E a nave espacial privada continua em seu périplo…
Nesta semana o pessoal d Virgin Galactic fez uma apresentação do WhiteKngihtTwo, o avião-lançador que deverá levar ao espaço a primeira nave privada de turistas, a chamar-se SpaceShipTwo ou VSS (de “Virgin Space Ship”) Enterprise.
Só para relembrar: a equipe do engenheiro Burt Rutan havia feito história em 2004 ao lançar a primeira nave espacial tripulada financiada exclusivamente com recursos privados, a SpaceShipOne. A nave fez três voos, chegando ao limite da atmosfera terrestre e pousando de volta em segurança.
Na época, o então diretor da Nasa, em meio à crise de credibilidade causada pela explosão do ônibus espacial Columbia e confrontado com a “prova de eficiência do setor privado”, referiu-se à SpaceShipOne como “um planador movido a gás hilariante”.
O que, subtraindo-se o veneno das palavras, é verdade. A nave de Rutan passa a maior parte do tempo planando usa NO2 como oxidante de combustível.
Mas o cara da Nasa tinha razão em uma coisa: é muito difícil comparar o que o time de Rutan fez com o que a agência espacial faz. A complexidade de se levar um homem à beira do espaço e minutos depois fazê-lo descer é ordens de magnitude menor que a de lançar um ônibus espacial, ou de manter uma tripulação de seis pessoas em órbita por meses a fio.
É difícil saber até onde a Virgin Galactic conseguirá ir — aos meus céticos olhos cansados, a empresa parece ter muito marketing (oferecendo passagens grátis ao espaço a Stephen Hawking e William Shatner, por exemplo) e poucos feitos concretos até agora — mas, no momento em que o governo do EUA tem um comitê reavaliando toda a estratégia estatal de voo espacial tripulado, é bom lembrar que a iniciativa privada também está na jogada — e não apenas por meio das grandes empreiteiras da indústria aeroespacial.
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