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Renan é doutorando em Física. Atualmente estuda as partículas elementares chamadas de neutrinos, especialmente aqueles de altas energias produzidos em objetos astrofísicos. Gosta do que faz apesar de não ser tão bom nisso quanto acha necessário.
Hipercubos da imagem de fundo obtidos daqui.
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Discussão - 7 comentários
Renan,
fiquei curioso. Ao chamar isso tudo de 'besteira', podemos entender que você considera a realidade exatamente como a percebe?
Se sim, sugiro uma olhadela em alguns textos introdutórios à fenomenologia. Se não, talvez nem todos os argumentos sejam, em última instância, 'besteira'.
A propósito, adianto que minha posição é de agnosticismo em relação ao tema. Não posso confirmar o que dizem no vídeo, nem posso dizer que é tudo 'besteira', neste último caso porque, até agora, não sou capaz de provar um negativo (embora haja quem defenda o contrário).
E.S,
acho, pelo que vi no vídeo, que o ponto de Renan (vou me arriscar aqui por que não sei o que ele de fato pensa) está na transição rápida que encontramos no vídeo( diria transição"fácil", para usar um termo caro à fenomenologia) do que a física diz (e de como ela diz) para esse discurso peseudo-científico de carater místico. Acho que a questão aí não chega nem a ser de filosofia da ciência (realismo-científico - base experimental do conhecimento x idealismo filosófico - da teoria da percepção contida na fenomenologia), mas apenas um constatar de um falso diálogo amoroso entre a física quântica e sua versão mística-religiosa contida nos depoimentos do vídeo.
Olá, e.s.
Talvez você esteja indo em questões mais complexas que deveria. É claro pra mim que só temos acesso à parte da realidade que percebemos com nossos sentidos e instrumentos, e não podemos afirmar que ela é exatamente da forma como percebemos. Mas acredito (já que isso não é uma questão demonstrável) que exista uma realidade independente dos sentidos, apesar de não termos acesso privilegiado a ela, que existiria mesmo que não houvesse uma consciência a tentar apreciá-la. Mas isso é ir além do que o vídeo se presta.
O que os palestrantes e narradores concentrados no vídeo falam não tem nada a ver com a sutileza das questões envolvidas no que você perguntou. Eles falam de se modificar a realidade (o engarrafamento, a saúde, a estrutura atômica, a vizinha chata) pelo simples fato de se desejar, no pior estilo "O Segredo". E tudo isso através de argumentos que não se sustentam. Apenas afirmam que "A física quântica diz isso", "a holografia diz isso", "os fractais e a teoria do caos dizem aquilo". É uma simples mistura forçada de misticismo e ciência. Uma das pessoas no vídeo chega a afirmar que não existiria universo se não existisse consciência. E sinto muito, não posso concordar com isso.
Só besteirada mesmo...
Jampa,
concordo com a crítica à transição apressada entre a paixão e o amor de um demiurgo, o que já me proporcionou dúzias de olhares incisivos dos fãs de projetos como What de bleep do we know? e quejandos (O segredo eu simplesmente, e ostensivamente, desconheço). Em sala de aula, costumava dizer que os defensores de tais propostas até podem ter razão, mas suas afirmações estão além da filosofia - ou além da ciência, que é o contexto presente.
Renan, você tem razão, extrapolei a questão, mas de propósito, porque embora a pressa dos argumentadores seja evidente para os menos do-misti-cados, o fato é que ainda não podemos dizer muita coisa sobre essa deformação da percepção que, em primeira (e não última) instância, nos deforma a própria realidade. O cuidado foi só pra não cobrir a pressa do misticismo com a outra do besteirol.
Posso acreditar que haja fenômenos independentes de mim, para isto basta analisar qualquer registro de qualquer coisa no tempo com mais alguém, julgando que a realidade se dá no consenso do real, mas não posso acessar tais fenômenos, por conseguinte não posso ultrapassar essa assertiva e transformar a fé em conhecimento, pois o outro que me provê consenso pode ser uma alucinação, criação minha.
Por mais que a concepção de um universo à revelia de minha própria existência pareça plausível, afirmá-lo para além de mim é impossível. No frigir dos ovos, estamos criticando posições de fé nesta associação apressada entre física quântica e mística oriental, crítica que endosso, mas não deixo de pensar que minha própria crença nessa falsa relação pode ser pautada por outras falsas relações, isto é, outras questões de fé.
É o velho problema da metafísica, ser um cobertor que não pode cobrir a si mesmo. De todo modo, se é pra escolher entre um time e outro, por ora prefiro jogar no time dos "com camisas". Se um dia raspar os cabelos e começar a recitar mantras, passo aqui pra galhofar dos infiéis com um livreto sobre as oito vias =)
Finalmente, sugiro o filme Waking life, de Richard Linklater, que levanta parte das mesmas questões sobre a percepção, mas sem o excesso de respostas pasteurizadas.
Abraços.
* foi o demônio da revisão que pôs o "de" entre o "What" e o "bleep", ou é coisa de minha infância em tradição cristã, tsc, tsc...
Olá e.s. De fato, o que menos essas questões precisam é de respostas apressadas. Temo, portanto que eu tenha dado também uma reposta apressada ao chamar simplesmente de besteirol sem explicar minha posição. Nesse sentido agradeço o puxão de orelha. Volte sempre!