Livro: O mundo sem nós, Alan Weisman

Este é um livro ímpar. Poucos são os autores que, ao escreverem sobre o impacto ecológico humano sobre a Terra, conseguem escapar do discurso Eco-chato típico. Weisman parte de “E se nossa espécie desaparecesse de repente amanhã” e explica de maneira impressionante o processo da natureza para se livrar de nossos rastros. Nossas casas, cidades, fazendas, a poluição que causamos. O que vai ser o primeiro a desaparecer? E o último? Algo ainda durará para sempre? Será que algo sobrará depois que o Sol inchar numa Gigante Vermelha?

Weisman intercala capítulos em que descreve o impacto da espécie humana em determinado ambiente, por exemplo na Megafauna americana do Pleistoceno, com capítulos descrevendo o processo de degradação dos ambientes “humanos”, como o complexo petrolífero do Texas, e o processo de retomada da natureza de espaços de fazendas e outros ambientes severamente modificados.

É impressionante perceber a extensão do estrago que causamos. E ao mesmo tempo, se a natureza se livrar de nós, como será (pelo menos geologicamente) rápido para ela nos esquecer. Enfim, é um daqueles “livros para se sentir um merda”. Leitura Obrigatória.

Agora um comentário sobre a versão brasileira. Senhor tradutor Paulo Anthero S. Barbosa, muito bom seu trabalho, querer traduzir toda e qualquer palavra estrangeira (Diesel para disel, Hiroshima para Hiroxima), tarefa estupidamente inútil na minha opinião, até pode ter parecido uma boa idéia. Mas por favor, na próxima traduza corretamente as unidades de medida. A quantidade de informação em Farenheit e outras unidades inglesas até é suportável, mas traduzir milhas náuticas para quilômetros náuticos foi demais para o meu pobre coração. Mais cuidado da próxima vez. Sem falar na tradução cachorra de alguns termos de Física que apareciam de vez em quando.

I Will Derive!

Via Talk like a Physicist

O Físico e a Sociedade: Interação [muito] fraca

Quando tive a idéia para esta coletiva, há quase dois meses, havíamos (eu e mais alguns blogueiros) acabado de comemorar o Dia de Falar como um Físico. E, como parte do texto de divulgação, eu havia escrito:

Então, no Dia 14 de Março, pare em frente ao prédio de Ciências Socias, Biológicas ou equivalente e comece a conversar com alguém usando algum físico-blabing incompreensível espalhando confusão intelectual pelo mundo.

Não preciso nem dizer que o trecho em negrito causou diversas reações negativas. Ora, como poderia eu dizer que os Físicos espalham confusão intelectual? Não era essa minha opinião mas, num evento de cunho humorístico, achei que seria o caso de ser um pouco “absurdo”.

Hmmm, será que fui tão absurdo assim? Não é essa a opinião da maioria das pessoas? Para elas, não serve o Físico apenas para dar respostas complicadas? Para confundi-las? Para encher-lhes a paciência como uma conversa incompreensível?

Pois bem, devido às críticas a minhas intenções substitui o texto de comemoração daquele dia por um outro em que justificava minhas palavras acima, que foi praticamente um prelúdio desta Blogagem Coletiva.

E não é preciso um grande esforço (ou alguma pesquisa de opinião extremamente cara) para sabermos que a maioria das pessoas não fazem idéia do que é ou do que faz um Físico. No imaginário popular, a figura que lhes vem à mente é a do Cientista Louco. Com seu cabelo despenteado, óculos fundo de garrafa, jaleco branco e possivelmente uma risada histérica, o Físico gasta seu dia procurando formas mais criativas de destruir a humanidade ou de dificultar a vida de pobres estudantes de Ensino Médio, o que for mais conveniente.

Tanto o é que há dois tipos predominantes de reações de amigos e familiares quando um adolescente resolve cursar a faculdade de Física: “Você é Louco?” e “Você quer ser Professor, né?“. Desconsidero aqui a reação “Mas você é tão magrinho para isso!” por motivos óbvios.

Para a Sociedade, toda a atividade de pesquisa científica em Física não passa de um hobby extremamente caro.”O quê? 8 Bilhões de dólares para achar uma bosta de partícula? Isso podia ser muito melhor gasto!“.

Alguns Físicos ainda se dispõem a remediar a situação escrevendo livros sobre Teorias modernas e conceitos mais complexos que aquilo que é ensinado nas escolas (se é que podemos chamar de Física o que é ensinado nas escolas), no entanto, quantos são aqueles que se dedicam a mudar a opinião pública da Física e da Ciência de forma geral?

Pois é justamente isso que considero a raiz de todo o mal. A maioria dos Físicos sobe a mítica Torre de Marfim e passam a ignorar os pobres humanos aqui embaixo. Às vezes olham pela janela, vêem o quanto estamos atolados em ignorância e obscurantismo, riem debochadamente e voltam a seus afazeres.

