‘Mercantilização do sexo’
Lá vem o carnaval e, com ele, as campanhas do governo para distribuição de camisinhas e pílulas. é de se louvar o forte posicionamento das autoridades contra a costumeira chantagem católica, mas questiono um pouco a oportunidade dessas campanhas: não que o carnaval não seja uma festa promíscua, ms será que o restante do ano é realmente menos promíscuo? Se alguém souber de pesquisas a respeito, agradeço.
Defensores das ressalvas da igreja à distribuição de anticoncepcionais queixam-se de que o governo estaria estimulando a “mercantilização do sexo”. Me pergunto, exatamente, o que se quer dizer com isso: ninguém é obrigado a cair na gandaia — mas quem quiser deve ter o direito de fazê-lo de forma saudável garantido, como quem quiser viajar para as matas do Mato Grosso deve ter acesso à vacina contra febre amarela.
O que os conservadores realmente querem é impor uma moral sexual que deveria ser, simplesmente, uma questão de gosto pessoal — baseada em abstinência-fidelidade-reprodução — por meio do terror: o medo da gravidez, o medo da doença.
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