Vídeos Legais da Semana

Explicação sobre Laser usando pessoas (em inglês) [via Bad Astronomy] :


Comportamento de três Pêndulos Duplos acoplados
[via Built on Facts]:

Carl Sagan “canta” [via forgetomori]:

Pondo as coisas em perspectiva…

É sempre bom ter em mente nosso lugarzinho no cosmos.

Se este vídeo fantástico da comparação do tamanho entre os planetas do Sistema Solar, o Sol e outras estrelas não foi suficiente pra você, talvez os “mapas” a seguir, comparando as distâncias entre os constituintes do Universo, sejam capazes de dar uma maior noção de nossa insignificância (Ok, mais nenhum comentário emo por um mês. Juro.). 

O primeiro mapa é a vizinhança estelar do Sol. Mostrando algumas das estrelas mais brilhantes:

A estrela mais próxima mostrada no mapa é a Alfa do Centauro, a aproximadamente 4 anos-luz, ou seja, a luz da estrela demora 4 anos para alcançar o Sistema Solar. Como comparação, a distância entre a Terra e o Sol é de míseros 8 minutos-luz. A Via Láctea, galáxia a qual pertence o Sol se estica por 100.000 anos-luz de ponta a ponta. [Fonte: The Neighborhood, Via: Cosmic Variance

O segundo mapa é uma amostra das 100.000 galáxias mais próximas, ou seja, uma pequeníssima porção do todo. A Via Láctea está no centro do mapa. As manchas escuras são devido à dificuldade de observação através do plano da Galáxia (abarrotado de estrelas,  gás e poeira):

 

O mapa cobre cerca de 2 bilhões (2.000.000.000) de anos-luz. Uma casquinha do Universo. [Via: Starts with a Bang]

Blogueiro mau, muito mau. Nada de pageviews pra você.

E não é que meu ultimo post é de quase dois meses atrás? E meu último post com algo interessante é de 2008 11 de junho? Como deixei chegar a essa situação? =/

Acho que a mudança para o Scienceblogs Brasil me deixou tão preocupado em tentar escrever sobre assuntos da Física de forma mais interessante que me veio um bloqueio violento nos ultimos tempos. Tenho vários rascunhos que gostaria de terminar, mas meio que passei a desgostar de tudo que escrevo. Nem para participar da blogagem coletiva de caça a paraquedistas consegui pensar em algo. Quem me segue pelo Twitter deve estar cansado de meus mimimis sobre isso.

Resolvi então ser mais bruto (ui!). Até eu conseguir tunelar essa barreira, vou fazer postagens mais rápidas com links para notícias interessantes fazendo alguns pequenos comentários. Acho que isso deve me ajudar a pegar novamente o ritmo.

Acho que vou voltar a postar também um pouco sobre Ficção Científica como fazia na primeira encarnação do n-Dimensional. Afinal, foi por isso que dei esse nome feio pra ele =P. Para poder escrever sobre assuntos variados.

Espero que não se importem. Vocês, seis, leitores são muito importantes pra mim. Sugestões nos comentários são muito bem vindas.

O Físico e o Trabaio, por Zé Fianco & Tião Soslaio

É certo que nóis não gosta da classe de engenheiro
A classe de matemático nóis suporta mais ou menos
Mas pra falar mal dos outros, tem que se formá primeiro
Mesmo depois de formado tem que fazer doutorado
Tem que fazer um pós-doc e ter artigo publicado

Todos físico que forma tem seu destino traçado
Uns físico vira teórico, outros físico aplicado
Uns físico vão dar aula, e aqueles desempregado
Vão vender cachorro-quente lá na porta do mercado
Mas o físico violeiro tem emprego assegurado

Viva o professor de física que dá aula adoidado
E viva os pesquisador que descobre o inesperado
Viva quem divulga a física e faz disso o seu trabaio
Que nem fazem os violeiro Zé Fianco & Tião Soslaio
Nóis é prego nos estudo mais na viola dá trabaio

E para as autoridades esse pagode é recado
Pois o trabaio de físico não foi regulamentado
Vamo fazer uma guerra, cada físico é um soldado
Nosso livro é a carabina e o diploma é um trem blindado
Nóis vai ter que garantir a tal reserva de mercado

Desculpem-me por ter esquecido a letra =P. Valeu Igor!

