Motivação
Ocasionalmente — muito ocasionalmente — eu me pergunto por que eu entrei nessa. Ah, foi por isso:
“Examinando os últimos 30 anos, ele sentiu que podia dizer que seu estado de espírito mais permanente, ainda que muitas vezes encoberto ou suprimido, tinha sido desde a infância o desejo de voltar. De caminhar no Tempo, talvez, como os homens caminham em longas estradas; ou de examiná-lo, como os homens podem ver o mundo de uma montanha, ou a terra como um mapa vivo debaixo de uma aeronave. Mas, de qualquer modo, ver com olhos e ouvir com ouvidos: ver a face de terras antigas e mesmo esquecidas, contemplar os homens de antanho caminhando e ouvir suas línguas tal como eles as falavam, nos dias antes dos dias, quando falas de linhagem esquecida eram ouvidas em reinos há muito destruídos nas costas do Atlântico.”
J.R.R. Tolkien, claro — em “The Lost Road and Other Writings” (a tradução é minha). Valeu, Professor. Daqui a pouco eu volto.
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Discussão - 2 comentários
Prezado Reinaldo,
me chamo Tobias Vilhena e sou arqueólogo.
Atualmente faço doutorado em Arqueologia na PUC/RS (tenho mestrado pelo MAE/USP) e trabalho como arqueólogo do IPHAN no Rio Grande do Sul. Embora na maior parte do tempo analiso e fiscalizo centenas de trabalhos de meus colegas no estado e laudos de impacto ambiental e cultural, tenho participado de diversos projetos de pesquisa e gestão do patrimônio arqueológico em São Miguel das Missões. Este trabalho é bem interessante, pois conseguimos recuperar muitas informações sobre a antiga redução jesuítico-guarani do século XVIII. Ano passado, por exemplo, conseguimos, durante escavações, muitos dados novos sobre a utilização da água na época.
Tenho acompanhado de perto o crescimento e a visibilidade da arqueologia em nosso país, mas o conhecimento do público ainda é limitado sobre este campo. Recentemente conheci o seu blog e pude ler alguns artigos que você escreve na Folha. Acredito que eles têm ajudado a despertar o interesse sobre o tema.
Pois bem, estou te escrevendo para tirar algumas dúvidas e quem sabe conseguir uma dicas com você. Qual o melhor caminho para me aperfeiçoar em jornalismo científico ? Existe espaço para arqueólogos neste campo?
Como não sou formado em jornalismo, tenho buscado caminhos para me aperfeiçoar. Além de aprofundar o meu conhecimento em línguas (falo e leio inglês e francês e arranho italiano e espanhol), iniciei um curso on line de divulgação científica. Mas sei que terei que continuar praticando escrita.
Espero que possa me dar algumas dicas.
Atenciosamente,
Tobias Vilhena de Moraes
Oi Tobias, acabo de responder seu e-mail. Brigadão pela mensagem e grande abraço!