Dança, folia …. e células

“Berço do samba e das lindas canções/
Que vivem n’alma da gente/
És o altar dos nossos corações/
Que cantam alegremente…..”




nano_dancers.jpg
Nano Dancersvi no site do Nanoart 21.



Um ótimo (e absurdamente divertido) feriado de Carnaval !!!!
PS.: Esta blogueira que vos escreve entrará em merecido recesso de 1 semana. Comentários podem não aparecer aqui de imediato devido a isso (mas serão publicados assim que eu retornar, ok?). Até a volta !!!!

Você foi vítima de um plano maquiavélico

Este blog, dedicado à nanobiotecnologia e afins, tem tratado também de temas diversos como teoria do caos, segunda lei da termodinâmica e seta do tempo. E você, leitor, deve ter se perguntado:
“- Ora bolas, o que essas coisas têm a ver com a temática do Bala Mágica?”
Pois agora revelarei: tudo isso foi maquiavelicamente arquitetado como uma grande introdução a …. este post fatídico! Há meses estou enrolando para responder uma pergunta feita aqui no Bala Mágica pelo Joao, do Crónica da Ciência. O motivo? Muito simples. Eu precisei estudar a respeito.
Eis a pergunta que deu início a tudo:
(Joao) “O que achas disto: http://www.newscientist.com/article/dn2572-second-law-of-thermodynamics-broken.html, as implicações para a nanotecnologia são realmente novas?”
Depois de ler essa pergunta, passar os olhos pela referência científica original, babar por alguns segundos olhando para a tela do computador num estado semi-catatônico e lembrar daquela célebre frase de Sócrates (o filósofo, não o jogador de futebol), comecei a destrinchar a teoria e formular uma resposta. E consegui, finalmente! Você poderá conferi-la no próximo post (com direito a medaglia!). Aguarde e confie.
[continua….]

Adeus, 2009

Esperança
(Mário Quintana)


Lá bem no alto do décimo segundo andar do Ano
Vive uma louca chamada Esperança
E ela pensa que quando todas as sirenas
Todas as buzinas
Todos os reco-recos tocarem
Atira-se
E – ó delicioso vôo!
Ela será encontrada miraculosamente incólume na calçada,
Outra vez criança…
E em torno dela indagará o povo:
– Como é teu nome, meninazinha de olhos verdes?
E ela lhes dirá

(É preciso dizer-lhes tudo de novo!)
Ela lhes dirá bem devagarinho, para que não esqueçam:
– O meu nome é ES-PE-RAN-ÇA…


Do livro “Nova Antologia Poética”, Editora Globo – São Paulo, 1998.


Sabe, 2009 foi um ano muito caótico para a minha pessoa … Mas como, às vezes, do caos pode nascer ordem, acabou surgindo o Bala Mágica nesse ano famigerado 🙂
(como uma brincadeira no início, que acabou ficando séria e … cá estamos no ilustre SBBr !!!).


Gostaria de manifestar o quanto a interação com você, caro leitor, tem sido importante para mim, pois o blog não seria o mesmo se fosse algo só meu.


Obrigada por participar do Bala Mágica, seja lendo, comentando, sugerindo temas, criticando, enfim…
Nos vemos ano que vem! Feliz 2010!


Abraços, Fernanda.


Bem-vindo à nova casa do Bala Mágica!

Quando nasci um anjo esbelto,
desses que tocam trombeta,
anunciou: vai carregar bandeira.
Cargo muito pesado pra mulher,
esta espécie ainda envergonhada.
Aceito os subterfúgios que me cabem,
sem precisar mentir.
Não sou feia que não possa casar,
acho o Rio de Janeiro uma beleza e
ora sim, ora não, creio em parto sem dor.
Mas o que sinto escrevo. Cumpro a sina.
Inauguro linhagens, fundo reinos
— dor não é amargura.
Minha tristeza não tem pedigree,
já a minha vontade de alegria,
sua raiz vai ao meu mil avô.
Vai ser coxo na vida é maldição pra homem.
Mulher é desdobrável. Eu sou.

