Mais um lançamento de Além de Darwin, agora em São Carlos

Gostaria de convidar a todos pro lançamento são-carlense do meu livro, “Além de Darwin”, uma introdução engraçadinha e caprichada da teoria da evolução. É nesta quarta-feira, dia 9, na Ufscar (Universidade Federal de São Carlos).
A coisa começa às 18h, com uma pequena palestra no Auditório 2 da Biblioteca Central da Ufscar. Quem não quiser me ouvir falando bobagem pode chegar mais tarde, tipo umas 19h e pouco, e ir direto pra livraria da Editora da Ufscar, que fica ali pertinho, onde será possível adquirir o livro por um precinho camarada e dedicatória carinhosa deste que vos fala 😉
Conheça Além de Darwin, meu primeiro livro de divulgação científica
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Além de Darwin: a primeira resenha

Daniel Lopes (não, não é parente), simpático companheiro do Amálgama, é a primeira pessoa a resenhar o meu livro Além de Darwin.
Confiram clicando aqui, está bem simpático.
E meus parabéns ao Bom Velhinho pelos 150 anos de “A Origem das Espécies”!
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É hoje!

Só pra lembrar quem ainda não ouviu minha ladainha 😛 Eu vos espero por lá!
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A queda do lêmur marqueteiro?

ResearchBlogging.orgdarwinius.jpgEsta semana pode ter marcado o fim de um dos capítulos potencialmente mais constrangedores da interação entre ciência e mídia dos últimos tempos. O pomo da discórdia está aqui do lado — é Ida, ou Darwinius masillae, primatinha de 47 milhões de anos que foi trombeteado como o mais primitivo membro da linhagem de mamíferos que desembocou na gente.
Escrevi a respeito na Folha desta semana (reportagem original depois do break, pra quem se interessar). Ao que tudo indica, uma análise bem mais completa do que a feita pelos autores originais da descrição de Ida, publicada na “Nature”, mostrou que ela é só um primo dos lêmures. Nisso, porém, o dano já estava feito: circo midiático, paleontólogos comparando o bicho ao Santo Graal, aparente relaxo na revisão por pares do artigo, o diabo.
Eu acho que o caso expõe uma série de problemas meio sérios sobre a maneira como a paleontologia, e a área da evolução humana em particular, tem funcionado nos últimos tempos. A saber:
1)“Veja o filme, leia o paper”: é meio bizarro que um pacote completo de livro, documentário e site interativo sobre um novo fóssil esteja pronto antes de a descrição científica do bicho seja publicada. Desse jeito, os autores do estudo tentam controlar fortemente o que a opinião pública vai pensar do seu achado antes de a comunidade científica avaliá-lo.
2)As mazelas do embargo: supostamente, o sistema de embargo pra imprensa — eu, por exemplo, tive acesso ao novo artigo na “Nature” com uma semana de antecedência — deveria ajudar no preparo de reportagens mais fundamentadas. Não é o que acontece. O efeito principal parece ser a publicação simultânea da descoberta no mundo inteiro, aumentando apenas o impacto midiático dela.
3)Peer-review que nem o seu nariz: é difícil evitar a desconfiança de que alguns artigos são revisados com menos rigor que outros por causa do potencial de embasbacar o grande público.
4)Ciência pobre em dados: o problema de lidar com fósseis é o caráter fragmentário dos dados, por definição. Diante disso, não é incomum que pesquisadores tentem ir além do que o material fossilizado está dizendo e se apeguem a suas interpretações “de estimação” dele. E isso é péssimo para a ciência e para a educação científica, claro.
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Seiffert, E., Perry, J., Simons, E., & Boyer, D. (2009). Convergent evolution of anthropoid-like adaptations in Eocene adapiform primates Nature, 461 (7267), 1118-1121 DOI: 10.1038/nature08429
Franzen JL, Gingerich PD, Habersetzer J, Hurum JH, von Koenigswald W, & Smith BH (2009). Complete primate skeleton from the Middle Eocene of Messel in Germany: morphology and paleobiology. PloS one, 4 (5) PMID: 19492084
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Segue a minha matéria na Folha.

Continue lendo…

Quanto vale o show?

Meu novo livro, o glorioso Além de Darwin, encontra-se neste momento nas gráficas da Editora Globo. Meu espião infiltrado conta que serão 232 páginas por apenas, eu digo APENAS, R$ 32,00. Mas não é só isso! Leitores do ScienceBlogs Brasil também ganham foto autografada! 😛 OK, brincadeirinha…
O lançamento está marcado pro dia 27 de outubro, a partir das 19h, em Sampa, na Livraria Capítulo 4 (Rua Tabapuã, 830, Itaim Bibi, tel. 2737 2037/2737 2038).
Pra quem ainda não viu, a carinha da capa e da orelha abaixo.
Capa Além de Darwin baixa.jpg

Obra de Maluf

A hora se aprochega, senhoras e senhores, na qual meu primeiro grande livro (já fiz outro sobre O Senhor dos Anéis, mas foi a mando do Báteman) vai ser lançado. Confiram a capa (e não me batam, que não fui eu que escolhi):
Capa Além de Darwin baixa.jpg
Ou vejam a versão maiorzinha aqui.
O lançamento paulistano deve acontecer no dia 27 de outubro. Em breve dou mais detalhes. Para quem não sabe, trata-se da coletânea revista e ampliada, com vários textos inéditos, das minhas colunas sobre evolução no G1.
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Ééééééé do Brasil!

