Ciência ruim num estalar de dedos? IgNobel prá você!

2009IgNobel.gifMais um texto da nossa série sobre o IgNobel 2009, e, prá começar, temos aqui um exemplo de como o IgNobel não premia somente pesquisas “inusitadas” ou de resultados pouco práticos, como o Rafael comentou em nossa entrevista ao Programa E-farsas. Muitas vezes, o prêmio é dado a um trabalho realmente idiota.
Então, melhor estalar os dedos e começar duma vez!
Ganhador do Prêmio IgNobel de Medicina de 2009, o Dr. Donald L. Unger, um médico de Thousand Oaks (California, EUA), deve ser uma das pessoas mais controladas – ou mentirosas – que eu já ouvi falar.
Por que? Cansado de ouvir sua mãe, tias e outras pessoas sobre os “malefícios” de se estalar as juntas dos dedos, o pequeno Donald, num insight ou não cético teve a brilhante ou não ideia de conduzir um estudo de caso que comunicou ao periódico Arthritis & Rheumatism no ano de 1998.
Nessa comunicação (PDF em Inglês), publicada na seção “Letters” do periódico, afirmou não haver conexão entre o ato de se estalar os dedos e o desenvolvimento de artrite, de acordo com dados coletados durante o espantoso período de 50 anos!
Estalos ocasionais ou espontâneos, como costuma acontecer nos pés e tornozelos depois de levantarmos da cama, são inócuos. Mas se forem repetidos com freqüência, aumentam a produção do líquido interno das juntas, o que pode causar engrossamento, dor e perda de flexibilidade, como afirmou o Dr. Isidio Calich (Faculdade de Medicina da USP) à Super Interessante.
knuckle_cracking.jpgExistem dois tipos de estalo, e, conforme o tipo, podem acontecer danos aos tendões e à cartilagem que recobre a extremidade dos ossos. O primeiro tipo acontece quando esticamos a junta (puxando um dedo, por exemplo, como na imagem da esquerda), o que gera uma espécie de vácuo que faz o líquido no interior das juntas se movimentar com violência (por isso o ruído). O outro tipo é quando dobramos a articulação, no qual o estalo é decorrente do atrito entre as cartilagens dos ossos (como quando apertamos os dedos contra a palma da mão, como na imagem abaixo).
crucking_knuckle.jpg
Agora, se me perguntarem, tenho certeza que o IgNobel veio por causa do desenho experimental do inspirado aspirante a cientista: ele passou 50 anos da vida dele estalando os dedos da mão esquerda duas vezes ao dia. E não fez o mesmo com a mão direita. Bom, “a não ser em casos de distração, ou quando aconteceram estalos espontâneos”… então tá.
De acordo com seus “dados”, no período de “estudos” ele contabilizou ter estalado os dedos da mão esquerda por aproximadamente 36500 vezes (!!!), e não observou nada que indicasse o desenvolvimento de artrite na mão esquerda, além de não observar nenhuma diferença significativa entre os dedos das mãos esquerda (estalada constantemente) e direita (só de vez em quando).
Portanto, segundo nosso querido Dr. Donald (farei um esforço hercúleo para não chamá-lo de pato nenhuma vez, prometo… bom… desconsiderem essa, por favor), os dados que observou corroboraram (adoro essa palavra) os dados de um estudo publicado 25 anos antes por Swezey RL. e Swezey SE., entitulado “The consequences of habitual knuckle cracking.” (West J Med 1973;122:377-9).
Para mim, a cereja do bolo está no final da comunicação, quando o autor sugere que outros “mitos” que ouvimos quando crianças sejam verificados, e dá como exemplo “espinafre te deixa mais forte”, e relata:
macaco-chongas.jpg“This study was done entirely ut the author’s expense, with no grants from any governmental or pharmaceutical source.”

Tradução: “Este estudo foi totalmente custeado pelo autor, sem qualquer tipo de financiamento governamental, ou farmacêutico.”
Só me faltava essa mesmo… por isso, além do IgNobel, ele ganha do RNAm um macaquinho do Chongas, que reflete tudo o que senti ao escrever esse texto.
Quer saber mais sobre esse assunto? Sugiro essa matéria da HowStuffWorks (em Português) e uma página de “perguntas e respostas” do Centro de Artrite do Johns Hopkins (em Inglês).

Entrevista no Programa E-farsas!

Como vocês sabem ou deveriam saber! dia 28/11/2009 nós participamos do Programa E-farsas, transmitido pela JustTV.

Promessa é dívida, então aí vai a a entrevista na íntegra!

Você que perdeu, esqueceu, ou simplesmente tinha mais o que fazer num sábado à noite, aproveite para ver o “casal mais bonito do EWCLiPo” (palavras do Mauro, do Você que é Biólogo) se engraçando com as câmeras!

Uma pena o programa estar com duração limitada a 30 minutos, a conversa realmente estava muito boa, e já estamos com vontade de voltar a gravar com o Gilmar, que, além de ser maior figura, nos recebeu extremamente bem junto com todo o pessoal do estúdio da JustTV.

