Jornalismo e medicina
A cobertura de temas médicos nos jornais poderia ir um pouco mais fundo em certos assuntos. Um exemplo é esta reportagem de O Estado de S. Paulo sobre o uso de acupuntura para alívio dos sintomas negativos da quimioterapia: ficamos, por exemplo, sem saber se foram usados controles, como a chamada “falsa acupuntura” — em que as agulhas não penetram o corpo do paciente, ou são aplicadas em pontos aleatórios.
Sem esse tipo de controle, é impossível saber se a acupuntura funcionou mesmo ou se se trataou apenas de efeito placebo.
Embora o médico entrevistado ofereça uma explicação naturalista para o efeito detectado — “Provavelmente os estímulos ou a pressão nos pontos liberam substâncias neuroquímicas, que tornam não-sensível a zona gatilho do quimioreceptor no cérebro, prevenindo esses efeitos colaterais” — a reportagem, do modo como foi publicada, acabará dando munição para os bons e velhos papos de “meridianos de energia” ou “força Qi”.
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