Nanotecnologia à venda

Acordei hoje pela manhã e, viciada que sou, fui logo conferir meus e-mails. Dentre as mensagens, havia um press release da Agência FAPESP com a seguinte notícia: Nanotecnologia no Bebedouro. (Foi quando pensei: essa merece um post no Bala Mágica! A Inês, do Educatual, também pensou, hehehe)

Em resumidas palavras, a matéria trata de um produto lançado pela Nanox® Tecnologia S. A. para purificar água de bebedouros. Esse produto consiste de um filme contendo nanopartículas de prata e de dióxido de titânio. Como já foi abordado aqui neste blog, ambos os tipos de nanopartículas são capazes de exterminar bactérias de qualquer tipo. O uso desse filme para revestir as paredes do reservatório de água do bebedouro impede que bactérias cresçam na água armazenada ali.

A Nanox segue a tendência do mercado mundial. De acordo com o PEN (The Project on Emerging Nanotechnologies – USA), prata é a substância mais citada como componente de produtos nanotecnológicos à venda no mundo (e veja que são mais de 600 produtos inventariados!!!). Óxidos de zinco e titânio ocupam o terceiro lugar dessa lista, perdendo apenas para carbono (na forma de fulerenos e nanotubos). Para quem ficou curioso a respeito da empresa, ela é brasileira! A Nanox, sediada em São Carlos/SP, foi uma das primeiras empresas nanotecnológicas do Brasil, tendo iniciado suas atividades em 2005. Ela é um exemplo do que chamamos de empresa spin-off acadêmico: ela se originou a partir de um grupo de pesquisa de uma universidade – no caso, a UNESP.

Assim como a Nanox, várias empresas tecnológicas brasileiras surgiram depois da criação da Lei de Inovação Tecnológica (Lei 10.973, de 2 de dezembro de 2004), que dispõe sobre incentivos à inovação e à pesquisa científica e tecnológica no ambiente produtivo. Apesar de ser alvo de algumas críticas, não há como negar que essa lei ajudou a favorecer um ambiente de inovação no meio empresarial, cujos reflexos vem sendo sentidos com mais força nos dois últimos anos.


Discussão - 2 comentários

  1. Alessandra disse:

    Olá, Fernanda. Gosto de ler sobre este tema. Lembrei deste artigo que vi esses dias: http://is.gd/4fEfg Talvez vc tenha visto, mas, na dúvida postei aí.

  2. Oi, Alessandra
    Pois é, tinha visto sim 🙂 Estou escrevendo uma análise crítica do relatório, mas como essas últimas semanas tem sido corridas, o post vai atrasar um pouquinho...Inclusive saiu na última Nature Nanotechnology um artigo do Richard Jones falando sobre o assunto - pena que eu não tenho acesso, pois gostaria muito de escrever a respeito aqui no Bala Mágica.
    Concordo que, no que se refere à divulgação da informação, podemos aprender com o caso dos transgênicos e não cometer os mesmos erros para a nanotecnologia. As pessoas tem o direito de entender o que é de fato a nanotecnologia, quais seus potenciais riscos e benefícios, sem paranóias ou eufemismos.
    Para isso, é fundamental que existam meios de divulgação acessíveis, com linguagem simples e que usem fontes confiáveis. Por acreditar que as pessoas tem o direito de saber, resolvi dar a minha pequena (nano?)contribuição ao criar este blog, com atenção especial à area de saúde, que é meu foco de trabalho.
    Obrigada pela visita e por enviar o link!
    Abraço,
    Fer

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