Estatisticamente Mortal

Se você é um aspirante a Físico, assim como eu, deve saber o quanto antes dos problemas que essa profissão pode trazer para a sua saúde.

Tome como exemplo Ludwig Boltzmann. Sim sim, o cara da constante. Boltzmann é extremamente conhecido por sua vasta contribuição para a Mecânica Estatística e para a Termodinâmica. E foi exatamente isso que o levou a dar cabo de sua própria vida.

Desesperançoso, desiludido, tendo dormido no banheiro desde o verão de 1872, Boltzmann se descabelava pelo fato de seu teorema H apontar para o crescimento irreversível da entropia de um gás ideal em um processo irreversível apesar de toda a mecânica por trás da descrição ser temporalmente reversível.

Desenvolveu sintomas de alternância de humor semelhantes ao do transtorno bipolar, e em 1906, numa viagem de férias, se enforcou.

Pouco antes, Boltzmann foi orientador de Paul Ehrenfest, tendo sido o responsável por fazê-lo se interessar por física teórica. Ehrenfest é conhecido pelo teorema que leva seu nome, mas se enveredou por diversos assuntos da relação entre a Mecânica Estatística e a Mecânica Quântica. 

Ehrenfest acabou responsável por fazer uma revisão de Mecânica Estatística, trabalho, antes feito pelo auto-falecido Boltzmann, que durou vários anos e que foi publicado em 1911. E como uma maldição, no início da década de 1930, Ehrenfest passou a sofrer de grave depressão, se matando com um tiro.

Então, se você estiver pensando em se especializar na área de Mecânica Estatística, procure saber sobre sua propensão à depressão, e principalmente, se sua genealogia acadêmica está ligada a Boltzmann. Todo cuidado é pouco.

Nunca é tarde para uma autocrítica

Em raríssimas ocasiões pude presenciar um momento como este. Uma diretora de revista escrever uma autocrítica tão brilhante da prática jornalística no que se refere à cobertura de descobertas científicas deve ter ocorrido umas, sei lá, zero vezes.

O fato é que a senhora Ruth de Aquino, em sua coluna na revista Época, foi direto ao ponto e apertou todas as feridas abertas do jornalismo de ciência. Se pondo no lugar de um leitor comum, sem intimidade como o processo de produção científica, Ruth apresentou todas as possíveis más interpretações que se pode ter dos resultados de pesquisas na forma como são apresentados pelo péssimo jornalismo de ciência brasileiro.

Esse jornalismo que divulga resultados iniciais ou parciais de forma engraçadinha como se a obtenção daquele dado fosse tudo o que a pesquisa pretendia. Ou ainda, divulga resultados de Ciência Básica de forma desdenhosa, insinuando desperdício de dinheiro, quando na verdade é a pesquisa básica que permite que as comodidades tecnológicas apareçam mais tarde.

A jornalista então “comete” tais erros (para ilustrar a confusão que o leigo faz) e ainda, para ser mais realista, pontua seu texto com os mais diversos clichés, como “Quanto tempo perdido” ou “Para provar o que todo ser humano já sabe”.

Um retrato perfeito do Caos que é o jornalismo de ciência no país. Só posso bater palmas para uma atitude tão ousada da senhora Ruth de Aquino por enfrentar de forma mordaz não só seus colegas jornalistas, em especial os de ciência, como todos na grande mídia.

O quê? Não foi de propósito? Ela acha mesmo aquilo? Putz… pára…

Bom, se ela precisar inventar uma desculpa para tapar a burrada que disse, ela pode usar o que eu escrevi acima.

Fica a dica.

Físico(a) de Sexta 12

Depois de mais de mês, volto com nossa charada semanal na nova casa.

Quem é o Físico da Semana e qual sua relação com a figura?

Resposta: Como assim ninguém respondeu? Ninguém sabia ou fui ignorado completamente? Vai saber.

A figura é um diagrama para Bárions de Spin 1/2 a partir das características de carga (Q) e estranheza (S) que faz parte do esquema de classificação proposto por Murray Gell-Mann para as partículas, então elementares, conhecidas no início da década de 1960.

Mais tarde, Gell-Mann inferiu a existência de três partículas ainda mais elementares, que chamou de Quarks, e cujas combinações seriam responsáveis pelas caracteristicas das partículas compostas que apareciam nos diagramas como o acima.