Mais no site da dupla.

Eu Não Morri!

Amigos leitores. Sim, sim, vocês seis.

Saibam que ainda não foi dessa vez que parti dessa para nenhuma. Só estou um pouco ocupado. Fim de semestre e tal. 

Espero que os chefes não me excluam da participação na dominação mundial por não ter escrito nada que preste nos últimos dias (ou desde sempre =/).

Fiquem com Calvin:

19860817.gif

Wolfgang Pauli, o fanfarrão

Se lhes faltava motivo para achar Pauli fantástico, eis mais um:

Em 1930, aconteceria em Tübingen, Alemanha, uma conferência de Físicos Nucleares. À época, um dos problemas da Física Nuclear era a explicação para o espectro contínuo de energia dos elétrons emitidos no decaimento beta. Pauli achava ter encontrado um solução para o problema propondo que uma terceira partícula, que conhecemos hoje como Neutrino [1], era emitida no processo mas não era detectada.

Incerto sobre se publicaria ou não essa idéia, Pauli quis ter a opinião dos Físicos reunidos em Tübingen. Mandou então a seguinte carta:

Dear Radioactive Ladies and Gentlemen,

As the bearer of these lines, to whom I graciously ask you to listen, will explain to you in more detail, because of the “wrong” statistics of the N- and Li-6 nuclei and the continuous beta spectrum, I have hit upon a desperate remedy to save the “exchange theorem” (1) of statistics and the law of conservation of energy. Namely, the possibility that in the nuclei there could exist electrically neutral particles, which I will call neutrons, that have spin 1/2 and obey the exclusion principle and that further differ from light quanta in that they do not travel with the velocity of light. The mass of the neutrons should be of the same order of magnitude as the electron mass and in any event not larger than 0.01 proton mass. – The continuous beta spectrum would then make sense with the assumption that in beta decay, in addition to the electron, a neutron is emitted such that the sum of the energies of neutron and electron is constant.

Now it is also a question of which forces act upon neutrons. For me, the most likely model for the neutron seems to be, for wave-mechanical reasons (the bearer of these lines knows more), that the neutron at rest is a magnetic dipole with a certain moment μ. The experiments seem to require that the ionizing effect of such a neutron can not be bigger than the one of a gamma-ray, and then μ is probably not allowed to be larger than e • (10-13cm).

But so far I do not dare to publish anything about this idea, and trustfully turn first to you, dear radioactive people, with the question of how likely it is to find experimental evidence for such a neutron if it would have the same or perhaps a 10 times larger ability to get through [material] than a gamma-ray.

I admit that my remedy may seem almost improbable because one probably would have seen those neutrons, if they exist, for a long time. But nothing ventured, nothing gained, and the seriousness of the situation, due to the continuous structure of the beta spectrum, is illuminated by a remark of my honored predecessor, Mr Debye, who told me recently in Bruxelles: “Oh, It’s better not to think about this at all, like new taxes.” Therefore one should seriously discuss every way of rescue. Thus, dear radioactive people, scrutinize and judge. – Unfortunately, I cannot personally appear in Tübingen since I am indispensable here in Zürich because of a ball on the night from December 6 to 7. With my best regards to you, and also to Mr. Back, your humble servant

W. Pauli

Traduzindo, porcamente, as partes em negrito:

“Prezados(as) Senhores e Senhoras Radioativos(as).”

“Eu cheguei a um remédio desesperado para salvar (…) a lei da conservação da energia.”

“Mas até agora não ousei publicar algo sobre essa idéia, e confiantemente apresento-a a vocês, prezadas pessoas radioativas, com a questão de quão provável seria encontrar evidência experimental para tal nêutron.”