O meu, o seu, o nosso Chapéu, Chicote e Carbono-14 levou para casa o primeiro lugar do Prêmio ABC para blogs científicos, categoria Ciências Sociais e Humanidades, Educação e Blogs Didáticos. Confira o anúncio de todas as categorias no blog do professor Osame Kinouchi, coordenador dessa meritória iniciativa.
Repare também que os primeiros lugares de TODAS as categorias foram arrematados pela galera do ScienceBlogs. Como sempre, mamãe nunca poderá me acusar de andar com más companhias, antes pelo contrário. Obrigado a todos que depositaram essa confiança na gente!

Vote no Carbono-14 no I Prêmio ABC para Blogs Científicos!

Foi dada a largada para a votação do I Prêmio ABC para Blogs Científicos, uma iniciativa do Anel de Blogs Científicos do Laboratório de Divulgação Científica da USP de Ribeirão Preto. O Chapéu, Chicote e Carbono-14 está concorrendo na categoria Ciências Sociais e Educação (Ciências Sociais e humanidades + Educação e Blogs Didáticos). Eu poderia estar roubando, eu poderia estar matando, mas estou aqui pedindo o SEU voto 😉
Mas calma: o esquema de votação é por pares, e não pelo público em geral, o que significa que só os blogueiros já cadastrados no Anel de Blogs Científicos terão direito a voto. Portanto, se você é um deles, agradeço se puder considerar minhas humildes aventuras arqueológicas dignas dessa honraria. E, claro, não se esqueça de votar também nos demais colegas do ScienceBlogs Brasil que estão nessa disputa, e que certamente merecem estar entre os primeiros do país!

Unesp Ciência: enfim, os links

Graças às boas graças (oops!) da nobre Giovana Girardi, temos os links da recém-lançada Unesp Ciência. É só clicar aqui para se esbaldar, macacada. Foi mal pelo quiprocó de ontem.