Viram? Moleza, não? =P

Que lugar legal esse Scienceblogs Brasil, não?

Eis que, finalmente, surge o Scienceblogs Brasil. Lugar bonito não? Eu gostei muito!

Como o Lablogatórios foi assimilado pela maligna Grande Mídia americana, há de se deixar claro as cláusulas dessa fusão. Estamos proibidos contratualmente de revelar a grande verdade por trás dos discos voadores, da Terra Oca, da influência Illuminati nas pesquisas do LHC e tampouco da comprovação da existência da alma através da Física Quântica.

A essas questões, somos obrigados a responder de maneira irônica e mal-educada. Reclamações serão devidamente ignoradas pelo SAC.

Agora que deixei isso claro, gostaria de saber de meus fiéis milhões meia dúzia de leitores, e até dos amigos Sciencebloggers, suas opiniões sinceras sobre o n-Dimensional.

Considero-me, e sem falsa modéstia, um dos blogueiros mais fracos, senão O mais fraco, deste grupo do SbB. Gostaria de saber o que posso melhorar parar essa nova encarnação do blog. Devo comentar mais novidades? Devo postar mais frequentemente? Devo fazer um curso de Ortografia e Gramática? Devo incluir imagens de filhotes fofinhos no banner?

E por favor, nada de complacência. Sejam sinceros!

Hoje é Dia de Falar como Físico!

Ora ora, senhores. Eis que chega o dia mais esperado do ano: o Dia de Falar como Físico! É o dia em que todos são convidados usar o mais refinado jargão científico em suas conversas. Os Físicos fazem isso o tempo todo! Ano passado escrevi algumas lições de vocabulário (básico, intermediário e avançado) para que você, leitor não-físico, pudesse participar. Eu gostaria de ter feito outras lições este ano, com mais antecedência, mas algumas barreiras de potencial me impediram e tunelar não eram uma opção.

Falar como Físico é utilizar expressões que possuem um significado preciso na Física para situações do dia-a-dia. Este ano, o QF escreveu sobre alguns casos que aconteceram com ele. Para um Físico, o sabor do suco do bandejão não é simplesmente incognoscível por parecer ser de várias coisas ao mesmo tempo. É antes um superposição de sabores. Num caso específico, e de fato surpreendente (leitores pelo feed vão ter problemas para ler a expressão abaixo):

Ou seja, um estado superposto que, a cada gole, tem a chance de colapsar para um ou outro sabor, desde que você não leia o cartaz do cardápio =P.

Hoje também é dia do número Pi. É claro que para aqueles que marcam a data como mm/dd/aaaa, o que faz o dia de hoje ser 3/14, ou seja, os primeiros três dígitos do número Pi. Imagino que os matemáticos tenham ficado bastante felizes em 1592 :D. Para nós que marcamos a data de uma maneira menos ilógica, infelizmente, não há um dia “exato” já que abril só tem 30 dias. Por outro lado poderemos comemorar o dia aproximado de Pi em 22 de julho já que 22/7 = 3.1428… Em todo caso, ouça abaixo a musica do Pi. Ela é bastante irracional…

Também se comemora o 130º aniversário de Albert Einstein. Mas ele não é lá tão importante, não é =P

E ninguém contou seus “causos” para o Dia de Falar como Físico, como sugeri aqui. Shame on you! Aqueles que tiverem algum para contar podem por nos comentários. Seria muito legal!

8 de março…

Eu poderia escrever parágrafos e parágrafos neste Dia Internacional da Mulher, seja exaltando mulheres cientistas seja lamentando a baixa quantidade delas na carreira acadêmica. Seria bonitinho mas bastante cliché. Então faço apenas a seguinte pergunta aos meus milhares meia dúzia de leitores (e espero não ser mal interpretado):

Por que não há uma Barbie Cientista?

Pode conferir, não há.

Midiotices: Oh noes! O Terra ataca novamente!

Sintam o drama da matéria do Terra sobre o satélite Kepler:

A viagem intergaláctica tem previsão de 3,5 anos até a chegada à região onde ficam as constelações de Cygnus (Cisne) e Lyra (Lira), que abriga 100 mil estrelas similares ao Sol. No local, a sonda determinará a existência dos exoplanetas através das mudanças de luz que suas estrelas refletem quando passarem entre elas e o observatório. Uma vez detectado um deles, seu estudo poderá ser contínuo pelos telescópios Hubble e Spitzer.

