atração turística? Dar para o sobrinho pentelho brincar?

Às vezes se faz o primeiro, às vezes o segundo e nunca o terceiro. A não ser que você queira criar um gênio do mal.

Outra solução é continuar usando o trambolho, só que ao invés de usá-los para colidir partículas, usa-se para acelerar um pouco as partículas previamente e então injetá-las no acelerador mais potente. É assim que se faz, por exemplo, no CERN [1] onde alguns aceleradores mais antigos são usados para dar aquele chute nas partículas antes que entrem na atual menina dos olhos do laboratório, o LHC.

Os Prótons e ìons usados nas colisões do LHC são inicialmente acelerados nos aceleradores lineares. Passam então para o Proton Synchrotron, de 1959, e em seguida para o Super Proton Synchrotron, de 1976, e por fim para o LHC. O LHC por sua vez foi construído no mesmo túnel que era usado pelo LEP, que funcionou de 1989 a 2000.

É claro que foram feitas modificações e upgrades nos aceleradores antigos para que pudessem ser usados nas pesquisas atuais, mas acho que isso ilustra bem o “gambiarra lifestyle” dos físicos de partículas. “O quê? O tubo de resfriamento está  com vazamento? Um chiclete não resolve não?”

Ok, ok, não é assim. Só achei que seria legal compartilhar essa informação do reaproveitamento e fiquei sem punchline. Mais sorte para mim da próxima vez. =P

[1]: À época da fundação, Centro Europeu de Pesquisa Nuclear, hoje Organização Européia
de Pesquisa Nuclear, mas mantém-se a sigla antiga por culpa do
Heisenberg =P

Luz: Mais rápida que a dor de barriga!

Observar o céu noturno é como viajar no tempo. É observar o passado. Estrelas que estamos vendo neste instante talvez nem existam mais, simplesmente porque a Luz que emitem não chega instantaneamente até nós. Sua velocidade é absurdamente grande, é verdade. Tão grande que, para todos os efeitos cotidianos, ela parece infinita. Só que frente à imensidão do Cosmos até a Luz parece viajar lentamente.

Nem por isso os exatos 299.792.458 m/s da Velocidade da Luz no Vácuo deixam de ser impressionantes. “Espera, espera, exatos? Como assim?” Calma, que chegaremos lá.

Foi apenas no Século 17 (números romanos my ass) que a finitude da velocidade da Luz começou a ser estabelecida experimentalmente por observações astronômicas. Antes disso, tentativas experimentais locais esbarravam na dificuldade técnica. Os experimentos idealizados por Galileu, por exemplo, foram inconclusivos.

Em 1676, Ole Christensen Rømer, observando o movimento da lua Io de Júpiter, estimou a razão entre a velocidade da luz e a velocidade de translação da Terra como sendo de 9300. O valor aceito atualmente é de cerca de 10100.

Christian Huygens e Isaac Newton também fizeram algumas estimativas, mas a medida antiga mais surpreendente foi a de James Bradley, em 1728, ao analisar o fenômeno, de sua própria descoberta, da Aberração da Luz.

A Aberração da Luz é um fenômeno pelo qual a posição das estrelas parece modificar-se devido ao movimento da Terra. Um tanto análogo a quando as gotas de chuva parecem incindir obliquamente no parabrisas de um carro em movimento, mas perpendicularmente ao carro quando ele está parado.

Bradley mediu esse desvio para a Luz e pode estimar sua velocidade em 298.000 km/s!      

A primeira medição “terrestre” foi de Hippolyte Fizeau em 1849. Num experimento semelhante ao idealizado por Galileo, Fizeau obteve 313.000 km/s. O experimento foi mais tarde aprimorado por Leon Foucault (sim, sim, o mesmo do pêndulo) que em 1862 publicou sua estimativa de 298.000 km/s. 

Desde então, as medidas foram sendo mais e mais aprimoradas, como mostram os gráficos abaixo (tirados daqui):

medida_luz_1.gifmedida_luz_2.gif

Uma coisa estranha aparece no gráfico acima, não? As medidas param, por volta da primeira metade da década de 1980. Será que os Físicos desistiram de tentar medir de forma cada vez mais precisa a velocidade da Luz?

Acontece que em 1973, obteve-se uma medida para a velocidade da Luz no vácuo com valor de 299.792,457 km/s mais ou menos uma incerteza de 0,001 km/s. Apenas um metro de incerteza! Isso, somado à mudança constante na definição do metro, fazia parecer uma boa idéia redefinir o metro em função da Velocidade da Luz no vácuo.

Até 1983, utilizava-se para a definição do Metro e do Segundo determinadas medidas de propriedades atômicas, respectivamente, 1.650.763,73 comprimentos de onda da linha de
emissão vermelho-alaranjada do espectro do Criptônio 86 e 9.192.631,770
períodos da radiação correspondente à transição de dois estados
hiperfinos do nível fundamental do átomo de Césio 133. 

Em 1983, um metro passou a ser o espaço percorrido pela Luz em 1/299.792.458 de segundo. Com o segundo definido por propriedade atômicas.

E a Velocidade da Luz no vácuo passou a ser então, por definição, exatos 299.792.458 m/s.

Impressionante, por definição.

PS: A sugestão de título foi do Rafael. Reclamações com ele. =P

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