Divirtam-se então com um bate-papo descontraído sobre alguns de nossos textos, Ciência, e um pouco sobre nossa vida de pesquisador (não falamos só do blog, quem gosta de Caras vai A-DO-RAR!).

Posts citados:

Gravidez, lordose e evolução… curvinhas que fazem a diferença.

O que é mais sustentável: comprar CD ou baixar da net?

Ratos flutuantes: não é feitiçaria, é tecnologia

Bicarbonato de sódio NÃO cura o câncer

Bicarbonato de sódio FUNCIONA contra Câncer

Comentários, críticas, sugestões, elogios? Libere toda a sua fúria nos comentários!

Garrafas, garrafas… briga de bar também é Ciência!

barfight.jpgImagine o seguinte: você está num bar, e de repente começa uma confusão aqui, outra ali… e a pancadaria se torna generalizada.Quem já esteve nessa situação (como eu) sabe como uma cena (com “c” viu Sasha?) dessas é assustadora… principalmente quando as cadeiras do lugar começam a passar voando sobre a sua cabeça.
Uma coisa que nos acostumamos a ver em filmes é a clássica “cena da garrafada”. Um zé qualquer pega uma garrafa e estilhaça na cabeça do ser humano ou não mais próximo. Em filmes BEM toscos, geralmente o cara se dá o direito de terminar a cerveja da garrafa que vai usar, antes de mandá-la com tudo no cuco de alguém.
Aí vocês pensam “Certo, mas do que diabos você está falando? Briga de bar?”
Sim crianças, briga de bar! Mais especificamente, o estudo que comentarei hoje trata do estrago que uma garrafada bem dada pode causar na cabeça de quem a receber. E, claro, estou falando de mais um texto da nossa série IgNobel no RNAm!
ResearchBlogging.orgO trabalho publicado no periódico Journal of Forensic and Legal Medicine foi realizado na Suíça por uma equipe de pesquisadores especializados em Ciências Forenses. E ele trata justamente do estrago que uma garrafada bem dada pode causar na cabeça de quem a receber.
De acordo com os autores do trabalho (e de qualquer um que já tenha passado por um apuro desses num risca-facas da vida), quando uma garrafa é usada como arma para golpear um oponente, podem acontecer duas situações básicas: ela se quebra e dá origem a um ferimento em forma de corte (que pode ser bastante profundo, dependendo do seu azar/sorte), ou, num caso pior, ela não quebra e causa um sério ferimento em forma de concussão.
garrafa1.jpg
Pensando nessa diferença, os autores investigaram se garrafas de cerveja de 500 ml (humm… ler isso me deu sede) são mais propensas a se quebrar quando estão cheias ou vazias. Na outra parte do trabalho, eles avaliaram se uma garrafada possui energia suficiente para causar uma fratura ao crânio humano.
drop_tower4.jpgPara testar as propriedades de fratura das garrafas utilizadas, os suíços utilizaram um equipamento chamado torre de queda livre (tradução do termo em Inglês drop tower, corrijam-me se eu estiver errado), que você pode ver na imagem ao lado (a setinha branca mostra o local em que a esfera de metal fica armazenada antes de ser lançada na garrafa).
O experimento foi o seguinte: uma esfera de metal de 1kg foi lançada da torre de diferentes alturas (entre 2m e 4m) numa garrafa de cerveja com um molde de argila que simula a área de impacto de uma pancada com uma garrafa, distribuindo a energia do golpe igualmente. Os resultados, claro, foram analisados em seguida.
drop_tower3.jpg

Garrafa pronta para receber o impacto


As garrafas cheias se quebraram em impactos com 30 J (joules) de energia, enquanto as garrafas vazias precisaram de uma energia de 40 J para se partirem na queda. No entando, nas duas situações as quantidades de energia observadas são suficientes para se fraturar um crânio humano.
Sem grandes explicações físicas, em todas as condições experimentais analisadas, foi constatado que as garrafas de cerveja podem fraturar gravemente o crânio humano, servindo como instrumentos perigosos em qualquer disputa física.
Conclusão do artigo: numa briga, tome MUITO cuidado se alguém tiver uma garrafa nas mãos, e, principalmente, pense duas vezes antes de usar uma, agora que você sabe do estrago que o uso desse tipo de “arma” pode causar.
DanielPowell.jpgAliás, se você ainda não se convenceu disso e quer continuar acreditando nos filmes de pancadaria, dê uma olhada na imagem ao lado, retirada de um artigo no site britânico de notícias Metro que descreveu um ataque que um adolescente sofreu de um grupo de imbecis.
Se você tinha alguma dúvida sobre o perigo que trazer uma garrafa prá uma briga pode ter, espero que tenha desaparecido agora… As minhas com certeza desapareceram.
Quanto ao mérito do artigo, entrou na categoria “OK, vocês demonstraram algo meio óbvio, não acham?” então, como vocês já sabem: IgNobel prá eles!
Bolliger, S., Ross, S., Oesterhelweg, L., Thali, M., & Kneubuehl, B. (2009). Are full or empty beer bottles sturdier and does their fracture-threshold suffice to break the human skull? Journal of Forensic and Legal Medicine, 16 (3), 138-142 DOI: 10.1016/j.jflm.2008.07.013

