Essa era tísica, doutor
“Tísica”, crianças, é um jeito mais velho do que andar pra frente de dizer que a pobre pessoa tem tuberculose. Velho, sem dúvida, mas não velho o suficiente para os padrões da senhora Irtyersenu, morta por volta de 600 a.C., a primeira múmia a passar por um exame paleopatológico em 1825. Acontece que erraram o diagnóstico: em vez de morrer de um câncer de ovário, a pobre faleceu mesmo foi de tuberculose, indica nova análise.
O estudo liderado por Helen Donoghue, do University College de Londres, revisitou os restos mortais de Irtyersenu, originalmente descritos para a Royal Society pelo Dr. Augustus Bozzi Granville. Conclusão número 1: o tal câncer era um cistadenoma benigno, insuficiente para fazer a infeliz egípcia bater as botas.
Conclusão número 2: o tecido pulmonar da pobre revelou uma secreção potencialmente fatal.
Conclusão número 3: os pesquisadores conseguiram extrair DNA de Mycobacterium tuberculosis, bactéria da doença quase homônima, desses tecidos, e obtiveram também moléculas que compõem a parede celular do microrganismo.
E, assim, esse caso de House da Antiguidade parece estar resolvido. E não era lúpus.
Discussão - 0 comentários