Não acredita? Screenshot neles (clique que ela cresce).

Essa MERECEU um WTF em Comic Sans. Juro.

Falar mal da parte de ciências do Terra já está virando rotina… Quem escreveu isso??? Sério, que bom que o Terra esconde o nome do redator da matéria. Se dependesse de mim, essa pessoa não encontrava emprego nem como atendente da C&A, menos ainda como Jornalista de ciência.

Principalmente quando a PRIMEIRA pergunta no FAQ sobre a missão Kepler, no site da NASA, traz:

How long will it take Kepler to get to its target stars in Cygnus?

The Kepler spacecraft is not traveling to the stars in Cygnus. It will orbit our own Sun, trailing behind Earth in its orbit, and stay pointed at Cygnus starfield for 3.5 years to watch for drops in brightness that happen when an orbiting planet crosses (transits) in front of the star. Cygnus was chosen because it has a very rich starfield and is in an area of sky where the Sun will not get in the way of the spacecraft’s view for its entire orbit.

Quase esqueci de traduzir:

Quanto tempo a Kepler vai demorar para chegar até as estrelas da constelação de Cisne?

A nave Kepler não está viajando para as estrelas em Cisne. Ela orbitará nosso próprio Sol, logo atrás da Terra em sua órbita, e ficará apontada para as estrelas de Cisne por 3,5 anos para observar quedas na luminosidade que acontecem quando um planeta cruza (transita) na frente de uma estrela.  A constelação de Cisne foi escolhida por que é muito rica em estrelas e está numa área do céu em que o Sol não atrapalhará a visão da nave em toda sua órbita.

Já posso falar como Físico?

Lá pela metade de fevereiro, me formei em Física e me matriculei no Mestrado. Pode parecer que é grande coisa, mas não é. Um aluno finaliza a graduação em Física conhecendo, quando muito, a física até os anos 40 (com exceção de assuntos tratados em iniciação científica e que podem ser bem recentes). Assim, é até difícil alguém pleitear o título de Físico tendo apenas uma graduação. Sem muito exagero, okok com um pouco de exagero, atualmente é necessário pelo menos uns 2 pós-doutorados para-começar-a-pensar-no-caso-de-talvez-cogitar-a-possibilidade de se auto-intitular Físico.

Alguns, entretanto, pensam que podem justificar qualquer coisa que digam através de uma suposta formação em Física, até afirmações completamente desconectadas dessa ciência.

Lembro de ter visto certa vez num programa de qualidade duvidosa, se não me engano daquele Gilberto Barros, um quadro sobre supostos fenômenos paranormais. Uma das convidadas para comentar o caso, e que apoiava o suposto fenômeno, se apresentou como formada em Física. Em determinado momento, o apresentador perguntou pela opinião da convidada, e em seguida, como se confirmando, o apresentador perguntou “essa é sua opinião como espírita/espiritualista/não-lembro-a-palavra-exata?”, ao que ela respondeu “É minha opinião como espírita/espiritualista/não-sei-o-que e como Física”.

Não preciso nem dizer que caí para trás gargalhando. Nem entro no mérito da existência ou não desses fenômenos, no que pessoalmente não acredito, mas simplesmente NADA na Física justifica qualquer afirmação de fenômeno paranormal!

Outros ainda tentam usar uma versão, bastante, pessoal da Física para justificar sua visão de mundo. E imediatamente me vem à mente o senhor Laércio B. Fonseca, figurinha carimbada no meu blog anterior:

Em seu site, o “professor” se descreve como sendo:

Formado em física pela Unicamp e especializado em astrofísica abandonou sua vida universitária para se dedicar totalmente a área espiritual.

Acho que ele não devia ter abandonado a vida acadêmica já que quase tudo que ele diz no vídeo acima está errado. Talvez ele tivesse aprendido algo mais se tivesse continuado. Ou talvez trouxa seja eu que ainda não aprendi a tirar dinheiro fácil com livrinhos místicos. Leiam os tópicos dos dvds da palestra “Física Quântica e Espiritualidade”. É um primor!