Mudanças climáticas: perigosas para o planeta… e para a saúde global. (Blog Action Day 2009)

Na minha contribuição ao Blog Action Day vou abordar um tema ao mesmo tempo preocupante e interessante: o monitoramento de mudanças climáticas para a prevenção de surtos de doenças infecciosas.
ResearchBlogging.orgOs autores do trabalho publicado no periódico Emerging Infectious Diseases (do famoso CDC – Centers for Diseases Control and Prevention, de Atlanta – EUA) comentam como eventos recentes demonstraram a vulnerabilidade de grandes populações a doenças infecciosas. Um único caso de multi resistência a tuberculose em 2007 nos EUA serviu de alerta para toda a infraestrutura de saúde pública global. Agentes de saúde e o público em geral perceberam que a facilidade de locomoção aérea atual pode, potencialmente, expor centenas de pessoas a doenças carentes de tratamento.
Apesar de fatores como: facilidade para viajar, aumento populacional, poluição, atividades agrárias (gripe suína, lembram dela?), entre outros, atualmente nada tem mais potencial para efeitos graves e de longo prazo do que a influência das mudanças climáticas em surtos infecciosos, epidemias, e, como estamos vivenciando com o vírus H1N1, pandemias.
88027207.jpgO desastre natural mais frequente são as enchentes, que, de acordo com dados de 2005, afetavam mais de 70 milhões de pessoas ao redor do mundo. As doenças mais comuns associadas às enchentes são diarréia, cólera, tifo, hepatite e leptospirose. Na literatura existem relatos de surtos graves de cólera diretamente relacionados a enchentes na África e na Índia.
Para piorar, o relatório de 2001 do IPCC (Intergovernmental Panel on Climate Change) estima que o número de pessoas ao nível do mar atingidas por inundações e enchentes seja de aproximadamente 250 milhões até 2080, considerando uma elevação do nível do mar em 40 centímetros (a altura do seu joelho, mais ou menos).
A cólera, que possivelmente é a doença transmitida por água contaminada mais bem estudada, teve modelagens feitas pela NASA para prever surtos em Bangladesh, sendo que nas áreas monitoradas o número de mortes causadas por essa doença foi reduzido em mais de 50%. A imagem abaixo (desculpem a baixa qualidade, está assim no artigo também) mostra essa modelagem, e a eficiência do modelo de previsão (em amarelo) em relação ao que realmente aconteceu com os casos de cólera no tempo analisado (em verde).
ModelagemColera.jpg

Modelagem da NASA para os casos de cólera em Bangladesh (dados não publicados de Colwell & Calkins)


A comunidade cientítica encontra-se num relativo consenso que os riscos de doenças epidêmicas e pandêmicas será bastante aumentado por mudanças climáticas que desestabilizam o comportamento regular do clima, alteram a distribuição de vetores dessas doenças (como mosquitos, roedores, e etc.), e aumentam o risco de transmissão por meios de transporte.
A elaboração de modelos preditivos pode levar a um maior entendimento da sequência de eventos em surtos infecciosos, e potencialmente prevenir futuras epidemias através da criação de ações de monitoramento, prevenção adequadas, junto a ações coordenadas de combate quando o processo de infecção encontra-se em seu início.
Com certeza o desenvolvimento de melhores técnicas de análise pode ter grande impacto em nos auxiliar a conter esses episódios num futuro próximo. Como já estamos vendo um grande exemplo dessas ações coordenadas no caso da gripe suína, vale à pena prestarmos atenção às novidades na área de modelagem climática associada a prevenção de doenças!
Quer ler mais textos relacionados ao Blog Action Day? Recomendo as contribuições dos blogs O Divã de Einstein, Ecodesenvolvimento (que fez um apanhado de textos muito bons de vários blogueiros), Rastro de Carbono (com a ótima ideia de um post multi direcionado), Gene Repórter, Uma Malla Pelo Mundo, Xis-xis e muitos outros na web, procurem e divulguem!
O Blog Action Day é um evento anual que reúne blogueiros de todo o mundo postando textos sobre o mesmo assunto, no mesmo dia. O objetivo é disseminar uma discussão mundial e simultânea sobre um tema de interesse coletivo, sendo o maior evento de mudança social na web. O tema desse ano, como vocês perceberam, é “Mudanças Climáticas”.
O lema da iniciativa é:
“Um dia. Um tema. Milhares de vozes.”