“Sr. Debye disse-me recentemente em Bruxelas:’Oh, é melhor nem pensar sobre isso [o problema do espectro contínuo], assim como sobre novos impostos'”.

“Infelizmente, não posso aparecer pessoalmente em Tübingen já que sou indispensável aqui em Zurich por causa de um Baile na noite do dia 6 para o dia 7 de Dezembro.”

“(…) seu humilde serviçal, W. Pauli”.

Aqueles que não entenderam a graça que vi nessa carta saibam que Pauli tinha fama de ser extremamente arrogante. A posição assumida acima, se não de humildade, é de um Pauli deliciosamente sarcástico. Fico imaginando como os “senhores radioativos” não o mandaram à Hure que o pariu.

[1]: Pauli nomeou-a Nêutron, mas, dois anos mais tarde, Chadwick roubou o termo para nomear a partícula que hoje conhecemos como Nêutron. Foi Fermi que mais tarde batizou a partícula como Neutrino. 

[2]: Topei com um trecho da carta num artigo. Encontrei o restante através deste artigo da Symmetry.

Físico, Profissão Perigo

Pouquíssimos Físicos se encaixariam no estereótipo de alguém recluso numa sala empoeirada com pilhas de livros e papéis espalhados por todo canto. Principalmente quando falamos de Físicos experimentais, e mais ainda quando pensamos a “época de ouro” da Física no início do século passado. Sem a automação proporcionada pelos computadores e outras máquinas sofisticadas, não era opção fazer um experimento sem colocar as mãos, pés e talvez a cabeça na massa.

Os estudiosos de Raios Cósmicos que o digam. Subir a grandes altitudes com a aparelhagem para uma melhor obtenção de dados não era tarefa para qualquer um. E o pioneiro foi certamente Victor Hess.

No início do Século 20, havia dúvidas sobre a origem da radiação ionizante que permeava a atmosfera. Muitos consideravam que viriam do decaimento radioativo de núcleos instáveis na superfície, mas havia alguma indicação, talvez por problemas no equipamento, que a radiação aumentaria com a altitude ao invés de diminuir.

Hess aprimorou os equipamentos de medição e, audaciosamente indo onde nenhum Físico jamais foi, subiu à altitude de 5 km em um Balão, tanto durante o dia quanto à noite, para verificar tais hipóteses. Me permitam repetir: ele subiu num Balão à 5km para medir a ionização da atmosfera. NUM BALÃO!! O quão badass foi esse cara?  

victor_hess.jpg

Foram vários vôos entre 1911 e 1912, em que Hess pôde verificar que, a partir de 1 km de altitude, a ionização começava a aumentar e à 5km já era o dobro do nível do mar.

Hess concluiu que a radiação ionizante só poderia vir do espaço exterior, e Robert Millikan, mais tarde, chamou-a de Radiação Cósmica.

Desculpem a falta de postagens durante a semana. Aqueles que se sentirem inspirados podem legendar a foto de Hess acima, já que até isso eu me esqueci de postar. =P

A maldição das leis de Newton!

Cyanide and Happiness, a daily webcomic

Cyanide & Happiness @ Explosm.net

Por favor, por favor, por favor! Alguém FAÇA esse filme!
Se as leis de Newton começarem a ser obedecidas nos filmes de ação, o tempo de vida médio dos mocinhos cairia para 15 minutos. E todos seriam mais felizes =P

Legendem os Físicos! 6

Desta vez temos uma foto em grupo da primeira Conferência de Solvay. Cliquem que ela cresce.