(Adélia Prado. “Com licença poética”)

Em março deste ano, comecei a cogitar a hipótese de lançar um blog. Não foi difícil pensar em um tema… raciocine comigo: (1) minha vida é relativamente comum, (2) eu não sou engraçada (bem que queria ser), (3) não entendo (quase) nada de moda, (4) só cozinho o básico, (5) não pratico esportes radicais e (6) nem faço viagens maravilhosas pelo mundo (ai, que inveja de quem faz)…

Mas eu passo boa parte dos meus dias em um laboratório de química. Lá, coisas fascinantes podem acontecer o tempo todo. Pela beleza de seus conceitos, pela minha formação híbrida (farmacêutica fazendo doutorado em química) e pelo imenso potencial da área, meu interesse acabou recaindo principalmente na nanotecnologia e suas aplicações às ciências da vida. Natural que eu começasse a escrever sobre esse assunto no meu blog, não é mesmo?

No entanto, algo diferente do que eu considerava “natural” começou a ocorrer: a rápida aceitação das pessoas ao blog, que batizei de Bala Mágica (você sabe por quê? não, não é o que você está pensando..). Nesse processo, descobri que escrever sobre ciência em blogs pode ser apaixonante. E como se não bastassem tantas surpresas, há algumas semanas, recebi um email dos queridos síndicos do Science Blogs Brasil, comunicando que o Bala Mágica havia sido selecionado para fazer parte deste ilustre condomínio! Honra grande, que aceito com muito orgulho e agradecimento (ainda mais porque a votação foi aberta à participação de todos os sciblings).

É impossível ficar emocionalmente alheia a isso tudo. Por isso, caro leitor, gostaria de deixar registrado aqui que estou muito feliz. Se você já é meu companheiro de jornada desde os tempos do Bala Mágica no Blogger, pode imaginar como considero especial essa oportunidade de fazer parte de tão renomado grupo. Gostaria de agradecer aos novos vizinhos do SBBr pela confiança, pelas dicas pertinentes durante a transferência do Bala Mágica para cá, bem como pela recepção calorosa – em especial ao Carlos Hotta e ao Atila Iamarino, pois sem eles certamente eu ainda estaria patinando nos primeiros passos do processo de importação do blog!

Sem mais delongas – porque senão começa a parecer discurso de padrinho em casamento – sinta-se à vontade aqui na nova casa do Bala Mágica, e seja bem-vindo ao estranho e fascinante nano(bio)mundo!

Uma Balla (mágica) pelo mundo

(sim, o título é uma referência ao blog da Lúcia Malla)

Nove horas da noite de sexta-feira. Saí da cidade maravilhosa depois de uma semana de chuva e frio. Destino: a paradisíaca Arraial do Cabo. O fim de semana prometia… Lá estava eu indo participar do II EWCLiPo (Encontro de Weblogs de Ciência em Língua Portuguesa). Um inesperado congestionamento na ponte Rio-Niterói atrasou minha chegada – que era para ser as 23h, mas só larguei minhas coisas na pousada à 1h da madrugada. Isso não me impediu de levantar cedinho no sábado, com toda a disposição do mundo… Nesse dia eu teria a chance de conhecer os rostos por trás de tantos blogs legais sobre ciência. Sim, há rostos por trás deles!

Cheguei timidamente no Hotel A Ressurgência, local onde o encontro estava acontecendo desde sexta à tarde. Lá estava o simpaticíssimo prof. Mauro Rebelo, um dos organizadores do evento, repassando os slides da sua palestra, que seria a primeira da manhã. Perguntei a ele onde estava todo mundo. O prof. Mauro abriu um sorriso e disse que a confraternização do dia anterior tinha terminado mais tarde que o previsto. Depois de cerca de meia hora, aos poucos as pessoas foram chegando, e eu fui reconhecendo os rostos (ou parte deles, né Rafael?) das fotografias que constam nos blogs. Eu não tinha colocado referência ao Bala Mágica no meu crachá, e não tenho foto no blog, então foi inusitado algumas pessoas me reconhecerem também: “- Ahh, essa é a bala mágica!”. Vejam que ganhei um nickname e fiquei me achando com essa, hahaha…