Quer conhecer mais sobre esse evento? Acesse a página do Blog Action Day clicando na imagem acima. Para acompanhar o Blog Action Day no Twitter, busque a hashtag #BAD09
Ford, T. (2009). Using Satellite Images of Environmental Changes to Predict Infectious Disease Outbreaks Emerging Infectious Diseases, 1341-1346 DOI: 10.3201/eid1509.081334

Aparelho bioquântico: castigo por não sair sábado anoite

Você sabia que a eletricidade estática pode lhe matar pela descompensação do seu campo energético, podendo levar a descompasso cardíaco? NÃO?! Ainda bem. Então você não assistiu ao mesmo programa que eu no sábado anoite no canal CNT.

Horas de um programa no estilo Best Shop, com um cara de jaleco entrevistando um outro senhor, falando sobre energias, eletricidade no coração e problemas decorrentes do controle defeituoso do ritmo cardíaco. Estes problemas de ritmo, arritmia e tudo mais existem, agora se têm a ver com eletricidade estática já não sei não.

Eu sei que ela pode me deixar de cabelo em pé. Mas não pelos motivos abordados no programa.

O fato é que foram mostradas imagens interessantes no programa, como uma mulher pegando fogo ao abastecer o carro e outro de um cidadão se esfregando e tocando fogo em um liquido inflamável.

UAU, isso mostra que a eletricidade estática existe e que ela pode fazer mal, mas só para um frentista que se esfrega muito (não me pergunte esfregar em quê ou quem). Ou então tenho que processar minha professora de escola, que tentou várias vezes matar a mim e a meus coleguinhas com a prática de esfregar a régua no cabelo para atrair pedacinhos de papel ou quando nos levou ao Tecnorama e nos forçou a encostar num gerador de Van der Graaff.

Dessa constatação se pula para o conclusão de que a energia estática pode alterar o ritmo do coração. Como? Porquê? Onde? Com quem? Ninguém falou. Mas por que duvidar do homem de jaleco?

Confiem no cara de jaleco

Alias não entendi nem por que puseram o jaleco no cara que claramente é só o apresentador da coisa. Sendo que seria mais esperto colocar o jaleco no cara que inventou o tal aparelho que estabiliza a sua aura energética.

Este aparelho é o Aparelho Bioquântico. Feito com o que há de mais moderno na ciência atual. Tecnologia da NASA? Do MIT? Do LHC? Não, mas do quintal de um professor de escola técnica.

Poxa, eu que não sou burro nem nada, conheço pessoas de exatas, de engenheiros a físicos, que não entende ou não conseguem explicar o que é quântica pra mim. E já tem gente usando isso com materiais que você pode encontrar na sua própria cozinha?! Fantástico.

Quanto custa o aparelho? Calma, o esquema funciona assim:

Eles não falam quanto custa. Você liga para o número que aparece no seu televisor e agenda uma visita totalmente grátis de um iridologista, que vai olhar para a Iris dos seus olhos e diagnosticar os seus problemas. Aí sim ele vai indicar o tratamento, que já é dito de antemão ser o uso do aparelho bioquântico. O aparelho vai equilibrar sua energia estática usando a energia quântica.

Se já se sabe que o aparelho vai resolver o problema, então pra que a consulta mesmo? Ainda mais de um especialista em Iridologia, técnica que não é aceita pela medicina e provavelmente não funciona. Mas de graça até injeção na testa, não é mesmo?

Eu procurei por cima e não achei site nenhum sobre esse aparelho. Mas achei muita coisa sobre colchões quânticos, que por si só são uma piada, invalidando qualquer esforço meu para esculachá-lo. Esculacham-se por si só.

Mas a culpa toda é minha. Quem mandou ficar em casa vendo TV no sábado anoite?!

Para receber nosso conteúdo em primeira mão, siga-me no twitter @Rafael_RNAm e clique AQUI para assinar nosso Feed/RSS!

Pneuzinhos revolucionando a Medicina?!

Como muito bem lembrado pelo Blog 80 Beats (Discover Magazine), o filme Clube da Luta foi bastante feliz em apontar que a gordura retirada na lipoaspiração era muito valiosa para virar lixo. Enquanto no filme os personagens (ou não) -> mini-spoiler 1 pegaram esse descarte biológico para fazer sabão (ou não) -> mini-spoiler 2, pesquisadores desenvolveram uma maneira de reprogramar essas células de gordura em células-tronco, num procedimento muito mais eficiente do que os métodos atuais de produção de células-tronco induzidas, chamadas iPS.

fight_club_id_by_psychol_bob.jpg

Bob tinha “bitch tits” cheias de candidatas a iPS!

O que são as iPS?
Essas células são um tipo de célula-tronco de caráter pluripotente (ou seja, que têm capacidade de dar origem a praticamente qualquer tipo celular do nosso organismo). As iPS são produzidas de modo artificial a partir de células não-pluripotentes (geralmente adultas), pela indução da expressão de genes específicos.