Esporadicamente, têm surtos relâmpago de preocupação, que infelizmente não duram tempo suficiente para perceberem que é sua a culpa: tanto da omissão em participar da luta aqui embaixo, quanto da má-formação dos professores, que são canibalizados pelo sistema e acabam sem poder fazer muita coisa.

E então o que acontece com essa Sociedade que tem tão pouco conhecimento da Física e da Ciência em geral?

Isto, isto, isto e muito, muito mais… e muito, muito pior.

Felizmente, alguns Físicos tem caído em si e se envolvido mais. Muitos inclusive mantêm blogs de Divulgação de Ciência. No entanto, qual foi a ultima vez que você viu um Físico na TV? No Rádio? Ou sendo retratado adequadamente na Ficção? Bom, isso envolve um outro tema (“Há interesse da Mídia de massa em divulgar Ciência?”) e vou deixar para depois. Talvez para uma outra Coletiva.

De minha parte, desisti de subir a metafórica Torre para fazer a minha parte em limpar a zona por aqui. Só o tempo, e a cooperação de todos, dirá se é possível ter sucesso nisso.

Se você só ficou sabendo agora da Coletiva e ainda quer participar, não se preocupe! Pode escrever seu artigo e mandar o endereço para cá!

ATENÇÃO: Eu havia publicado este artigo com um endereço fora do padrão do blog. Já consertei. Se você linkou para o endereço anterior, favor atualizar o link.

Leiam também os outros Blogs participantes desta Coletiva (adicionarei abaixo à medida que receber os links):

The Nerds Theory: Nos escreve um interessante artigo sobre 5 físicos retratados em filmes.

Doentes.net: Traz uma interpretação… hummm… um tanto livre, da contribuição à humanidade de Físicos famosos. Imperdível!

42. : Diz porque nem todo Físico é um barbudo de chinelo bebedor de sopa… seja lá de onde ele tenha tirado essa descrição. hehe

Efeito Ázaron: O Quase-Físico nos traz uma hilariante estória sobre martelos e pregos. O que isso tem a ver com Física? Leia e descubra!

Ciência – A Vela no Escuro: O quão legal seria uma entrevista com um Físico para esta blogagem? Ora, MUITO legal, é claro.

Carmen e Santiago: Revela o motivo do Dia do Físico ser 19 de Maio (coisa que eu não consegui descobrir.

Física para Biólogos

Clique para ampliar.

Einstein e a Religião

Muitos religiosos ADORAM citar Einstein (“A Religião sem a Ciência é cega, a Ciência sem a Religião é aleijada“) como apoio à mitologia judaico-cristã. Essa citação está obviamente fora de contexto e o trecho original mostra praticamente o contrário daquilo para o qual é usado.

Mas se eles não estiverem satisfeitos com a falta de apoio de Einstein às religiões institucionalizadas, e ainda acharem que Einstein apoiaria seus conceitos infantis de divindade, talvez devam tomar notas dos seguintes trechos de uma coleção de cartas que estão indo a leilão:

“The word god is for me nothing more than the expression and product of human weaknesses, the Bible a collection of honourable, but still primitive legends which are nevertheless pretty childish. No interpretation no matter how subtle can (for me) change this.”

Ou:

A palavra deus para mim é nada mais que uma expressão das fraquezas humana, a Bíblia uma coleção de honráveis, mas primitivas lendas que são bastante infantis. Nenhuma interpretação, não importa o quão sutil, pode (para mim) mudar isso.

E ainda:

“For me the Jewish religion like all others is an incarnation of the most childish superstitions. And the Jewish people to whom I gladly belong and with whose mentality I have a deep affinity have no different quality for me than all other people. As far as my experience goes, they are no better than other human groups, although they are protected from the worst cancers by a lack of power. Otherwise I cannot see anything ‘chosen’ about them.”

Ou:

Para mim, a religião Judáica, como todas as outras, é uma incarnação das mais infantis superstições. E o povo Judeu, ao qual eu prazerosamente pertenço e com cuja mentalidade eu tenho uma profunda afinidade, não tem qualquer qualidade diferente de outras pessoas. E até onde vai minha experiência, eles não são melhores que nenhum outro grupo humano, apesar de estarem protegidos dos piores canceres devido à falta de poder. De outra forma, eu não consigo ver nada de “escolhido” sobre eles.

Essas citações devem deixar claras as opiniões de Einstein. Mas segurem seus cavalos! Ele tampouco advogava pelo Ateísmo, suas visões eram muito mais sutis que os simples Sim ou Não.

Apesar de tudo isso, fica a lição que é uma completa tolice tentar justificar suas próprias crenças (ou descrenças) pela palavra de outrem. E ainda mais tolo usar a palavra deste como argumento para a conversão dos que pensam diferentemente.

Via Pharyngula

PS: Favor notificar problemas na tradução das citações.

O “outro” Princípio de Pauli

Lendo o Asymptotia, me deparei com uma informação interessante, e hilária:

Férmions são descobertos nos EUA, Bósons são descobertos na Europa.