Na qualidade de organizador, o prof. Mauro chamou o pessoal a entrar no auditório (blogueiros de ciência, quando se juntam, começam a discutir sobre a vida, o universo e tudo mais, e não páram sem a ação de uma força externa). Uma atmosfera de discussão e troca profícua de ideias tomou conta do ambiente e permeou todo o evento. A palestra do prof. Mauro sobre escrita criativa foi ótima – “preguiça, ignorância e medo nunca geram ideias criativas”. Na sequencia, a prof. Sonia Rodrigues nos trouxe sua experiência com inclusão digital de jovens e adolescentes. Não pude deixar de lembrar de coisas que já vivenciei lecionando no Projeto Educacional Alternativa Cidadã. O Carlos Cardoso nos brindou com uma divertidíssima palestra sobre como ganhar dinheiro com blogs – e outras cositas mas! Se você tiver a oportunidade de assistir esse publicitário que ganha a vida como blogueiro profissional e se apresenta como nerd, assista. (Descobri, por exemplo, que os blogs de ciência estão na categoria “Personal Carl Sagan”). O Carlos Hotta e o Átila Iamarino nos apresentaram sua experiência como gerentes do ScienceBlogs Brasil, e altas discussões surgiram sobre os critérios para um blog ser incluído no SBBr (afinal, quem não quer esse selo de qualidade para seu blog?)

Depois do almoço, o prof. Osame Kinouchi nos falou sobre redes complexas e mostrou o panorama da blogosfera científica brasileira. Depois dele, o prof. Leandro Tessler trouxe à baila a discussão sobre o efeito da ciência de má qualidade (ou anti-ciência) divulgada pela mídia na opinião pública, e mencionou a questão da hierarquização da informação na rede (ou a falta dela). E se você acha que só blogueiros de ciência estavam presentes no EWCLiPo, surpreenda-se com o palestrante seguinte: O Bernardo Esteves, editor da Ciência Hoje Online, veio com uma equipe e nos mostrou qual o papel de jornalistas e cientistas na divulgação da ciência.

Após as palestras, o prof. Osame anunciou os vencedores do prêmio de melhor blog científico, organizado pelo Anel de Blogs Científicos. O Bala Mágica ganhou o terceiro lugar (e um certificado!) na categoria Mente e Cérebro, Saúde e Medicina. O primeiro lugar dessa categoria foi do Ecce_Medicus. Qual a surpresa quando a Maria foi receber o prêmio? Na plateia, as pessoas se perguntavam: “- Então o Karl é menina?”. Não… o Karl é uma entidade 😉

Para variar, eu sempre pago mico nesses momentos. Estava eu posando para a foto com o certificado na mão, quando escuto de alguém da plateia:
“-Não é foto, ele está filmando!”; “-Ahhh, tá…hehehe”. Os prêmios humorísticos também foram distribuídos lá. Menção especial ao Roberto Takata, que ganhou o troféu (na verdade, um sapinho) de comentarista de destaque da blogosfera (e do II EWCLiPo também!).

Depois de um dia de altas discussões, a galera toda foi para o Saint-Tropez, para continuar o papo com cerveja. Mas como o post está longo, continuo contando o que aconteceu em Arraial amanhã.

P.S.: Optei por contar a minha visão pessoal do II EWCLiPo como um diário de viagens para não chover no molhado – antes de mim, muita gente boa descreveu o evento em detalhes de forma brilhante. A compilação dos post que tratam do EWCLiPo está sendo feita pelo Takata (o ganhador do sapinho!) no Gene Repórter. Confira!
UPDATE 29/09/09: vídeo com depoimentos de blogueiros que participaram do II EWCLiPo, na página da Ciência Hoje Online.

A segunda chance


“- Tá bem, Fernanda, mas essas tais nanopartículas são tóxicas ou não?”
“- E esse negócio aí de nanotecnologia, serve pra quê, afinal?”
“- Mas…. com o que você trabalha, mesmo?”

Eis algumas das perguntas que tenho ouvido ao longo dos últimos 6 anos quando falo que trabalho com nanotecnologia. Embora seja um assunto muito em voga, poucas são as fontes de informação acessíveis e confiáveis que levam a nanotecnologia para o grande público – em especial no que diz respeito às suas aplicações na área da saúde. Eu acredito que as pessoas tem o direito de saber. Por isso, vinha pensando num meio de popularizar o assunto há um bom tempo.

