5 empresas que estão utilizando a biotecnologia para mudar o mundo
Todos os dias, mais de 90 milhões de barris de petróleo são produzidos e mesmo assim este número continua a crescer. O consumo deve chegar próximo de 100 milhões em 2020. A queima e o refino do petróleo são grandes responsáveis pela poluição, o aquecimento global e danos à saúde. Felizmente muitas empresas estão buscando alternativas renováveis e aqui vão 5 exemplos.
DuPont
A mais velha da lista, a DuPont utiliza microrganismos e açúcar de milho para produzir produtos renováveis de diferentes finalidades, desde vestuário até móveis. Um desses produtos, o Sorona® EP, é um plástico termo resistente atualmente empregado no Toyota Prius.
LanzaTech
Fundada em 2005 e com sede nos EUA, a LanzaTech emprega arqueobactérias que são capazes de transformar a poluição em produtos renováveis, como combustíveis, nylon e borracha.
Gases poluentes ricos em carbono provenientes da indústria, como a siderúrgica, vão para um bioreator, onde os microrganismos fermentadores se encarregam de tranformá-los em etanol e outras moléculas que são utilizadas para produzir plástico, fibras sintéticas e borracha. O etanol da LanzaTech não depende de fontes de alimentos e terras aráveis, como o álcool obtido a partir do milho ou da cana-de-açúcar. Com apenas 10 anos, a empresa já possui 85 patentes e outras 250 pendentes. A primeira fábrica em escala comercial começa a operar ainda esse ano na China, e a companhia aérea Virgin Atlantic deve ser a primeira a voar com o combustível.
Sapphire Energy
Fundada em 2007, e com três plantas na Califórnia e Novo México, a Sapphire Energy é a primeira e única empresa no mundo a utilizar algas para produzir petróleo. Seu petróleo renovável recebeu o nome de Green Crude, e não depende de água potável nem de terras aráveis. As algas capturam dióxido de carbono durante processo, o que faz o Green Crude neutro em emissões de CO2. Com investidores como Bill Gates, a família Rockfeller e a Monsanto, a empresa espera que ele seja competitivo com o petróleo fóssil já em 2018.
NatureWorks
Em média, cada pessoa no mundo irá consumir 45 kg de plástico em 2015, e apenas uma parte disso será reciclado. De olho neste mercado, a NatureWorks criou o Ingeo™, um plástico revolucionário.
Sua fábrica nos EUA utiliza o açúcar proveniente de plantas e leveduras para produzir ácido lático, o responsável por formar o plástico PLA (ácido polilático). Ele é capaz de substituir o PET e o PS, presentes em garrafas, talheres descartáveis e eletrônicos. Ao contrário do plástico derivado do petróleo, ele é facilmente reciclado e gera 60% menos gases do efeito estufa.
Amyris
Criada em 2003 e com cerca de 400 funcionários, a empresa americana emprega biologia sintética para produzir produtos químicos renováveis utilizados em cosméticos, fragrâncias, combustíveis e medicamentos.
Com apoio da fundação Bill & Melinda Gates, a Amyris desenvolveu uma levedura capaz de criar um precursor da artemisinina, o medicamente utilizado no tratamento da malária, doença que mata todos os anos mais de meio milhão de pessoas. Em 2013, a empresa farmacêutica Sanofi iniciou a produção da artemisinina utilizando essa tecnologia.
No Rio de Janeiro e em São Paulo, o combustível da empresa, o Diesel de Cana™, é utilizado diariamente por cerca de 400 ônibus. Em 2014, a GOL fez o primeiro vôo comercial com uma mistura contendo 10% de combustível renovável.
A Revista The Economist do mês passado apontou a biotecnologia como um dos campos que mais poderão contribuir para a evolução humana no futuro. Pelo jeito algumas empresas já saíram na frente.
Empreendedorismo, Inovação e Biologia Síntetica
A princípio, traçar um paralelo entre empreendedorismo e biologia sintética pode ser um pouco complicado, principalmente se pensarmos em complexidades de projetos e na falta de investimento em pesquisa que temos aqui no Brasil advinda da iniciativa privada.
