Os papéis de Armstrong

Muita gente, incluindo muita gente muito inteligente com quem costumo concordar na maior parte do tempo (por exemplo, Bob Park, o autor da imperdível newsletter What’s New), considera as viagens tripuladas ao espaço uma perda de tempo e de dinheiro.
Já eu acho que o programa espacial tripulado é o que há de mais nobre e importante entre todas as preocupações da humanidade. Acabar com a fome, a pobreza, a diarréia e a aids? Isso pode esperar. As colônias em Marte, não.
Óquei, dizendo assim soa estranho, insensível e irracional, mas o melhor que posso levantar em minha defesa é citar Tsiolkóvski: não se pode viver para sempre no berço. E muitos dos problemas da humanidade contemporânea (incluindo a fome a a diarréia), desconfio, vêm do fato de que já estamos mesmo grandes demais para este berço chamado Terra — o que não é bom nem para nós, nem para ela.
E por que essa introdução toda? Porque chegou a notícia de que Neil Armstrong está doando seus papéis particulares para a Universidde Purdue. Armstrong e cerca de uma dezena de outros homens (e nenhuma mulher) são os únicos seres humanos a já terem pisado na superfície de outro corpo celeste. 
Num mundo massificado, de experiências massificadas, onde nenhuma sensação é impossível para quem estiver disposto a pagar o preço adequado, essa dúzida de homens tem algo em comum apenas uns com os outros, e com ninguém mais. Eles sabem algo que os outros bilhões de seres humanos nunca poderão saber: o que é andar na Lua. 
Que efeito isso teve sobre eles? E sobre Armstrong, o primeiro de todos? Parte da resposta talvez esteja nos papéis doados a Purdue. Mas a resposta completa, só há um jeito de saber: indo até lá.

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