Quando essa indução é bem-sucedida, a célula adulta “regride” a um estado de menor diferenciação (ou especialização) celular, o que dá à mesma características de células-tronco. Acredita-se que as iPS sejam idênticas em muitos aspectos às células-tronco pluripotentes naturais, como as células-tronco embrionárias, por exemplo. Quem quiser ler um pouco mais sobre essas células, pode clicar AQUI.

Por esse motivo, a revista Science escolheu a produção de iPS como o grande avanço científico do ano de 2008. Se realmente pudermos confiar no potencial e segurança das iPS, pode ser que toda a discussão que envolve a utilização das células-tronco embrionárias não seja mais necessária. Imaginem o que uma tecnologia dessas pode significar para os estudos de biologia molecular, e futuramente para a medicina…

Pneuzinhos são ruins? Prá nossa saúde sim, para conseguirmos células-tronco induzidas, não!
ResearchBlogging.orgA obtenção de células-tronco por reprogramação de células adultas mais famosa consiste na transformação de células da pele em iPS. Apesar de o procedimento ter sido de extrema importância por inaugurar essa nova técnica, continua bastante ineficiente, demorando aproximadamente 1 mês para que, de cada 10000 células induzidas, uma realmente se transforme em uma iPS. Por isso, muitos grupos de pesquisa encontram-se na busca por tecidos que possam ser transformados em iPS de modo mais rápido e fácil.

O trabalho utilizando células de gordura para a produção de células-tronco induzidas foi publicado no periódico Proceedings of the National Academy of Sciences (em Inglês, o artigo está aberto para download). Os cientistas prepararam as células do tecido adiposo (gordura) provenientes de material de lipoaspiração doado por pacientes do Dr. Michael Longaker, cirurgião plástico da Universidade de Stanford, sendo que cada paciente doou um volume entre 1 e 3 litros de gordura.

As células do tecido adiposo foram preparadas e reprogramadas em apenas duas semanas, sendo que somente o processo de reprogramação de células da pele demora 4 semanas. Ainda, o procedimento utilizando as células do tecido adiposo demonstrou uma eficiência 20 vezes superior à conversão das células da pele!

iPS de adipocitos.JPG

Crescimento das células transformadas em iPS (marcadas em verde)


Em entrevista à Nature News, Ron Evans, fisiologista molecular do Salk Institute em La Jolla, California, disse que as células do tecido adiposo são “até o momento o tipo celular com maior eficiência e eficácia descrito para a geração de iPS”.

Outro aspecto bastante importante do estudo publicado na PNAS é que os pesquisadores usaram um protocolo de preparo das células diferente do padrão, em que não foi utilizada a chamada “feeder layer”, que consiste em uma camada de células de camundongos responsável por fornecer algumas moléculas que a pouca quantidade de células extraídas dos tecidos para indução não é capaz de fabricar.

O fato de se conseguir iPS num ambiente livre dessas células “mantenedoras” é de grande valia, pois as “feeder layer” impossibilitam qualquer chance de se utilizar outras iPS em tratamentos clínicos, devido ao perigo de se obter uma contaminação com produtos das células de camundongos.

Engraçado nós vermos um estudo assim nos tempos de hoje. Ao mesmo tempo em que existe uma grande “cultura ao corpo” que extrapola os limites da saúde e promove a campanha de que “toda a gordura é ruim”, vemos um artigo publicado numa das revistas científicas mais importantes da atualidade mostrando justamente o valor que o material que muitos lutam todos os dias para se livrar (as temidas gordurinhas) pode ser um dos grandes materiais para as pesquisas de ponta em diversas doenças e em seus respectivos tratamentos.

Claro que não estou discutindo as recomendações de saúde em relação ao excesso de gordura na constituição corporal, ou ainda à importância de termos hábitos saudáveis,
mas é impossível não ver um paradoxo um pouco cômico. De repente vemos um grande aliado surgindo de um dos maiores problemas em termos de saúde no mundo contemporâneo.

Sun, N., Panetta, N., Gupta, D., Wilson, K., Lee, A., Jia, F., Hu, S., Cherry, A., Robbins, R., Longaker, M., & Wu, J. (2009). Feeder-free derivation of induced pluripotent stem cells from adult human adipose stem cells Proceedings of the National Academy of Sciences DOI: 10.1073/pnas.0908450106

Sobre a “segunda onda” da Gripe Suína (Gripe A; vírus H1N1)

