Todo o besteirol reunido!

O vídeo abaixo é um apanhado das mais variadas besteiras que misturam misticismo e Física Quântica.Sabe toda aquela besteira que a consciência cria/modifica a realidade? Tá toda aí. Em inglês.

Discussão - 7 comentários

  1. e. s. disse:

    Renan,
    fiquei curioso. Ao chamar isso tudo de 'besteira', podemos entender que você considera a realidade exatamente como a percebe?
    Se sim, sugiro uma olhadela em alguns textos introdutórios à fenomenologia. Se não, talvez nem todos os argumentos sejam, em última instância, 'besteira'.
    A propósito, adianto que minha posição é de agnosticismo em relação ao tema. Não posso confirmar o que dizem no vídeo, nem posso dizer que é tudo 'besteira', neste último caso porque, até agora, não sou capaz de provar um negativo (embora haja quem defenda o contrário).

  2. Jampa disse:

    E.S,
    acho, pelo que vi no vídeo, que o ponto de Renan (vou me arriscar aqui por que não sei o que ele de fato pensa) está na transição rápida que encontramos no vídeo( diria transição"fácil", para usar um termo caro à fenomenologia) do que a física diz (e de como ela diz) para esse discurso peseudo-científico de carater místico. Acho que a questão aí não chega nem a ser de filosofia da ciência (realismo-científico - base experimental do conhecimento x idealismo filosófico - da teoria da percepção contida na fenomenologia), mas apenas um constatar de um falso diálogo amoroso entre a física quântica e sua versão mística-religiosa contida nos depoimentos do vídeo.

  3. Renan disse:

    Olá, e.s.
    Talvez você esteja indo em questões mais complexas que deveria. É claro pra mim que só temos acesso à parte da realidade que percebemos com nossos sentidos e instrumentos, e não podemos afirmar que ela é exatamente da forma como percebemos. Mas acredito (já que isso não é uma questão demonstrável) que exista uma realidade independente dos sentidos, apesar de não termos acesso privilegiado a ela, que existiria mesmo que não houvesse uma consciência a tentar apreciá-la. Mas isso é ir além do que o vídeo se presta.
    O que os palestrantes e narradores concentrados no vídeo falam não tem nada a ver com a sutileza das questões envolvidas no que você perguntou. Eles falam de se modificar a realidade (o engarrafamento, a saúde, a estrutura atômica, a vizinha chata) pelo simples fato de se desejar, no pior estilo "O Segredo". E tudo isso através de argumentos que não se sustentam. Apenas afirmam que "A física quântica diz isso", "a holografia diz isso", "os fractais e a teoria do caos dizem aquilo". É uma simples mistura forçada de misticismo e ciência. Uma das pessoas no vídeo chega a afirmar que não existiria universo se não existisse consciência. E sinto muito, não posso concordar com isso.

  4. e. s. disse:

    Jampa,
    concordo com a crítica à transição apressada entre a paixão e o amor de um demiurgo, o que já me proporcionou dúzias de olhares incisivos dos fãs de projetos como What de bleep do we know? e quejandos (O segredo eu simplesmente, e ostensivamente, desconheço). Em sala de aula, costumava dizer que os defensores de tais propostas até podem ter razão, mas suas afirmações estão além da filosofia - ou além da ciência, que é o contexto presente.
    Renan, você tem razão, extrapolei a questão, mas de propósito, porque embora a pressa dos argumentadores seja evidente para os menos do-misti-cados, o fato é que ainda não podemos dizer muita coisa sobre essa deformação da percepção que, em primeira (e não última) instância, nos deforma a própria realidade. O cuidado foi só pra não cobrir a pressa do misticismo com a outra do besteirol.
    Posso acreditar que haja fenômenos independentes de mim, para isto basta analisar qualquer registro de qualquer coisa no tempo com mais alguém, julgando que a realidade se dá no consenso do real, mas não posso acessar tais fenômenos, por conseguinte não posso ultrapassar essa assertiva e transformar a fé em conhecimento, pois o outro que me provê consenso pode ser uma alucinação, criação minha.
    Por mais que a concepção de um universo à revelia de minha própria existência pareça plausível, afirmá-lo para além de mim é impossível. No frigir dos ovos, estamos criticando posições de fé nesta associação apressada entre física quântica e mística oriental, crítica que endosso, mas não deixo de pensar que minha própria crença nessa falsa relação pode ser pautada por outras falsas relações, isto é, outras questões de fé.
    É o velho problema da metafísica, ser um cobertor que não pode cobrir a si mesmo. De todo modo, se é pra escolher entre um time e outro, por ora prefiro jogar no time dos "com camisas". Se um dia raspar os cabelos e começar a recitar mantras, passo aqui pra galhofar dos infiéis com um livreto sobre as oito vias =)
    Finalmente, sugiro o filme Waking life, de Richard Linklater, que levanta parte das mesmas questões sobre a percepção, mas sem o excesso de respostas pasteurizadas.
    Abraços.

  5. e. s. disse:

    * foi o demônio da revisão que pôs o "de" entre o "What" e o "bleep", ou é coisa de minha infância em tradição cristã, tsc, tsc...

  6. Renan disse:

    Olá e.s. De fato, o que menos essas questões precisam é de respostas apressadas. Temo, portanto que eu tenha dado também uma reposta apressada ao chamar simplesmente de besteirol sem explicar minha posição. Nesse sentido agradeço o puxão de orelha. Volte sempre!

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