África!

Como qualquer outro continente — ou país, ou estado, ou cidade, ou família — a África tem muitas facetas, e obviamente não se esgota na que vou destacar nesta minha contribuição à postagem coletiva.
Esse início “na defensiva” se explica pelo fato de que vou pinçar da África dois exemplos do mal que a superstição e sua prima mais bem vestida, a religião, trazem.
O primeiro, que me parece uma das maiores tragédias de nosso tempo, é o fracasso do plano mundial de erradicação da pólio, causado, fundamentalmente, pela oposição de líderes religiosos islâmicos da Nigéria.
O segundo é a aterrorizante campanha de assassinato de albinos para fins de magia negra, iniciada na Tanzânia e que já transborda para outras nações.
Para não me acusarem de islamófobo ou coisa que o valha, mancionarei também a cumplicidade da hierarquia católica local para com os massacres de Ruanda, embora esse episódio específico fuja ao escopo mais filosófico-científico que tento manter no blog.

Discussão - 7 comentários

  1. Carlos Magno disse:

    “Esse início “na defensiva” se explica pelo fato de que vou pinçar da África dois exemplos do mal que a superstição e sua prima mais bem vestida, a religião, trazem.”
    Só pode ser provocação achar que a estrutura sócio-religiosa do budismo, gnosticismo, cristianismo e islamismo tem heranças co-sanguíneas do atavismo fetichista africano.
    Os princípios nigerianos sobre orixás e forças da natureza influenciaram a umbanda e os candomblés das Américas; na verdade, deram-lhes vestimentas, mas é necessário ver-se de onde suas práticas primitivas se originaram milenarmente.
    Engraçada sua crítica sobre as religiões. Você parece fazer parte da mídia terrorista que esmiúça e denigre fatos para tentar provar que as religiões são todas um só caldeirão de gênios do mal e seguidores fanáticos e desalmados. Ou na melhor das hipóteses, acredita piamente em tudo o que lê dessa mesma mídia.
    Para você unicamente as ciências laboratoriais e metodológicas, e seus doutos, explicam tudo e resolverão os males do mundo.
    Os povos africanos têm suas razões seculares de sobra para desconfiar da “salvação” vinda dos brancos e de outros povos, e das tentativas de limpezas étnicas. Não seria a primeira vez.
    O mundo está virado de cabeça para baixo, e não há uma só entidade mundial que não esteja infectada e corroída. O mundo dito civilizado dá todos os dias demonstrações de selvageria e monstruosidades, o que sem dúvida é muito mais grave do que dizem fazer os africanos com suas crenças e superstições. Será que precisaria enumerar?
    Agora você tem material para dizer, tal qual a mídia terrorista, que eu também sou contra a erradicação de doenças como seria toda a ignorante, estúpida e supersticiosa África.

  2. cretinas disse:

    Oi, Magno!
    Desculpe, mas sua resposta é apenas um caso de "tu quoque", a falácia do "você também": o fato de o mundo, para usar o seu adjetivo, "civilizado" ter problemas não invalida ou elimina os problemas que o apego a crenças tradicionais e à autoridade religiosa provocam, principalmente na África.
    Ah, sim: e quem está se referindo à África como ignorante, estúpida e supersticiosa é você.