1 Walter Nernst 2 Robert Goldschmidt 3 Max Planck 4 Léon Brillouin 5
Heinrich Rubens

6 Ernest Solvay 7 Arnold Sommerfeld 8 Hendrik Antoon
Lorentz 9 Frederick Lindemann

10 Maurice de Broglie 11 Martin Knudsen
12 Emil Warburg 13 Jean-Baptiste Perrin

14 Friedrich Hasenöhrl 15
Georges Hostelet 16 Edouard Herzen 17 James Hopwood Jeans

18 Wilhelm
Wien 19 Ernest Rutherford 20 Marie Curie 21 Henri Poincaré

22 Heike
Kamerlingh Onnes 23 Albert Einstein 24 Paul Langevin

Legendem seus preferidos. =P

Marie Curie não parece muito empolgada com o papo do Poincaré…

Não ria agora, mas “a relatividade é uma ideologia”

Sintam o drama. Um professor de Política de uma universidade britânica publica um artigo no periódico “Social Epistemology” em que afirma ser a Relatividade, não uma teoria científica, mas uma ideologia.

A única reação digna seria proferir ofensas contra tal criatura que não seriam apropriadas para o espaço do blog, mas não culpo os leitores que o tenham feito ao ler o primeiro parágrafo.

De fato, a tolice é tamanha que tal artigo me passou despercebido até que ele recebeu uma matéria no “Inovação Tecnológica”.  O Inovação é famoso por ser um berço de bizarrices e má interpretação de artigos científicos – mau Jornalismo Científico, puro e simples – mas não costuma escrever sobre esse tipo de artigo obscuro. Alguém ainda mais insano teria levantado a bola. De fato, o rastro de bosta que segui aponta até o agregador de notícias de ciência europeu AlphaGalileo que publicou, em 12 de maio, um artigo reproduzindo matéria do site da universidade.

E qual o problema com o artigo? Além do fato de ter sido reproduzido copiosamente por aí  em sites de notícias, supostamente, de ciências sem uma palavra de confronto sequer? Todos! A começar pela foto do sujeito:

Se você quer ser levado à sério não seja fotografado riscando E=mc². Sério.

Vou citar trechos da matéria da Ciência Hoje portuguesa (que não tem nenhuma relação com a homônima brasileira), que é praticamente tradução direta do release da universidade. Peter Hayes diz que,

“A teoria da relatividade aborda inconsistências elementares, mas
quando em 1919 foi popularmente divulgada, o mundo passou por uma
guerra terrível e uma gripe pandémica e as ideias de Einstein surgiram
como o tónico que a sociedade precisava. Com a confusão estabelecida,
as pessoas deixaram de questionar as falhas que transpareciam”

Sério isso? A Relatividade foi aceita por causa da Gripe? Calma, tem mais. Hayes deve se achar O desbravador das ciências por dizer que a Relatividade é inconsistente por causa do Paradoxo dos Gêmeos, que ele chama de Paradoxo do Relógio:

“O Paradoxo do relógio ilustra de forma evidente as inconsistências da teoria que a tornam cientificamente problemática, mas ideologicamente poderosa”

Isso não é mais Paradoxo há muito tempo! Ao que parece, o autor leu um artigo de divulgação pela metade e saiu se achando máximo por ter percebido o furo na Teoria da Relatividade! E ainda parece ter gasto todo o artigo só com esse argumento pífio já que é o único citado nas matérias. 

Sabe o que é mais irônico? O cara muito provavelmente deve ter um aparelho de GPS, que seria inútil sem as correções relativísticas. Deve ter feito uma Tomografia por Emissão de Pósitrons (PET), antipartículas essas que foram previstas na formulação relativística de Dirac da Equação de Schrödinger. E por aí vai.

Aí você me abre um artigo que se diz tratar de uma crítica à relatividade, e ao invés de encontrar algo, por exemplo, sobre violação de Lorentz, me encontra uma crítica baseada no Paradoxo dos Gêmeos. AHVAPAPUTAQUEPARIU. E essa joça ainda recebe atenção da mídia. Mereço isso?

Depois ficam de mimimi quando se fala mal das Ciências Sociais. Taí um representante típico delas. Se esse é o tipo de artigo aceito pela Social Epistemology, deve ter coisa lá muito mais engraçada que o do “Affair Sokal”. E com um bônus: assombrosamente sinceros.

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