Tu quoque, Lula
Alguém poderia, por favor, pedir pro Lula calar a boca? Óquei, sei que esse apelo já deve ter sido feito milhares de vezes antes, e por fontes muito mais credenciadas que este modesto blog, com suas míseras 500 visitas mensais (poucas, mas de qualidade, apresso-me em dizer) mas é que o presidente anda abusando muito de sua falácia favorita, tu quoque, ou, você também ou, ainda, a falácia da autoridade moral: a idéia de que quem comete um erro não pode apontá-lo nos outros.
Essa bobagem vem, como muitas outras, dos Evangelhos. No caso, o episódio da lapidação da mulher adúltera. Abre parêntese: curioso notar que em nenhum momento Jesus questiona a barbárie de se condenar uma mulher à morte, sob tortura, apenas por ter usado próprio corpo como quis… Fecha parêntese.
Assim como no precedente bíblico, a falácia lulista (que já tinha virado a favorita do Planalto no tempo do mensalão) confunde o fato em si com sua fonte. Ora, ou a mulher cometeu adultério, ou não; ou a lei mosaica exige o apedrejamento, ou não; no caso mais recente de invocação por S. Excia., ou o Brasil está irresponsavelmente reduzindo sua biodiversidade a pó de traque, ou não.
Quem faz a denúncia é muito pouco relevante. O que conta, ou deveria contar, são as evidências apresentadas.
Mas deve ser mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha que um político resolver discutir algo com base na evidência…
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