  3. Carlos Magno disse:

    Oi, Cretinas:
    Somente posso continuar a entender que você deseja provocar para polemizar.
    Está bem: eu não li que você citou dois exemplos do mal na África: a superstição e a religião (e que mais eles teriam por lá?).
    Eu não li as fontes especialmente dirigidas de onde você tirou a matéria para escrever. Eu também não li que você se referiu, naquele parágrafo, à Nigéria e ao islamismo como únicos vilões. E sequer notei da menção da igreja na questão de Ruanda.
    Foi tudo ao acaso, é tudo um grande engano de minha parte, não houve sua intenção de falar mal da ignorância dos africanos e, de esbarrão, dos flagelos que são as religiões, mais uma vez as únicas culpadas dos atrasos do mundo.
    Mas fora essas coisas pequenas mal interpretadas por mim, o mundo ocidental é maravilhoso, não é mesmo? Os heróis humanitários da história universal fizeram muito bem em arrasar com as nações bárbaras, - aliás, com a própria África, - dizimar etnias, escravizar e disseminar o vício e as doenças. E ainda exportam armas para que as etnias se acabem de vez.
    Aliás, a África deve muito de seu estado atual de progresso e avanço, aos povos que a invadiram e a alguns que ainda estão por lá escravisando os negros.
    Agora você também pode usar de estilo e metáforas para dizer que quem levantou essas coisas fui eu, você quis dizer (ou disse) coisas mais importantes, completamente diferentes - eu é que não sei interpretar!

  4. cretinas disse:

    Oi, Magno.
    A blogagem é sobre a África. Se fosse sobre a Europa, eu poderia ter escrito os massacres de muçulmanos por cristãos sérvios, durante a guerra recente, ou das atrocidaees cometidas de parte a parte durante a Reforma Protestante; se fosse sobre a Ásia, dava para desfiar um longo foi de horrores do conflito entre muçulmanos e hindus, e das superstições derivadas do hinduísmo que, até hoje, impedem o pleno desenvolvimento do país.
    As Américas também não ficam atrás em termos de atrocidades e obscurantismo.
    Ignorância não é previlégio de nenhum povo ou raça. Bem como não são as estruturas sociais e as tradições que se alimentam dela e, por isso, estimulam-na.

  5. Carlos Magno disse:

    Certo, Cretinas:
    Também estou respondendo sobre a África. E já que você deu ênfase às guerras religiosas e se adiante você escrever mais sobre outros continentes, por favor, não se esqueça de citar também as guerras não religiosas, as de ambições, de ideologias, de ganâncias, de escravismos, de usurpação de territórios, de diferenças étnicas, etc, etc. Que na história universal foram responsáveis por maior número de mortes e atrocidades.
    Ah, também da contribuição das ciências e tecnologia na fabricação de armas cada vez mais mortíferas e sofisticadas, que matam muito mais de uma só vez. E das aeronaves adaptadas especialmente para lançar bombas com maior perfeição. E por que não citar também as bombas atômicas, filhas pródigas de cerebrais homens que sabiam como poucos os segredos de fissurar o átomo e fazê-lo liberar muito maior carga de energia letal para corroer vivas as pobres e indefesas vítimas?
    E dos mísseis fantásticos apontados para as nações – obras primas dos cientistas (bruxos, ou não?) dos séculos XX e XXI, nunca deixando de mencionar os satélites espiões que fiscalizam os inimigos para dizimá-los.
    E as armas químicas? Não se esqueça dessa nobre contribuição da biologia, química e física.
    E não deixe de comentar porque nesse contexto real e cruel, homens de ciências e religiosos fundamentalistas andam sempre juntos e associados, dependendo uns dos outros nos instrumentos de guerra: uns para inventar e modernizar, outros para usar e assim satisfazerem-se mutuamente.
    E por favor, trace paralelos entre os fanáticos que fazem guerras religiosas obstruindo o progresso, como você já citou - muitos subjugados às superstições tolas e fetichismo de um passado avoengo, - e os não-religiosos que mataram e matam nas guerras fratricidas por motivos mais nobres.
    Mas nas inevitáveis e absurdas lutas, convenhamos, os religiosos precisam sempre modernizar a arte da guerra e nada como as ciências dos homens de mentes modernas e avançadas para resolver e simplificar os combates com a precisão cronométrica e cirúrgica do apertar de um simples botão ou gatilho!
    Abs.

  6. Sandra disse:

    Olá! Gostaria de recordar um outro imenso fracasso: o retorno da utilização do DDT para o combate da malária na África, apesar de ser um agente condenado ambientalmente, cujos resíduos permanecem por décadas e seus efeitos danosos sobre o sistema endócrino fartamente documentados. E como as moléculas não conhecem limites geográficos,...

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