Os Três Porquinhos e o islã

A notícia é meio velha, mas emblemática: um livro inspirado em Os Três Porquinhos foi barrado em uma competição oficial britânica porque a figura do porco pode ofender os muçulmanos.

Alguém já disse que o que está por trás do multiculturalismo é o anseio, profundamente racista, por fazer do mundo um zoológico humano — um mundo onde os “ocidentais esclaredidos” possam visitar culturas exóticas intocadas e assistir, maravilhados, aos hábitos selvagens dos povos primitivos.

Que meninas tenham o clitóris extirpado no processo é um preço pequeno a pagar pelo maior espetáculo da Terra.

Como o caso das charges de Maomé , este dos porquinhos mostra como o multiculturalismo transforma valores centrais do modo de vida ocidental em reféns de um punhado de fanáticos: de repente, a sensibilidade de um mulá qualquer torna-se mais importante que a liberdade de expressão.

Mas a questão dos porquinhos põe em evidência uma nova dimensão racista: o porco também é um animal imundo para os judeus. Por que o comitê que vetou o livro não citou o povo hebreu como outro grupo que poderia se ofender com a publicação?

Talvez porque achem que os judeus têm a óbvia capacidade — desenvolvida, no caso de seres humanos mentalmente saudáveis, logo na infância — de distinguir entre contextos e perceber um porco num livro infantil é uma coisa, um porco num livro sagrado, outra, e um porco assado na mesa, outra ainda.

E, se os judeus têm essa capacidade, por que os muçulmanos em geral (salvo uma meia dúzia de maníacos) não teriam? O pressuposto, no fim, é de que todos os seguidores dos islã são, se não idiotas violentos, pelo menos idiotas.

E isso é que é racista.

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