Paradoxo de sexta (34)
Pois é, a resposta da advinha da semana passada é “estrela”, mesmo . Às vezes ter leitores inteligentes é meio frustrante…
Nesta semana voltamos a ter paradoxos, e vamos direto a um dos clássicos de Zeno: o da flecha.
Contemple uma flecha em seu voo. A cada instante da trajetória, ela tem uma posição perfeitamente definida (O que e fácil de provar, por exemplo, num rolo de filme de cinema). A cada instante, ela ocupa um espaço exatamente igual ao próprio comprimento. Agora, uma coisa que, a cada instante, tem posição definida e ocupa um espaço igual ao próprio comprimento é o quê? Uma coisa parada.
Logo, a flecha em voo está, na verdade, parada.
(Nota: ainda há debate entre filósofos sobre quais dos paradoxos de Zeno são falsídicos — isto é, dependem de falácias ocultas no enunciado — e quais são verídicos, isto é, evidenciam pontos mal resolvidos do raciocínio humano, falhas legítimas de enunciados científicos, etc. Pessoalmente, creio que todos os quatro são falsídicos, mas você não precisa concordar com isso)
Discussão - 4 comentários
Na verdade a flecha não tem exatamente o mesmo comprimento. A contração de Lorentz-Fitzgerald que ela sofre é tão pequena que não dá para medir (cai dentro dos limites da incerteza). Se a mesma flecha estivesse próxima da velocidade da luz, seria fácil dizer se ela estava parada ou em movimento.
Mas essa situação cai no mesmo caso daquele paradoxo de passado/presente/futuro...
Um instante não é uma situação onde o tempo é igual a zero?
Se o tempo não passa, a flecha não se mexe.
A flecha estaria em movimento ao meu ver, pois mesmo que ela possua posição definida no espaço, ela se move no espaço a cada instante da trajetória o que ira caracterizar sua "velocidade", o que gera um deslocamento, que contraria a afrmação dela ser algo parado, se o problema for analisado em mais do que um instante.
o tempo não passa... o tempo é uma sucessão de instantes... o que quer seja isso.