Nem a convidada do programa, nem o senhor Laércio, são Físicos, mas parecem, ou pretendem parecer, falar como tal. Falar cheio de jargão de Física e Matemática é fácil. Tão fácil que qualquer filósofo pós-moderno é capaz de fazer isso. E nem é lá preciso um grande cérebro para ser filósofo pós-moderno…

É tão fácil falar como Físico que há até um feriado internético só para isso! Pois é, caros leitores, chegou a hora de comemorar mais um Dia de Falar como Físico.

Dia 14 de março é o Dia de Falar como Físico

(E dia do Pi e aniversário de Einstein…)

No ano passado, eu fiz o cartaz abaixo com minha porca habilidade de edição de imagem (clique para aumentar):

Se algum leitor com mais talento puder fazer um cartaz para este ano, seria fantástico!

Para este ano proponho que quem queria participar da comemoração deixe aqui nos comentários, ou em seus blogs (deixando o link nos comentários, claro), alguma situação engraçada pela qual tenham passado devido ao uso de jargão da Física, seja por um Físico, um “Físico” ou um leigo. Caso não tenha nenhuma história sobre Física, serve também sobre cientistas de outra área.   Vamos democratizar a comemoração.

O Talk Like a Physicist é o blog oficial da comemoração, deem uma passadinha lá também!

Bônus: Vi essa tirinha do Calvin na porta de um professor hoje. Achei simplesmente fantástica de tão nonsense!

“Eu não pude lê-lo porque meus pais se esqueceram de pagar a conta da gravidade”

Uma viagem e uma placa mal escrita

Um pequeno post quase pessoal para usar como “filler” enquanto me ajeito numa cidade nova.

Acabei de fazer minha primeira viagem de avião. Como fico nervoso ao estar em qualquer coisa que se mova sem depender de qualquer ação minha, incluindo escadas rolantes (ok, ok, estou exagerando nessa…), e como tenho uma leve acrofobia, os dois vôos que tive que pegar não foram experiências das mais agradáveis.

Entretanto, em meio a expectativa de voar num maldito pedaço de metal mais pesado que o ar, não pude deixar de notar o cartaz que informava o que não era possível carregar como bagagem de mão.

Parte da placa está na figura abaixo com um pequeno destaque:

Uma pessoa normal vai achar bastante justo que se proíba o transporte de material radioativo na bagagem de mão. Já uma pessoa perspicaz verá que a Infraero está simplesmente proibindo que se carregue qualquer tipo de material. Afinal, quase todos os átomos possuem isótopos radioativos que ocorrem naturalmente em alguma proporção.

Se levarmos mais ao pé da letra ainda, veremos que nem os humanos são permitidos no avião, já que parte, uma parte bem pequena na verdade, dos átomos de carbono e potássio, por exemplo, que formam nosso corpo são de variedades radioativas, especificamente Carbono 14 e Potássio 40.

É claro que estou apenas sendo implicante, mas não daria trabalho algum definir o quão radioativa um material deve ser para não poder ser transportado na bagagem.

Post ranzinza, não? Deve ainda ser efeito da viagem…

Einstein e as mensagens fofuchas sobre a crise

Agora pouco, enquanto assistia (ou era torturado pela) TV, um comercial do SBT me chamou à atenção. Uma mensagem bem bestinha sobre a Crise, sobre como superá-la e blá blá blá. No final, o comercial atribuía a Albert Einstein a autoria das frases ditas anteriormente. Achei tudo muito estranho. Não que Einstein não pudesse escrever nada sobre alguma crise (a de 29 por exemplo), mas a mensagem era, digamos, esquisita demais. Ao procurar a mensagem no Oráculo, obtive num site qualquer:

Não pretendemos que as coisas mudem, se sempre fazemos o mesmo. A crise é a melhor benção que pode ocorrer com as pessoas e países, porque a crise traz progressos. A criatividade nasce da angústia, como o dia nasce da noite escura. É na crise que nascem as invenções, os descobrimentos e as grandes estratégias.  Quem supera a crise, supera a si mesmo sem ficar “superado”. Quem atribui à crise seus fracassos e penúrias, violenta seu próprio talento e respeita mais aos problemas do que as soluções. A verdadeira crise, é a crise da incompetência. O inconveniente das pessoas e dos países é a esperança de encontrar as saídas e soluções fáceis. Sem crise não há desafios, sem desafios, a vida é uma rotina, uma lenta agonia. Sem crise não há mérito. É na crise que se aflora o melhor de cada um. Falar de crise é promovê-la, e calar-se sobre ela é exaltar o conformismo. Em vez disso, trabalhemos duro. Acabemos de uma vez com a única crise ameaçadora, que é a tragédia de não querer lutar para superá-la.
Albert Einstein
Tchi Bunitinhu, não? Que tal em inglês (do qual o trecho acima é uma tradução bem porca):

