Dia em que a Terra Parou

Críticos e jornalistas já escreveram esmerilhando a triste refilmagem do clássico de Robert Wise, mas do ponto de vista da divulgação científica, o mais asustador é ver como um filme tão ruim se esforça tanto para soar cientificamente plausível. Produções desse tipo correm o risco de dar à verossimilhança científica uma fama tão ruim que em breve teremos gente saudando o valor estético a propagação do som no vácuo.
Senão, vejamos (spoiler alert, pra quem liga para essas coisas): o alienígena Klaatu chega à Terra num corpo humano sintético, clonado a partir de uma amostra de tecido — ponto para o filme, já que escapa do clichê do alienígena “naturalmente” humanóide; a astrobióloga interpretada por Jennifer Connelly estuda bactérias extremófilas, algo que muitos astrobiólogos de verdade realmente fazem; os alienígens decidem destruir a Terra usado máquinas de Von Neumann, o que não deixa de ser uma boa idéia e um pensamento original — para os padrões de Hollywood.
(Ok, eles invantam um prêmio Nobel esquisito para “pesquisa em altruísmo biológico”. Seria o de fisiologia? Da paz? Ou o de economia? Mas o de economia não é um Nobel “oficial”.)
E, a despeito disso tudo, o filme é uma bomba. Péssimo roteiro, atuações nada inspiradas e um monte de outras coisas. Ninguém ainda disse que o filme é chato por ser “científico demais”, mas é preciso manter a vigilância: O Dia em que a Terra Parou não é um filme lamentável por ter tentado acertar na ciência, mas a despeito disso.

Discussão - 7 comentários

  1. Claudia Chow disse:

    Mas eu achava que os ETs queriam destruir os humanos, nao a Terra... Ainda nao vi o filme.

  2. cretinas disse:

    Pois é, o Keanu-Klaatu diz quwe querem destruir os humanos, mas quando soltam as máquinas devoradoras o negócio coemça a comer tudo...

  3. Paty disse:

    Acredito que boa parte disso de filmes/séries de ficção científica "fisicamente" correta deve-se à "geeks" que vão em convenções e palestras (ou mandar cartinhas) apontar erros de continuidade e lógica aos produtores/atores/etc.
    Sou fã de Jornada nas Estrelas(todas) e já vi pessoalmente isso, gente reclamando que Enterprise foge da "lógica" científica/realista.
    Mesma coisa com Star Wars...
    C@c&t&! É FICÇÃO científica, e não realidade!
    Querem enfiar realismo em algo fictício pra ficar "plausível" ou para não receberem críticas de fãs?
    Saúdo o bom e velho Doctor Who! Ficção de verdade.
    Quando fazem m&rd@s de filmes como este novo Dia Que a Terra Parou, dá vontade de ser igualmente chato (como os geeks) e dizer: Apesar de possível, isto tudo também é fisicamente improvável de acontecer.
    Estragaram mais um clássico. Lamentável.

  4. Bárbara disse:

    Desculpa discordar.
    Achei o filme bacana por abordar a ética da humanidade, efeitos à parte e outros mitos.
    O fato é que a humanidade tem sido cruel com o ambiente, os semelhantes e os não tão semelhantes assim.
    Na minha opinião (enviesada de profissional da área social), o filme contribui para a reflexão do que a raça que se diz evoluída porque é pensante e científica tem feito em benefício próprio e do planeta.

  5. cretinas disse:

    Oi, Bárbara!
    Até concordo que o filme tenta veicular uma mensagem positiva, mas, na minha opinião, isso não basta. Como já disse alguém, se o que vale é a mensagem, o melhor é usar o correio...

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