Uma fria manhã de inverno

Imagine uma fria manhã de inverno. Você acorda, olha pela janela e vê tudo branquinho lá fora (pelo menos aqui no sul….). Aí você acha tão lindo que tira uma foto! Ela vai se parecer muito com essa aí em cima, embora uma coisa não tenha nada a ver com a outra…. Essa imagem na verdade corresponde a nanofibras de SnO2 – a técnica para sua obtenção foi a microscopia eletrônica de varredura, e o artista chama-se Suresh Donthu, da Northwestern University. Essa imagem ganhou o primeiro lugar do prêmio Science as Art de 2007, promovido pela MRS.

P.S.: Se eu mesma não tivesse lido no site que se trata de imagem de nanofibras, não teria acreditado.

P.S.: Essa brincadeira de descobrir o que são as imagens obtidas por microscopia eletrônica está sendo feita pelo pessoal da Globo na série de reportagens sobre nanotecnologia do Jornal Bom Dia Brasil, que passa às 7h30 – se quiser ver as imagens, clique aqui. Até o momento, nenhum absurdo foi dito – só acho que poderia ter sido traçado um panorama mais amplo sobre as pesquisas brasileiras na área, há muita gente boa trabalhando com o assunto nesse Brasilzão e é legal valorizar isso.

Problemas de memória? Saiba como ter uma memória eterna…

Você lembra daquele filme chamado Curso de Verão, que sempre passava na Sessão da Tarde? Não…? Então dê uma olhadinha numa das partes mais hilárias e confira se você já não passou por essa situação:



-“O que são ovos?”
-“Como a gente escreve gato?”
-“Eu não sei!”

Hahahaha, está bem, você nunca passou por algo assim, mas…

ResearchBlogging.org

Que tal se existissem nanorrobôs capazes de alterar a memória das pessoas, fazendo com que elas nunca esquecessem de coisas pré-determinadas? Útil para uma prova? Perfeito para nunca mais esquecer os intermináveis aniversários que sua namorada insiste em lembrar? Assustador e forte indicativo de que o mundo vai acabar? Não, não se preocupe – estamos muuuuito longe de sequer pensar como isso poderia ser feito.

Mas de certa forma, a humanidade tem usado registros de memória há alguns milênios – papiros, livros, fitas cassete, DVDs! A equipe do professor Alex Zettl da Universidade de Berkeley (USA) criou um protótipo de memória digital formada por uma nanopartícula de ferro inserida dentro de um nanotubo de carbono. Quando eletricidade é fornecida ao sistema, a nanopartícula de ferro se desloca para um lado e para o outro no interior do nanotubo – os lados são o 0 e o 1 digitais do sistema binário.

“Courtesy Zettl Research Group, Lawrence Berkeley National Laboratory and University of California at Berkeley.”

De acordo com cálculos teóricos, esses dispositivos tem uma capacidade de armazenamento maior que 10^12 bits por polegada quadrada (o blogger não permite sobrescrito, então 10^12 quer dizer 10 seguido de 12 zeros) e uma duração infinita (um bilhão de anos pode ser considerado infinito nesse caso, não pode?)

Bem, a inovação não chega a ser um chip cerebral de memória cyberpunk à la Neuromancer, mas se pensarmos que há menos de uns 10 mil anos atrás o ser humano registrava suas memórias em paredes de cavernas, e que o DVD que usamos hoje não dura mais que uma geração, é uma avanço e tanto….

Begtrup, G., Gannett, W., Yuzvinsky, T., Crespi, V., & Zettl, A. (2009). Nanoscale Reversible Mass Transport for Archival Memory Nano Letters, 9 (5), 1835-1838 DOI: 10.1021/nl803800c

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