Viradouro e o Holocausto
A idéia de pôr na avenida um carro algórico sobre o Holocausto dos judeus pelos nazistas é de uma insensibilidade e de um mau-gosto hediondos.
Mas, pior ainda, é a idéia de proibir essa exibição por via judicial.
Explico: trata-se, ao fim e ao cabo, da censura de uma obra de arte. Trata-se de usar o poder do Estado para impor a sensibilidade e o conceito de bom-gosto de uma parte da população a outra.
Existem muitas outras formas de condenar uma obra de arte — pode-se atacá-la, criticá-la, ignorá-la, expô-la pelo que de fato é (ou pelo que o crítico acredita que de fato seja).
Mas, proibi-la?
Quem procurou o Judiciário para embargar o carro alegórico parece ter se esquecido de que a liberdade de expressão tem um preço, que é a tolerância com a pornografia, o ofensivo e o de mau-gosto, ou concluiu que não está disposto a pagá-lo.
Seja o que for, é um caso clássico de plantar vento na esperança de que não se venha a colher tempestades no futuro.
A ver veremos.
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