H1N1.jpg
Apesar de ainda estarmos aguardando dados mais confiáveis referentes aos casos e óbitos causados pelo vírus H1N1 (na imagem ao lado) no Brasil (e no resto do mundo), existe uma sensação geral de que a pandemia não é tão grave, em termos de risco de morte, como alguns especialistas haviam previsto.
Fiquei a par de alguns dados recentes, provenientes de um informe interno que circula no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP: entre Abril e Agosto de 2009, foram relatados 162.380 casos confirmados laboratorialmente de influenza A (H1N1) e 1154 óbitos, em todo o mundo.
Também se comenta no documento que esses números estão subestimados, visto que são referentes a diagnósticos laboratoriais do vírus H1N1, enquanto muitos países adotaram a estratégia do diagnóstico clínico, de modo que os testes laboratoriais foram priorizados para pacientes com formas graves da doença ou grupos de alto risco, como gestantes, por exemplo.
Também já se sabe que o novo vírus influenza A (H1N1) é o vírus influenza dominante em circulação nos Estados Unidos, Inglaterra, África do Sul, Nova Zelândia, Austrália, Chile, Argentina e Brasil.
O grande medo, ao menos no Hemisfério Norte, é que se repita o caso observado na Gripe Espanhola, em que houve 2 surtos principais, com resultados bastante diferentes.
O primeiro ocorreu durante a Primavera (nosso Outono), e foi bastante ameno. Já o segundo surto, todos conhecemos, pois foi o que teve um número realmente impressionante de óbitos, superando a casa da dezena de milhão (os números até hoje não são certos, e variam entre 20 e 50 milhões de mortos… uma quantidade enorme, mesmo se considerando o valor mais baixo).
spanishflu1918ward.jpg

Vítimas da Gripe Espanhola, em 1918


Alguns especialistas alertam exatamente para este fato: podemos estar no meio do que seria um “surto primário”, mais ameno, e que poderia ser desencadeado um “surto secundário” nos próximos meses, causando as milhares (milhões?) de mortes já consideradas em vários comunicados.
No entanto, David M. Morens e Jeffery K. Taubenberger, membros do National Institutes of Health, nos EUA, questionam a idéia de que os casos de pandemias severas sejam necessariamente precedidos por uma temporada em que a doença haja de maneira mais branda (como ocorreu com a Gripe Espanhola). Eles analisaram 15 casos de pandemia ocorridos nos últimos 500 anos, e afirmam que esse tipo de padrão não é algo constante.
Apesar de os surtos brandos ocorridos em 1917 e no começo de 1918, os pesquisadores dizem que não há evidências convincentes de que esses surtos de Primavera no Hemisfério Norte foram causados pelo mesmo vírus responsável pelos estragos feitos meses depois, durante o Outono. Eles também não encontraram evidências que apoiassem o conceito de que o vírus de 1918 tenha ficado mais mortal de forma progressiva, à medida que a pandemia avançava.
Em um comunicado nesta 4a-feira ao Journal of the American Medical Association (JAMA), comentaram:
“Considerando os longos e confusos registros de pandemias de gripe, é difícil predizer o curso futuro da presente pandemia ocasionada pelo vírus H1N1”.
Os surtos de gripe certamente seguem um padrão sazonal, e os pesquisadores concordam que, nesse momento, o Verão do Hemisfério Norte possam estar retardando o avanço do vírus. Mas eles dizem que, mesmo que esse avanço evolua novamente no Outono ou Inverno, não há motivos para se assumir maior probabilidade de o vírus se tornar mais contagioso e/ou mortal.
O fato de o vírus ter começado a se espalhar pelo Hemisfério justamente durante as estações mais quentes faz com que os pesquisadores acreditem que há grandes possibilidade dessa pandemia não ser tão mortal quanto suas “primas” do passado.
Para maiores informações sobre a Gripe Suína, e excelentes levantamentos históricos dos episódios anteriores de grandes surtos, recomendo fortemente a leitura dos seguintes posts, ótimas fontes de informação:
Rainha Vermelha: “O que você precisa saber sobre a gripe suína” e “Gripe suína – Lições do passado”
100Nexos: “Gripe suína: Vamos todos morrer (Lições de 1976)”
Não esqueçam também de acessar o Portal do Ministério da Saúde, com atualizações constantes sobre o panorama dessa pandemia no Brasil.
Gostou desse texto? Siga-me no twitter @Gabriel_RNAm e seja nosso assinante de Feed/RSS clicando aqui para receber nosso conteúdo em primeira mão!!!

Assombração, demônio ou Ciência? A Paralisia do Sono: quando seus pesadelos se tornam “realidade”.

Você está dormindo em sua cama… de repente, acorda, mas, para sua surpresa, não consegue se mexer… “o que está acontecendo?” você pensa, enquanto olha para seu corpo, imóvel na escuridão do seu quarto.

Enquanto isso acontece, você nota algo diferente. Então percebe: não está sozinho.

Pior, uma presença com forma humana esmaga seu peito. E ela é má.

Você acordou no mundo dos sonhos, e não há nada que possa fazer a respeito.

John_Henry_Fuseli_-_The_Nightmare.JPG

The Nightmare, por John Henri Fuseli

A cena acima é assustadora e adaptei de um excelente artigo que acabei de ler na revista Wired. Não foi retirada de algum script de filme de terror, trata-se da descrição padrão de uma condição médica real: a Paralisia do Sono.

