Mikhail Gromov recebe o Prêmio Abel
O russo naturalizado francês Mikhail Gromov foi agraciado com o Prêmio Abel deste ano. O Abel é uma tentativa bastante cuidadosa de emular o Nobel, premiação que não contempla a matemática. Há várias lendas urbanas para explicar essa aparente negligência de Alfred Nobel, minha favorita sendo a de que um matemático dormia com a esposa do velho Alfred — o único problema com isso é o fato de que Nobel morreu solteiro.
O Abel é um prêmio recente, instituído em 2002, mas que tem boas chances de se tornar uma instituição nos próximos anos e décadas. O premiado deste ano tem uma carreira longa e produtiva no campo da geometria não-euclidiana, mais precisamente da geometria de Riemann, na qual a cada ponto do espaço são associados um ou mais vetores.
Há um breve material introdutório (em inglês) sobre o assunto aqui, e uma visão simplificada do trabalho de Gromov aqui.
Por fim: o Prêmio Abel deve seu nome ao matemático norueguês Niels Henrik Abel, que demonstrou que não existe uma fórmula geral para a solução de equações de quinto grau — ao contrário do que acontece, por exemplo, com as de segundo, que se rendem à fórmula de Báscara. Mais tarde, o trabalho de Abel foi generalizado para uma demonstração de que também não há fórmulas genéricas para nenhuma equação de grau superior a cinco.
Isso não significa que essas equações sejam insolúveis, mas sim que não existem mais “balas de prata” algébricas para altos expoentes. Ou: para resolver, é preciso suar.
Discussão - 1 comentário
se tinha algum matemático comendo a senhora abel, nao era o john nash…