Férmions são partículas de Spin semi-inteiro e Bósons são partículas de Spin inteiro. A demonstração do Princípio fica por conta do Resonaances (Nome, Ano, Acelerador, Laboratório, País):

  • Neutrino do Tau, 2000, DONUT, Fermilab, EUA
  • Quark Top, 1995, Tevatron, Fermilab, EUA
  • Bósons W and Z, 1983, SPS, CERN, Suiça
  • Glúon, 1979, Petra, DESY, Alemanha
  • QuarkBottom, 1977, Fermilab, EUA
  • Tau, 1975, SPEAR, SLAC, EUA
  • Quark Charm, 1974, SLAC/BNL, EUA

E por ai vai.
Então desista Fermilab! O Higgs é do CERN. XD

Fogo é para Neandertais…

… Físicos fazem Café usando LASER!

O laser usado é o laser de estado sólido Nd:YAG.

Muito legal. Mas fica a pergunta: Qual foi o preço total do café?

Via Talk Like a Physicist

Pequenos Erros, Grandes Confusões

Abra qualquer livro didático de Ensino Fundamental, ou mesmo de Ensino Médio, e será grande a probabilidade de se encontrar uma imagem esquemática muito semelhante a esta:

O que ela quer dizer? Que a órbita, o caminho percorrido pela Terra, ao redor do Sol – linha preta – é elíptica e que o Sol não está no centro, mas sim em um dos focos da Elipse.

De fato, Órbita É elíptica e o Sol ESTÁ em um dos focos. Mas será que essa figura representa o que realmente se passa? Não exatamente. A excentricidade da órbita da Terra é muito pequena de forma que se assemelha muito a uma circunferência. Os focos ficam muito próximos uns dos outros e o Sol fica aproximadamente no centro da órbita.

O leitor pode considerar que tais divergências não possuem muita importância, afinal os fatos estão sendo apresentados apesar da representação não ser a mais correta. Eu poderia concordar com o leitor se as conseqüências parassem por aí. Mas não é isso que acontece.

Em primeiro lugar, cabe-se criticar o uso de linhas contínuas para a representar-se as órbitas. Pode parecer engraçado, mas não é raro que as crianças pensem que essas linhas estão realmente lá “segurando os planetas”, principalmente quando não são alertadas pelos professores que são linhas imaginárias.

Outra confusão é aquela relacionada à origem das estações do ano. Devido à utilização de diagramas semelhantes ao mostrado acima, os alunos (e MUITOS professores!) concluem que elas são conseqüência da variação da distância entre a Terra e o Sol no decorrer do ano (quando a Terra está mais perto Sol é Verão, e quando está mais longe é Inverno) quando na verdade é a inclinação do eixo de rotação da Terra que provoca a alternância das estações.

Mas talvez ainda mais importante que os dois erros anteriores seja a questão da escala dos corpos na figura. Os tamanhos relativos entre Terra e Sol são absurdamente diferentes da forma apresentada acima. Evidentemente que a criei nessas proporções para ressaltar o erro, mas, na melhor das hipóteses, o que o livro didático demonstrará é uma diferença um pouco maior entre eles.

Não espero que os esquemas mostrados nos livros estejam perfeitamente em escala, já que o espaço necessário para isso pode ser proibitivo. Por outro lado, espero que os livros tragam, ao menos, informações que comparem os tamanhos dos planetas e do Sol com objetos do cotidiano.

Assim, alunos e professores (é incrível o número de professores que se impressionam quando vêem um esquema em escala, feito de isopor por exemplo, comparando Terra e Sol) poderão ter melhor noção dos tamanhos e distâncias dos componentes do Sistema Solar, e, juntamente com esquemas mais precisos, também de seus movimentos.

It’s a Dark, Dark Matter

Uma canção muito legal sobre a Matéria Escura. É só ativar o player abaixo.

Dark Matter, por Jonny Berliner

When you look up in the sky at night you’re seeing a mystery
The physicists are in a twist ’bout the forming of the galaxies
It’s a very heavy issue, it’s an issue of gravity
It’s a dark, dark matter

There needs to be a substance that we’re just not detecting
But it’s hard to find material that just ain’t reflecting
But maybe it’s our theories just need some correcting
It’s a dark, dark matter

So what does it feel like and how does it smell?
If you had some in a bucket, well how would you tell?
Can you sit on it, or sculpt it, or eat it as well?
It’s a dark, dark matter

We haven’t got a clue what this stuff consists of
It’s not made from any particle that there is a list of
And now it’s really pissing all the cosmologists off
It’s a dark, dark matter

So what does it feel like and how does it smell?
If you had some in a bucket, well how would you tell?
Can you sit on it, or sculpt it, or eat it as well?
It’s a dark, dark matter

We’ve found that finding evidence is fairly demanding
It’s stretched us to the limits of our understanding
And then it opened up a can of worms
About why the Universe is still expanding
It’s a dark, dark matter

Via Bad Astronomy (Via Null Hypothesis)

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