Apurando a previsão
Os leitores mais fiéis vão se lembrar que comecei a semana passada pedindo que se tentasse determinar, de duas previsões astrológicas, qual se referia a 2010 e qual a 2009. Obtive, ao todo, sete respostas, das quais três adivinharam corretamente (primeira previsão, 2010; segunda, 2009), três consideraram que as previsões eram indistinguíveis/irrelevantes e uma errou.
Infelizmente, o número de respostas obtido foi insuficiente para que o resultado fosse estatisticamente significativo. Por puro acaso, a chance de três acertos em sete tentativas, com três alternativas possíveis (9/10; 10/9; tanto faz) é de de 48% — mais exatamente, p= 0,4801 — bem fora do nível de significância. Na verdade, mesmo cinco respostas corretas em sete teriam uma probabilidade de 11% de ocorrer, um p bem acima do nível tradicional de 0,05.
A distribuição obtida — dois grupos de três resultados iguais e um resultado solitário — é muito provável no arremesso de sete dados de três faces (que dá para simular jogado sete dados de seis faces e dividindo o resultado por dois), segundo o Wolfram Alpha.
Se mais alguém quiser lançar um desafio semelhante, poderemos tentar uma meta-análise daqui a alguns meses… (mas sinceramente não consigo imaginar um motivo para isso).
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