Vocês devem estar se perguntando porque eu, um biólogo molecular, resolvi escrever sobre um tema completamente fora de qualquer coisa que eu já tenha estudado, certo?

Simples, essa cena exata aconteceu comigo alguns anos atrás e esse fenômeno estranho acontece com uma porcentagem estimada de 50% da população pelo menos uma vez na vida. No meu caso acabei acordando uma das pessoas que dividia a casa comigo com meus gritos, depois que a paralisia passou (história real).

Não sabia o que tinha acontecido e não consegui dormir em seguida. Por MUITO tempo aquilo ficou na minha cabeça (o fato aconteceu na metade de 2004), mas resolvi deixar para lá até dar de cara com o artigo que mencionei e arrepiar ao ler a descrição que adaptei no começo desse post.

O que é?
A Paralisia do Sono é caracterizada por uma paralisia temporária do corpo imediatamente após o despertar ou, com menos freqüência, imediatamente antes de adormecer. Também é conhecida como Atonia REM por estar diretamente relacionada à paralisia que ocorre como uma parte natural do nosso sono REM, a fase do sono em que ocorrem nossos sonhos mais vívidos. Durante esta fase os olhos movem-se rapidamente (em Inglês, rapid eye movement) e a atividade cerebral é similar àquela que se passa nas horas em que se está acordado.

Como é sabido, nosso cérebro paralisa os músculos durante essa fase do sono para prevenir possíveis lesões pelo fato de algumas partes do corpo poderem se mover durante o sonho (principalmente ao sonharmos que estamos caindo ou quando damos uma porrada na parede). Quando acordamos subitamente o cérebro pode “não perceber” e o estado de paralisia não é desativado.

O resultado vocês já devem prever: a pessoa fica consciente mas incapaz de se mover. Para piorar o cenário de desespero esse estado pode ser acompanhado pelas chamadas alucinações hipnagógicas, que envolvem imagens e sons, características dessa condição.

Alguns cientistas acreditam que este fenômeno está por trás de muitos relatos de abduções alienígenas e encontros com fantasmas (tenho certeza que vai ter muita gente reclamando nos comentários).

Os sintomas (adaptado da Wikipedia)
Paralisia: ocorre pouco antes da pessoa adormecer ou imediatamente após despertar. A pessoa não consegue mover nenhuma parte do corpo, nem falar (no meu caso eu gritava, gritava e não saía som algum da minha boca), e tem apenas um controle mínimo sobre os olhos e a respiração.

Alucinações: Imagens e sons que aparecem durante a paralisia. A pessoa pode pensar que existe uma presença atrás dela ou ouvir sons estranhos. As alucinações parecem-se muito com sonhos, possivelmente fazendo a pessoa pensar que ainda está sonhando. Algumas pessoas relatam também sentirem um peso no peito, como se alguém ou algum objeto pesado estivesse pressionando-o.

Estes sintomas podem durar de alguns poucos segundos até vários minutos (comigo foram uns 2 minutos, mas pareceu uma eternidade) e podem ser considerados assustadores para algumas pessoas (não tenham dúvida disso, eu fiquei aterrorizado de verdade).

Pouco se sabe sobre a fisiologia da paralisia do sono. Já foi sugerido que ela esteja relacionada à inibição pós-sináptica de neurônios motores na ponte do tronco cerebral. Particularmente, níveis baixos de melatonina podem interromper a despolarização em atividade nos nervos, a qual previne o estímulo dos músculos.

Alguns estudos sugerem que existem vários fatores que aumentam a probabilidade da ocorrência de paralisia do sono e de alucinação. Eles incluem:

  • Dormir de barriga para cima;
  • Agenda de sono irregular; cochilos; privação de sono;
  • Stress elevado;
  • Mudanças súbitas no ambiente ou na vida de alguém;
  • Um sonho lúcido que imediatamente precede o episódio; a indução consciente da paralisia do sono também é uma técnica comum para entrar em um estado de sonho lúcido;
  • Sono induzido através de medicamentos, como anti-histamínicos
  • Uso recente de drogas alucinógenas (essa era fácil de imaginar que estaria na lista)

PS: se eu respondesse essa lista na época, só não me encaixaria nos dois últimos itens. E eu ainda ficava imaginando os motivos de eu ter passado por essa péssima experiência…

Referências Culturais

pisadeira.jpgExistem diversas manifestações culturais em muitos países diferentes que tratam do fenômeno da paralisia do sono, havendo até uma representação em nosso folclore, uma criatura chamada Pisadeira.
Na cultura Hmong, é descrita uma experiência chamada dab tsogou ou “demônio apertador”. Frequentemente, a vítima afirma enxergar uma figura pequena, não maior que uma criança, sentando em sua cabeça ou peito.
No Vietnã, chama-se ma de, que significa “segurado por um fantasma”, sendo que muitas pessoas acreditam que fantasmas entram no corpo das pessoas, causando a paralisia.
Na China, são as guǐ yā shēn ou guǐ yā chuáng (por favor, não me perguntem como pronuncia), o que pode ser traduzido literalmente como “corpo pressionado por um fantasma” ou “cama pressionada por um fantasma”.
Na cultura japonesa, a paralisia do sono é conhecida como kanashibari, que significa literalmente “atado ao metal”.
Na cultura popular húngara é chamada lidércnyomás (“lidérc pressionante”) e pode ser atribuída a um número de entidades sobrenaturais como aparições, bruxas ou fadas.