Let’s not pretend that things will change if we keep doing the same things. A crisis can be a real blessing to any person, to any nation. For all crises bring progress. Creativity is born from anguish. Just like the day is born form the dark night. It’s inventive in crisis that is born, as well as discoveries, and big strategies. He who overcomes crisis overcomes himself, without getting overcome. He who blames his failure to crises neglects his own talent, and is more respectful than to solutions to problems. The incompetence is the true crisis. The greatest inconvenience of people and nations is the laziness with which they attempt to find the solutions to their problems. There’s no challenge without a crisis. Without challenges, life becomes a routine, in slow agony. There’s no crisis without merits. It’s in the crisis where we can show the very best in us. Without a crisis, any wind becomes a tender touch. To speak about a crisis is to promote it. Not to speak about it is to exalt conformism. Let us work hard instead. Let us stop, once and for all, the menacing crisis that represents the tragedy of not being willing to overcome it.

Guess what? Nenhum dos sites/blogs/etc que traziam tal citação informavam sua origem. Por quê? Porque provavelmente não passa de mais uma história cliché inventada por um idiota qualquer e que passou a ser mal-atribuída a Einstein, a assim como aquela história besta de que “o mal é a ausência de deus assim como o frio é a ausência de calor”, que circula por e-mail desde os primórdios da internet, ou mesmo o famoso “Teste de Einstein”.

Einstein escreveu, sim, sobre a crise em seu livro “The World as I see it” (que também fala sobre diversos outros assuntos). Desse livro pode-se destacar a seguinte parte (se alguém tiver o trecho abaixo em português favor contribuir!):

Thoughts on the World Economic Crisis.

If there is one thing that can give a layman in the sphere of economics the courage to express an opinion on the nature of the alarming economic difficulties of the present day, it is the hopeless confusion of opinions among the experts.  What I have to say is nothing new and does not pretend to be anything more that the opinion of an independent and honest man who, unburdened by class or national prejudices, desires nothing but the good of humanity and the most harmonious possible scheme of human existence.  If in what follows I write as if I were clear about certain things and sure of the truth of what I am saying, this is merely done for the sake of an easier mode of expression. It does not proceed from unwarranted self-confidence or a belief in the infallibility of my somewhat simple intellectual conception of problems which are in reality uncommonly complex.

As I see it, this crisis differs in character from past crises in that it is based on an entirely new set of conditions, due to rapid progress in methods of production.  Only a fraction of the human labour in the world is needed for the production of the total amount of consumption-goods necessary to life.  Under a completely free economic system this fact is bound to lead to unemployment.  For reasons which I do not propose to analyse here, the majority of people are compelled to work for a minimum wage on which life can be supported.  If two factories produce the same sort of goods, other things being equal, that one will be able to produce them more cheaply that employs less workmen – i.e., makes the individual worker work as long and as hard as human nature permits.  From this it follows inevitably that, with methods of production what they are today, only a portion of the available labour can be used.  While unreasonable demands are made on this portion, the remainder is automatically excluded from the process of production.  This leads to a fall in sales and profits.  Businesses go smash, which further increases unemployment and diminishes confidence in industrial concerns and therewith public participation in mediating banks;  finally the banks become insolvent through sudden withdrawal of deposits and the wheels of industry therewith come to a complete standstill.

The crisis has also been attributed to other causes which we will now consider.

(1) Over-production.  We have to distinguish between two things here – real overproduction and apparent over production.  By real over-production I mean a production so great that it exceeds demand.  This may apply to motor-cars and wheat in the United States at the present moment, although even this is doubtful. By “over-production” people usually mean a condition of things in which more of one particular article is produced than can, in existing circumstances, be sold, in spite of a shortage of consumption-goods among consumers. This condition of things I call apparent over-production.  In this case it is not the demand that is lacking but the consumers’ purchasing-power.  Such apparent over-production is only another word for a crisis and therefore cannot serve as an explanation of the latter. Hence people who try to make over-production responsible for the crisis are merely juggling with words.

