Moralismo e DSTs

The New York Times publica um belo ensaio sobre as mais recentes pesquisas a respeito da origem da sífilis — ao que tudo indica, a doença era pouco mais que um leve incômodo dermatológico entre os nativos do Novo Mundo, e evoluiu para sua forma mais letal (e sexualmente transmissível) na Europa.

O texto de Marlene Zuk aproveita a deixa para tratar da associação entre moralismo e doenças sexualmente transmissíveis, algo muito claro, hoje, na questão da aids. Mas não se aprofunda (o que não é um demérito do artigo; afinal, cada texto tem um espaço-limite e um foco) nas várias formas que o moralismo frente à doença, a tendência bíblica de culpar o sofredor pelo sofrimento, assume.

De todas as modalidades de moralização esdrúxula da aids, a que me parece mais curiosa não é nenhuma das que costumam apanhar (merecidamente) da mídia, como o estigma de “praga gay” ou o “pecado” do uso da camisinha, mas a, digamos,”alternativa”, que nega o nexo causal entre HIV e aids e insiste que a doença é uma espécie de mal-estar da civilização, um “estado de espírito” adquirido nestes tempos repressivos/neoliberais/dominados pelo pensamento ocidental/wathever.

No fim, é um moralismo antimoralista, se me perdoam a antítese. Tão daninho quanto os demais.

Discussão - 1 comentário

  1. Fernando Henrique disse:

    Ah sim,então por que não passamos a mandar todos os pacientes com HIV para spas relaxantes ou simplesmente oramos por eles?Talvez seja isso que a igreja quer,afinal,quanto menos soropositivos para serem criticados e trocar de religião,menos fiéis a igreja perde,rs...

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