Quem tiver maior interesse nesse fenômeno, sugiro a leitura de um excelente artigo de revisão que saiu no periódico The Psychologist agora em Agosto.

Alguns de vocês podem estar se perguntando algo como “O que fazer se acontecer comigo?”, visto que quem escreve esse artigo já passou pela situação descrita, e talvez possa falar algo para ajudar.

Minha resposta? Tentem ficar calmos, e torçam para acabar logo. De verdade.


Alguém mais passou por essa experiência? Compartilhe nos comentários!

Um argumento a menos para os “defensores dos animais”: Brasil regulamenta o uso de cobaias.

Demorou 13 (sim, TREZE) anos para sair (ou entrar, depende do referencial) do papel, mas o Ministério de Ciência e Tecnologia finalmente regulamentou a Lei Arouca, que trata do uso de animais para Ensino e Pesquisa no Brasil.

400px-Lab_rat.jpg

Os verdadeiros Heróis da Ciência


Quem tiver interesse em conhecer tudo à respeito dessa nova Lei, pode acessar o Portal do Ministério da Ciência e Tecnologia, que contém toda a informação necessária.
Agora os defensores de animais precisarão rever parte de seu discurso, já que a idéia de “uso indiscriminado e assassino”, em teoria, não se aplicará mais. Como o Lula adora dizer, “nunca antes na história desse país” houve qualquer tipo de controle oficial sobre a utilização de animais, mas agora isso faz parte do passado.
Formação do Concea
A lei nº 11.794 de 8 de outubro de 2008 havia sido sancionada em Outubro de 2008, e foi publicada no Diário Oficial da União do último dia 15 de julho (Decreto nº 6.899). Também ficou estabelecida a criação do Concea (Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal), que será presidido pelo ministro da Ciência e Tecnologia.
O Concea será formado por 14 integrantes, e incluindo dois membros de sociedades protetoras de animais legalmente criadas no país. No conselho também estarão representados órgãos públicos e associações científicas, como a SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência) e a ABC (Academia Brasileira de Ciências).
Todas as instituições que criam ou utilizam animais para fins científicos ou didáticos também deverão se adequar. Será considerado ilegal quem não criar ou se associar a uma comissão de ética em até 90 dias. Vale lembrar, no entanto, que todas as instituições de pesquisa e ensino sérias do Brasil já possuem seus comitês de ética há vários anos, de modo que o controle sempre foi exercido internamente (todos os projetos que envolviam experimentação animal de que eu participei até hoje foram avaliados e aprovados pelo comitê de ética da universidade em que trabalho.
Hoje, no Cobea (Comitê Brasileiro de Experimentação Animal), já existem 150 comissões de ética cadastradas. “A maioria das universidades federais e estaduais, assim como as particulares e as diversas instituições [públicas] de pesquisa e laboratórios particulares já tem sua comissão ou está criando”, afirmou Marcel Frajblat, pesquisador da Universidade do Vale do Itajaí (SC) e presidente do Cobea (Colégio Brasileiro de Experimentação Animal), em entrevista à Folha de São Paulo.
O Estado chega atrasado mais uma vez
logo_sbcal.JPG

Sociedade Brasileira de Ciência em Animais de Laboratório


Apesar de a Lei Arouca ser de extrema importância, vale ressaltar que já havia uma noção consciente sobre o manejo dos animais usados em experimentação animal, sendo necessário dar destaque à atuação da Sociedade Brasileira de Ciência em Animais de Laboratório, a SBCAL, e dos Comitês de Ética em Pesquisa que já haviam sido formados muito antes de qualquer ação governamental, dada a importância desse controle.
* Em breve, teremos aqui no |RNAm| um parecer jurídico sobre o conteúdo da Lei Arouca, fiquem atentos!

Evitando Balas de Festim – Dicas para ser um bom reprodutor.

ResearchBlogging.orgÀ medida que vocês forem me conhecendo melhor, vai ficar evidente que eu falo muito de sexo, e, claro, isso refletirá um pouco no que eu escrevo aqui (quando tiver relação com ciência, ora, não sou nenhum tarado!).

Assim, para o post de hoje, preparei uma rapidinha sobre fertilidade masculina (tá, eu sei que o trocadilho foi horrível…)!

man_w_kids.jpg

Papai orgulhoso da produção… também né, só tiro certeiro!


Garanhões de plantão e, claro, curiosos e curiosas, confiram o texto!

Continue lendo “Evitando Balas de Festim – Dicas para ser um bom reprodutor.”