O que você não sabia sobre o Edward Cullen da série Crepúsculo

(não, não é o Orkut do Robert Pattinson)

Há uns dias atrás terminei de ler o livro Crepúsculo (Twilight), estimulada pela enxurrada de gente que já havia lido e a-ma-do. A historia é a seguinte: uma moça humana (Bella Swan) e um vampiro (Edward Cullen) se apaixonam e a partir daí começam os conflitos e as tensões, porque apesar de apaixonado, o vampiro tem sede pelo sangue da moça – o que é um perigo mortal para ela. Tudo bem que a autora criou um vampiro que é o cara perfeito, além de sex symbol bonitão… mas há algo que eu achei bizarro nele. Perdoe o spoiler quem ainda não leu o livro, mas sob a luz do sol ele brilha intensamente – o que justificaria sua preferência pela penumbra, já que ninguém gostaria de chamar tanta atenção, não é ? (tá, quase ninguém)

Puxa, vampiros no meu imaginário derretem, queimam ou evaporam sob a luz do sol. Mas simplesmente brilhar e mais nada? Doido. Para brilhar intensamente daquele jeito descrito no livro, só se a pele dele fosse feita de nanocristais como aqueles sintetizados pela equipe do professor Todd Krauss, da Universidade de Rochester (USA). Em geral os objetos absorvem a energia do sol e a reemitem como calor. Não é o caso dos tais nanocristais, que devido às suas características estruturais não deixam as partículas de luz ser transformadas em calor – elas batem no nanocristal e são logo refletidas como num espelho nanoscópico. Mas luz de que cor? A pergunta faz sentido porque, mudando o tamanho dos nanocristais, é possível mudar a cor da luz que eles emitem. E convenhamos, mais estranho que um vampiro brilhante é um vampiro brilhante e colorido. Tal fenômeno acontece porque mais de 70 % dos átomos que compõem um nanocristal estão na sua superfície (coisas que só a nanotecnologia faz por você). Essa característica faz com que os elétrons se afastem e se aproximem dos núcleos dos átomos de uma forma particular quando a luz bate neles, influenciando na energia da luz que é reemitida – e por consequencia, na sua cor (quanto mais azulada a luz, mais energética ela é, e quanto mais avermelhada, menos energética).

Peles feitas de nanocristais brilhantes não poderiam existir mesmo num mundo com vampiros porque não são moléculas orgânicas, mas sim materiais inorgânicos semi-condutores? Está bem…. não poderiam ser componentes da pele, mas poderiam ser componentes do que vai em cima dela (sejamos criativos!): já imaginou celebridades como a Britney Spears ou a Madonna vestindo uma roupitcha feita desses nanocristais e que brilha pra caramba sob os holofotes, tal qual um laser ambulante? (sim, é possível construir lasers com esses nanocristais na vida real…)

Imaginou? É, pode haver coisas mais bizarras que um vampiro que brilha sob o sol…

Você estava procurando informações sobre o livro Crepúsculo, seus principais personagens, Orkut, algum sex symbol ou as últimas da Britney ou da Madonna e acabou caindo aqui? Pois saiba que esse post faz parte da blogagem coletiva “Cientista também caça paraquedista“, do Science Blogs Brasil. Se gostou, volte sempre!!!

Discussão - 14 comentários

  1. Há, espertinha 😉
    excelente o texto, tenho um convite para você..

  2. Ei, obrigado pelo comentário. Pode usar o texto a vontade.

  3. @ Luis Claudio Melo
    @ L. Felipe Benites
    Que bom que vcs gostaram! Foi desafiador encarar essa blogagem coletiva....
    @ Daniel Christino
    O teu texto realmente me tocou. Vou aproveitar a deixa do teu comentário pra publicar o link aqui (recomendo!): http://pasmoessencial.wordpress.com/2009/07/03/sobre-alunos-e-aulas/
    Abraços,
    Fernanda

  4. Marília disse:

    Fe! Tu és sensacional MESMO! hahahahaamei esse post.outra coisa, pq a pele do Edward-hot-Cullen não pode ser feita de materia inorgânica? ele não se alimenta, não tem um coração que bate, não tem circulação sanguinea.. faz muito sentido que ele seja composto de nanocristais.. hehehehe
    Bjão
    Lila

  5. Oi, Lila!
    Pois é, fiquei viajando, ops, pensando na tua pergunta. Considerando que os vampiros se alimentam de sangue humano, que os nanocristais são compostos por cádmio, zinco e selênio e que o princípio de Lavoisier é válido no universo do Crepúsculo, não seria possível encontrar vampiros com a pele composta por esses nanocristais.... 😉
    Bjos,
    Fer

  6. Marília disse:

    hehehe, ok tu venceu 🙂 beijos

  7. @Marília
    Que nada, aquele teu argumento sobre o grau de dureza dos vampiros me deu o que pensar....
    (Tu e a Lu só me fazem perguntas difíceis, hehehe)

  8. Claudia Chow disse:

    Vc viu o filme? O vampiro brilha que nem purpurina, é muito gay! Muito criativo seu post! 🙂

  9. O, Claudia
    Não vi o filme, só li o livro. Eu também achei nada a ver esse negócio de vampiro que brilha - fala sério... Vampiro que é vampiro no sol derrete, evapora, sei lá, essas coisas.
    Obrigada pela visita, apareça sempre!
    Fer

  10. Nagib disse:

    Alguém, por favor, mande esse post para a Stephanie Meyer para ela NUNCA MAIS escrever viadagens dentro de suas obras ¬¬'

  11. Tamyres disse:

    Olá, Fernanda
    Adorei o texto.
    É muito bom encontrar blogs com vida inteligente!
    Sucesso!

  12. Gabriel disse:

    querida fernanda...
    sem querer ofender
    o caso de Edward brilhar intensamente no sol é o fato dele ter pele
    digamos de diamante...eu sei que diamante n brilha tanto
    mais vampiros n existem
    foi um mundo que a autora criou n a corrija por favor
    obrigado

    Gabriel M.Schroer

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