A visão de não investir em pesquisa e inovação está se alterando e hoje grandes empresas já olham para as universidades como fontes de tesouros – geração de conhecimento e mão-de-obra especializada. Mas não são apenas as grandes empresas que podem se beneficiar desse crescimento da pesquisa. Universitários com boas ideias e atitudes empreendedoras estão mostrando que inovar é o primeiro grande passo para o sucesso. Com auxílio de incubadoras ou investidores muitos jovens das formações mais distintas levantam-se dos bancos das salas de aulas e laboratórios e assumem um novo posto: o de empresário.
A biologia sintética surge como uma ferramenta muito interessante para aqueles que gostam de inovar e tem boas ideias. Apesar da aparente complexidade, os processos laboratórias estão cada dia mais baratos e “automatizados” permitindo que sejam desenvolvidos processos metabólicos em organismos como se desenvolve uma linha de produção numa empresa. Saber usar a maquinaria celular (enzimas, por exemplo) ao nosso favor pode ser a diferença entre processos químicos demorados e caros ou uma síntese biológica com baixo custo, alta produtividade, pureza e rapidez.
Muitas áreas diferentes podem se beneficiar do estudo da biologia molecular de forma automatizada e muitos exemplos da aplicação de microrganismos podem ser citadas: alimentos, combustíveis, fármacos até mesmo circuitos elétricos já receberam suas contribuições dos organismos geneticamente modificados. Apesar de pensar que a biologia sintética pode transformar o mundo, podemos começar transformando nossas vidas com ideias simples mas lucrativas, como fez o grupo vencedor do iGEM de 2012 que desenvolveu um detector para carne em decomposição e como fizemos ao desenvolver o plasmídeo plug and play e como pretendemos fazer agora em 2013 com os projetos que estamos começando a desenvolver.
Para ajudar a ilustrar, vou dar um exemplo, mas sem nome de pessoas ou compostos. (rs) O laboratório de um dos meus professores encontrou uma bactéria capaz de produzir uma substância antioxidante que acreditava-se ser produzida apenas por plantas. O custo de plantação, extração e purificação da substância é bastante alto e isso faz com que o valor de mercado dessa tal substância seja muito elevado. Identificar, isolar e manipular os genes responsáveis por essa propriedade tão única da bactéria e transferi-los para um organismo mais conhecido e manipulável, como a E.coli pode significar uma grande economia para produção, uma patente e um lucro gigantesco para aquele que conseguir produzir em um frasco num shaker quantidade similar do composto que é produzida por uma fazenda inteira.
E aí? Vamos ficar ricos com a Biologia Sintética? Não sei, mas essa já é uma boa ideia.
As 50 empresas mais quentes de bioenergia
Acabou de sair um ranking de empresas que reconhece a inovação e os avanços em bioenergia. Entre as 50, 37 são dos EUA, 15 são ativas no desenvolvimento do etanol celulósico, 5 desenvolvem algas para soluções energéticas e 16 produzem novos biocombustíveis avançados como o biobutanol, biodiesel, gasolina e combustíveis de jato renováveis.
Veja a reportagem completa:
The 50 Hottest Companies in Bioenergy for 2010-11 are:
Last year’s rank (2009-10)
1. Amyris 3
2. Solazyme 1
3. POET 2
4. LS9 8
5. Gevo 13
6. DuPont Danisco 7
7. Novozymes 11
8. Coskata 6
9. Codexis 35
10. Sapphire Energy 5
11. Virent 21
12. Mascoma 10
13. Ceres 28
14. Cobalt Technologies 30
15. Honeywell’s UOP 12
16. Enerkem 25
17. BP Biofuels 4
18. Genencor 26
19. Petrobras 18
20. Abengoa Energy 15
21. Qteros 22
22. Joule Unlimited 32
23. Shell 27
24. Bluefire Renewables 19
25. Rentech 38
26. Algenol 24
27. ZeaChem 20
28. PetroAlgae 16
29. Neste 29
30. Synthetic Genomics 17
31. LanzaTech 41
32. Iogen 23
33. OriginOil 42
34. RangeFuels 14
35. ExxonMobil 29
36. Cargill NR
37. SG Biofuels 49
38. Butamax 38
39. Terrabon 47
40. Cosan NR
41. Verenium 9
42. Waste Management 42
43. IneosBio 36
44. Dynamic Fuels NR
45. Fulcrum Bioenergy 48
46. KL Energy 34
47. KiOR NR
48. Chevron NR
49. Monsanto NR
50. Inbicon 50