A primeira chance que tive foi um convite que recebi da professora Sílvia Guterres e da professora Adriana Pohlmann, orientadoras do grupo de pesquisa do qual faço parte, feito em 2007:
“- O que você acha de escrever um artigo sobre nanopartículas na terapêutica para a Ciência Hoje?” “– Que legal, quero tentar!“. O resultado está linkado aí ao lado (e deu um trabalhão, porque precisei aprender a escrever no estilo jornalístico, o que é excitante, mas nada fácil para alguém tecnicista como eu).

Foi em abril desse ano que tive a segunda chance, por causa de alguns eventos muito tristes que ocorreram na minha vida – um deles foi um procedimento cirúrgico que me tirou de circulação por um mês e meio. O tempo que eu tinha de sobra poderia ser usado por mim para fins de autocomiseração. Preferi usá-lo para aprender a criar e gerenciar um blog de ciências, uma ideia que já vinha rondando meus pensamentos. Assim nasceu o Bala Mágica, de forma meio certinha e marrenta até (é só conferir os primeiros textos) – mas com uma linguagem que foi se tornando mais suave ao longo do tempo e, depois de adquirido um certo grau de confiança, com algumas estabanadas tentativas de adicionar humor à conversa – basicamente, o reflexo de alguém tímido, mas que gosta de fazer amigos, embora nem sempre saiba como.

É por isso que o fato do Bala Mágica, com menos de 6 meses de vida, ter sido lembrado por vários blogueiros de ciência (meus pares!) na votação do prêmio ABC é considerado por mim como um presente devido à história de como tudo começou, como uma honra grande por estar no mesmo grupo de tantos blogs bacanas, alguns dos quais sou leitora assídua – vide blogroll ao lado – e, por fim, como reforço da responsabilidade e do compromisso que assumi em divulgar ciência.

Pela confiança, muito obrigada.

Bala mágica: o que é isso afinal?

Depois de ouvir as mais diversas perguntas a respeito do que é nanotecnologia e qual seu perigo para a saúde e para o meio ambiente, percebi que há uma carência grande de informações sobre o tema para o público em geral. Muito se fala em nanotecnologia, mas poucos sabem que muitos produtos nanotecnológicos já estão disponíveis no mercado há mais de 20 anos! Por isso, este será um blog de divulgação científica sobre nanobiotecnologia. O que é nanobiotecnologia? Bem, para descobrir é só ler o quadro “Transformando paradigmas”, logo abaixo (esse aí mesmo, em verde).



A nanobiotecnologia pode contribuir muito para a melhoria da saúde humana por meio da liberação controlada de fármacos no organismo. Pesquisas envolvendo o tema vem sendo desenvolvidas tanto por governos quanto por empresas, no Brasil e no mundo. E o que tem tudo isso a ver com o título desse blog? (não, não, bala mágica não é o que você está pensando….)

Para responder essa pergunta, reproduzo aqui uma parte do artigo “Uma pequena grande revolução: os impactos da nanobiotecnologia na saúde humana”, que foi publicado na Ciência Hoje de dezembro de 2008 (para quem ficar curioso, aí vai o link http://cienciahoje.uol.com.br/134671).

“A maioria dos medicamentos usados nos tratamentos modernos contém moléculas geralmente pequenas (fármacos) que atingem a corrente sangüínea após sua administração, percorrendo todo o organismo. Portanto, os fármacos chegam tanto ao seu alvo quanto a outros lugares do corpo que não têm relação com a doença. Essa última situação leva aos efeitos indesejados dos medicamentos, chamados efeitos colaterais.

A nanobiotecnologia pode ajudar a contornar esses e outros problemas. A chave é justamente a faixa de tamanho e o tipo de estrutura dos medicamentos nanotecnológicos, que atuariam como minúsculos dispositivos guiados para liberar o fármaco preferencialmente no seu sítio-alvo (local onde o fármaco age, causando um efeito desejado, como o fígado, a pele ou o cérebro).
Essa seletividade, em geral, não é possível com medicamentos convencionais. A idéia de obter minúsculos dispositivos guiados foi levantada no início do século passado pelo biólogo alemão Paul Erlich (1854-1915), ganhador do prêmio Nobel de Medicina em 1908. O modelo de Erlich ficou conhecido como ‘bala mágica’.”

Bem-vindos todos os que se interessam pelo assunto!

Grande abraço

Fernanda


UPDATE 29/11/2009:

clique na figura para vê-la ampliada

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