Mea culpa, mea maxima culpa

A relação entre cientistas e jornalistas nem sempre é fácil, como muita gente que nos visita aqui no ScienceBlogs está careca de saber. Por uma mistura de cansaço, descuido, pressa e azar, acabei publicando na Folha desta semana uma reportagem que desagradou bastante meu entrevistado, José Eduardo de Carvalho, da Unifesp de Diadema. O professor José Eduardo enviou uma carta a ser publicada no jornal sobre o problema, mas como o espaço de cartas é sempre limitado, achei que seria interessante colocar todas as críticas por aqui. É o mínimo que posso fazer como mea culpa. Seguem os comentários abaixo, enviados por e-mail.
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Prezado Reinaldo,
acabei de ler o artigo com atenção e percebi que nele há imprecisões que não deveriam ter sido publicadas sem revisão por este jornal!
Vou tentar apontar algumas coisas do que li:
1. “As pesquisas com um sapo e uma perereca habituados à secura do sertão estão revelando truques fisiológicos e comportamentais inusitados, que permitem aos bichos aguentar a falta d’água.”
Comentário: Desde quando, na história da biologia, ajustes fisiológicos e comportamentais tão importantes quanto esses apresentados por estes animais são “truques” “inusitados”. Há vasta literatura sobre o assunto e nós construimos nossas hipóteses sobre “décadas” de pesquisa sobre animais tolerantes a estas condições. Creio que por mais glorioso que seja o espírito de divulgação da ciência, esta tem que ser feita com termos apropriados, o que não necessariamente são técnicos.
2. “José Eduardo de Carvalho, da Unifesp de Diadema (Grande São Paulo), apresentou resultados recentes de seus estudos sobre o tema na reunião anual da Fesbe (Federação de Sociedades de Biologia Experimental), que terminou sábado em Águas de Lindoia (SP)”
Comentário: Já disse nas mensagens anteriores e na palestra na Fesbe que esses trabalhos são de uma colaboração com pesquisadores da USP (Carlos Navas e Isabel Cristina Pereira). É bastante injusto ver isso escrito na forma como está.
3. “Contudo, as observações de Carvalho com o sapo sertanejo Rhinella granulosa subvertem essa lógica. “Os juvenis da espécie, depois de concluírem a metamorfose [de girino para sapo], passam toda a estação seca ativos. São sapos pequenininhos pulando num solo com 50ºC de temperatura”, contou o pesquisador à Folha.”
Comentário: Nós não sabemos ao certo o que estes animais fazem, e aspectos fisiológicos relacionados com a tolerância a altas temperaturas já foram bastante explorados em diversos trabalhos. O nosso trabalho ( 2007 Comparative Biochemistry and Physiology, Part A 147: 647-657) discute isso e explora o assunto em uma espécie de interesse nacional.
4. “O que acontece, ao que tudo indica, é que as enzimas (proteínas aceleradoras de reações químicas) que regem o ciclo respiratório dos sapinhos são capazes de resistir intactas a essas temperaturas, que derrotariam qualquer ser humano”.
Comentário: A frase “que derrotariam qualquer ser humano” me levou a pensar que humanos não poderiam viver na temperatura das caatingas, o que não é o caso.
5. “A gente ainda não sabe como ele consegue isso”, afirma Carvalho. A hipótese do pesquisador é que outras substâncias, as chamadas chaperonas, formam um invólucro que impede as enzimas de simplesmente derreter. O interessante é que o sapo adulto, de porte mais avantajado, perde o gosto pela vida no limite e adota hábitos noturnos”
Comentário: as proteínas chaperonas (estudadas a décadas!) não são “substâncias”, e formar um “invólucro que impede as enzimas de simplesmente derreter” é conceitualmente errado! As chaperonas não formam “invólucros” e proteínas (como as enzimas) não “derretem”. Isso tudo, apesar de ter um espírito de divulgação voltado ao publico leigo ao assunto, não é adequado.
6. “A situação da perereca Pleurodema diplolistris é ainda mais inusitada. Em ambientes secos, muitos animais adotam a chamada estivação, que pode ser considerada a “irmã gêmea” da hibernação em ambientes onde o calor intenso, e não o frio, é o inimigo. Animais que estivam também podem ficar numa espécie de animação suspensa até o calor amainar.”
Comentário: O conceito de estivação ainda é muito discutido e não sabemos se P. diplolistris realmente estiva nos moldes tradicionais. As evidências do trabalho mostram isso. mas dizer que a estivação é a “irmã gêmea” da hibernação ficou mais uma vez inadequado e, conceitualmente, errado. Ainda que P. diplolistris estive, certamente não são necessariamente as altas temperaturas que levam a isso, mas a falta de recursos hídricos. Como eu salientei na palestra, o regime de chuvas – e não a temperatura – tem mais relação com as fases de atividade e inatividade – aparente – dos animais.
7. “Mas não a P. diplolistris. “Considera-se que o bicho estiva, mas na verdade nós vimos que ele, ao se enterrar, fica se movendo o tempo todo, buscando as áreas do solo arenoso onde há mais umidade”, diz Carvalho. Seria um tipo de estivação com “insônia”.
Comentário: Ainda não sabemos se os animais ficam se movendo o tempo todo. Nós temos evidências de que estes parecem se enterrar cada vez mais profundamente quando há um prolongamento da estação seca. Mas nós não sabemos a que taxa os animais se movem, ou mesmo se fazem isso de fato ou foi apenas um achado coincidente. Mas dai dizer que Pleurodema diplolistris “estiva” mas tem “insônia” também é inadequado.
8. “Carvalho faz parte do recém-criado Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Fisiologia Comparada, iniciativa que reúne diferentes centros do Brasil. As pesquisas que o grupo conduz vai muito além da curiosidade pelo inusitado.”
Comentário: Eu de fato hoje em dia faço parte do INCT em Fisiologia Comparada, mas todos os trabalhos apresentados foram realizados em grande colaboração com o Prof. Carlos Arturo Navas (do Instituto de Biociências da USP de São Paulo) e com a aluna de mestrado (co-orientada por mim) Isabel Cristina Pereira. Isso foi deixado claro diversas vezes na palestra e nas mensagens. Os dois trabalhos, com R. granulosa e com P. diplolistris, foram financiados pelo projeto do Prof. Carlos Navas provenientes da FAPESP. É injusto não ressaltar a importância do trabalho sem mencionar isso. Como disse, o trabalho com Rhinella granulosa já esta publicado, e aquele com P. diplolistris é a tese de mestrado da Isabel que ainda nem foi defendida.
9. “Os animais que estudamos podem ser modelos interessantes de diversas situações fisiológicas”, diz outro membro do instituto, Luciano Rivaroli, da Universidade Federal de São João del Rey (MG).”
Comentário: O Prof. Luciano é um grande amigo, mas ele nada tem com estes trabalhos com anuros. Da forma como está na matéria ele acaba levando mais crédito do que o meus colaboradores mais próximos.
Apesar de todos esses equivocos, creio que os principais problemas seriam prontamente solucionados se eu tivesse tido a chance de ler o conteúdo da matéria antes dessa ser publicada. Se isso fosse feito, o objetivo da reportagem de levar ao publico externo à universidade a divulgação dos conhecimentos que aqui são gerados teria sido alcançado com grande sucesso e com GRANDE GRATIDÃO de minha parte. Acredito que encurtar o caminho que existe entre a universidade e a comunidade é a melhor forma de construirmos um país melhor e próspero, livre de preconceitos e enganações.

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