Reciclando Aceleradores de Partículas

Aceleradores de Partículas são importantíssimos não só para a pesquisa em Física de Altas Energias, mas também para diversos outros empreendimentos. E não falo apenas  de potenciais tentativas de destruição mundial ou do tubo da sua antiga TV. Aceleradores de Partículas podem ser usados também para produção de radiação de alta energia para “sondar” propriedades dos mais diversos materiais, inclusive biológicos. Por exemplo, leiam sobre Luz Síncrotron, aqui

Com relação à pesquisa em Física, os aceleradores foram importantíssimos por permitirem reproduzir controladamente fenômenos que antes só podiam ser estudados através de decaimento radioativo de átomos ou de raios cósmicos.

É razoável que se queira alcançar energias cada vez maiores, e portanto que se construa aceleradores cada vez mais poderosos. Mas o que fazer com os velhos? Desmontar? Transformar em atração turística? Dar para o sobrinho pentelho brincar?

Às vezes se faz o primeiro, às vezes o segundo e nunca o terceiro. A não ser que você queira criar um gênio do mal.

Outra solução é continuar usando o trambolho, só que ao invés de usá-los para colidir partículas, usa-se para acelerar um pouco as partículas previamente e então injetá-las no acelerador mais potente. É assim que se faz, por exemplo, no CERN [1] onde alguns aceleradores mais antigos são usados para dar aquele chute nas partículas antes que entrem na atual menina dos olhos do laboratório, o LHC.

Os Prótons e ìons usados nas colisões do LHC são inicialmente acelerados nos aceleradores lineares. Passam então para o Proton Synchrotron, de 1959, e em seguida para o Super Proton Synchrotron, de 1976, e por fim para o LHC. O LHC por sua vez foi construído no mesmo túnel que era usado pelo LEP, que funcionou de 1989 a 2000.

É claro que foram feitas modificações e upgrades nos aceleradores antigos para que pudessem ser usados nas pesquisas atuais, mas acho que isso ilustra bem o “gambiarra lifestyle” dos físicos de partículas. “O quê? O tubo de resfriamento está  com vazamento? Um chiclete não resolve não?”

Ok, ok, não é assim. Só achei que seria legal compartilhar essa informação do reaproveitamento e fiquei sem punchline. Mais sorte para mim da próxima vez. =P

[1]: À época da fundação, Centro Europeu de Pesquisa Nuclear, hoje Organização Européia
de Pesquisa Nuclear, mas mantém-se a sigla antiga por culpa do
Heisenberg =P

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