E, afinal, para onde a Nasa vai?

O cancelamento do Projeto Constellation atraiu as manchetes, mas o plano de Barack Obama para a Nasa vai além de um mero corte de gastos (na verdade, ele até aumentou a verba da agência espacial). Eis alguns dados interessantes que ficaram meio escondidos:
1. A determinação do lançamento das missões Glory, Aquarius e a versão preparatória do NPOESS até o segundo semestre de 2011: essas três missões têm como objetivo monitorar o clima e o meio ambiente terrestre. A Glory vai medir o impacto dos aerossóis, como fuligem, no clima; Aquarius, a salinidade dos oceanos; a NPOESS (National Polar-orbiting Operational Environmental Satellite System) é um satélite em órbita polar para acompanhar todo o clima terrestre.
2. A determinação do lançamento de “missões precursoras” para “Lua, Matte, pontos lagrangianos e asteroides próximos, em busca de alvos para futuras atividades humanas (…) e identificar perigos e recursos que determinarão o curso futuro da expansão da civilização humana pelo espaço”.
Do ponto “1”, pode-se deduzir que Obama está levando a sério a ciência sobre o aquecimento global. As missões Glory e Aquarius, principalmente, poderão levantar dados fundamentais para reduzir as principais incertezas dos modelos climáticos.
Do ponto “2”, pode-se inferir que as notícias da morte dos voos espaciais tripulados foram prematuras. Além disso, a rota traçada pelo plano — pontos lagrangianos, asteroides — permite uma interação maior entre exploração com astronautas e ciência, duas área da Nasa que viviam (e vivem ainda) em conflito.
O Hubble, por exemplo, não está em um ponto lagrangiano porque astronautas não seriam capazes de ir até lá para dar manutenção a ele. Se a capacidade de mandar gente para esses lugares for realmente desenvolvida, todo um novo tipo de trabalho com telescópios espaciais e outros tipos de instrumentos torna-se possível.
O que preocupa, realmente, é a falta de metas e prazos definidos para as iniciativas de exploração humana. Enquanto os satélites climáticos têm prazo para serem lançados, ninguém sabe quando será a primeira visita de astronautas a um ponto de Lagrange ou a um asteroide. Essa falta de metas concretas preocupa. Mas, no geral, é um bom plano.
E eu topo trocar o pouso na Lua pela primeira visita a um ponto de Lagrange; ou pelo primeiro pouso em um asteroide. Mas andem logo, gente: minha expectativa de vida caduca em 2045!

Discussão - 2 comentários

  1. E a ISS hein? Li que a vida útil dela vai ser ampliada, mas e os Ônibus Espaciais? Vão ser descomissionados mesmo esse ano? o.O

  2. cretinas disse:

    A versão otimista é que, até 2016, alguma corporação privada terá um serviço de táxi orbital pra alugar pra Nasa. Veremos...

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