(2) Reparations.  The obligation to pay reparations lies heavy on the debtor nations and their industries, compels them to go in for dumping and so harms the creditor nations too.  This is beyond dispute.  But the appearance of the crisis in the United States, in spite of the high tariff-wall protecting them, proves that this cannot be the principle cause of the world crisis.  The shortage of gold in the debtor countries due to reparations can at most serve as an argument for putting an end to these payments;  it cannot be dragged in as an explanation of the world crisis.

(3) Erection of New Tariff-walls.  Increase in the unproductive burden of armaments. Political insecurity owing to latent danger of war.  All these things add considerably to the troubles of Europe but do not materially affect America.  The appearance of the crisis in America shows that they cannot be its principle causes.

(4) The dropping-out of the two powers, China and Russia.  This blow to world trade also does not touch America very nearly and therefore cannot be a principal cause of the crisis.

(5)  The economic rise of the lower classes since the war. This, supposing it to be a reality, could only produce a scarcity of goods, not an excessive supply.

I will not weary the reader by enumerating further contentions which do not seem to me to get to the heart of the matter.  Of one thing I feel certain: this same technical progress which, in itself, might relieve mankind of a great part of the labour necessary to its subsistence, in the main causes our present troubles.  Hence there are those who would in all seriousness forbid the introduction of technical improvements.  This is obviously absurd. But how can we find a more practical way out of our dilemma?

If we could somehow manage to prevent the purchasing-power of the masses, measured in terms of goods, from sinking below a certain minimum, stoppages in the industrial cycle such as we are experiencing to-day would be rendered impossible.

The logically simplest but also the most daring method of achieving this is a completely planned economy, in which consumption-goods are produced and distributed by the community.  That, in essentials, is what is being attempted in Russia today.  Much will depend on what results this mighty experiment produces.  To hazard a prophecy here would be presumption.  Can goods be produced as economically under such a system as under one which leaves more freedom to individual enterprise?  Can this system maintain itself at all without the terror that has so far accompanied it, which none of us “westerners” would care to let himself in for?  Does not such a rigid, centralised system tend towards protection and hostility to advantageous improvements?  We must take care, however, not to allow these suspicions to become prejudices which prevent us from forming an objective judgment.

My personal opinion is that those methods are preferable which respect existing traditions and habits so far as that is in any way compatible with the end in view.  Nor do I believe that a sudden transference of the control of industry to the hands of the public would beneficial from the point of view of production; private enterprise should be left its sphere of activity, in so far as it has not already been eliminated by industry itself in the form of cartelisation.

There are, however, two respects in which this economic freedom ought to be limited.  In each branch of industry the number of working hours per week ought so to be reduced by law that unemployment is systematically abolished.  At the same time minimum wages must be fixed in such a way that the purchasing power of the workers keeps pace with production.

Further, in those industries which have become monopolistic in character through organisation on the part of the producers, prices must be controlled by the state in order to keep the creation of new capital within reasonable bounds and prevent the artificial strangling of production and consumption.

In this way it might perhaps be possible to establish a proper balance between production and consumption without too great a limitation of free enterprise and at the same time to stop the intolerable tyranny of the owners of the means of production (land, machinery) over the wage-earners, in the widest sense of the term.

O Leitor perspicaz vai notar a diferença de estilo entre os dois trechos. É sempre bom desconfiar de citações jogadas, sem fonte, na terra-de-ninguém que é a internet.

Se alguém por acaso souber a fonte daquela citação que demonstre sua veracidade, ficarei mais que feliz de me retratar. Acho muito difícil que isso aconteça já que nem no Wikiquote (cujos contribuidores ADORAM essas mensagens bonitinhas) é possível encontrar a citação.

Sobre ScienceBlogs Brasil | Anuncie com ScienceBlogs Brasil | Política de Privacidade | Termos e Condições | Contato


ScienceBlogs por Seed Media Group. Group. ©2006-2011 Seed Media Group LLC. Todos direitos garantidos.


Páginas da Seed Media Group Seed Media Group | ScienceBlogs | SEEDMAGAZINE.COM