‘Mystery Mongers’
Como todo escritor de romance policial (e telenovela!) sabe, melhor que solucionar um mistério é esticá-lo. Como estratégia em narrativas de ficção, a manobra é perfeitamente válida, mas quando vira truque jornalístico, a coisa acaba se transformando em algo tipo A Montanha dos Sete Abutres.
Veja, por exemplo, a cobertura do caso da “casa que jorra sangue”, localizada num bairro com o improvável nome de Jardim Bizarro, em Jundiaí (SP).
Em vez de aguardar o laudo pericial da polícia, ou de conduzir uma investigação própria, foram correndo ouvir o Padre Quevedo. Que, claro, veio com as pataquadas de sempre sobre “telergia” – embora também tenha oferecido uma explicação alternativa que, sendo um pouco mais plausível, foi devidamente jogada, pelo jornalista, para o rodapé da história.
Resumindo: houve um tempo em que jornalistas buscavam descobrir, e retratar, a verdade. Hoje, parecem se satisfazer em fazer onda pra vender jornal.
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