O olhar de Michelangelo e a divulgação de ciência

“David, de Michelangelo”
Aí entra a divulgação científica bem feita, como agente transformador da sociedade por facilitar o acesso do público ao conhecimento gerado pela ciência. É como esculpir o bloco de mármore, para que todos possam admirar o David escondido nele. Isso abre caminho para que as pessoas exerçam sua cidadania científica (sim, esse termo existe!), ao inseri-las nos debates que, em última instância, definem as políticas de ciência e tecnologia de um país.
Cidadania científica: É a capacidade para participar das decisões públicas que envolvem assuntos relacionados a ciência e tecnologia. Não podemos esquecer que a ciência está inserida num contexto social, e a percepção pública sobre temas científicos e tecnológicos pode tanto impulsioná-los quanto derrubá-los completamente.
Os cientistas (ainda!) são atores tímidos desse processo. Historicamente, a ciência sempre foi algo hermético, para poucos iniciados. Dividi-la com as pessoas “comuns” não era visto com bons olhos pelos pares acadêmicos. Ainda bem que essa concepção está mudando – rapida e radicalmente. Além de iniciativas de estímulo do próprio governo à comunicação científica visando o público leigo, uma nova ferramenta surgiu para simplificar as coisas e aproximar cientistas e leigos: o weblog. É sobre isso e otras cositas mas que falarei amanhã, na Universidade Estadual do Rio Grande do Sul, em Tapes/RS, na palestra “Divulgação científica através de novas mídias: esculpindo textos, formando opiniões”, para uma das turmas de Gestão Ambiental.
(Michelangelo di Ludovico Buonarroti Simoni, 1475-1564)
Discussão - 6 comentários
Olha só, que legal Fernanda! Saquei que vai rolar um jabá do SBBr, hehe.
Há chances dessa palestra algum dia vir aqui para São Paulo?!
Oi, Joey
Olha, a princípio não exatamente essa palestra e não exatamente São Paulo…
Falarei sobre o tema numa mesa redonda que faz parte da programação da VIII Escola do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF/MCT), que ocorrerá de 19 a 30 de julho, no Rio.
O título da mesa redonda será “A prática da divulgação científica e as novas mídias sociais”, e participarão do debate (além desta humilde blogueira e aprendiz de cientista), os professores Leandro Tessler (Cultura Científica) e Dulcidio Braz Júnior (Física na Veia!), com mediação do professor Marcelo Knobel (IFGW/UNICAMP). Como representante do SBBr, falarei não só da minha experiência pessoal com o Bala Mágica, mas também do nosso querido condomínio.
Abraços, obrigada pela visita 🙂
Fer
Cara Fernanda,
Queria parabenizá-la por esse post, tal como pelo anterior, que traz a baila – com uma reflexão sobre um programa veiculado recentemente na TV sobre os riscos da nano aplicada aos alimentos – a responsabilidade da mídia na divulgação de ciência. Aliás, a matéria citada rendeu boas análises… Vale conferir no site do Maynard!
Gostei muito também da idéia de discutir aqui no CBPF o conceito que você já antecipa de cidadania científica. Estamos aguardando com impaciência pelas suas ideias e contribuições para esse tema instigante.
Um abraço e até já
Dayse Lima
Núcleo de Comunicação do CBPF
Olá, Dayse
Fico muito feliz com sua visita, e agradeço seu comentário. Também estou bastante ansiosa quanto a essa mesa redonda, acho que as discussões serão ótimas, construtivas. Afinal, elas são mais que necessárias, já que a percepção do impacto socioeconômico causado pela divulgação de ciência é algo relativamente recente. Gostaria de aproveitar para externar aqui como me senti honrada com esse convite.
Forte abraço,
Olá Fernanda
Parabéns por este interessantíssimo “olhar” ao mundo da divulgação científica. A palestra na UERGS foi muito descontraída e nos mostrou a importância do assunto.
abraço
Mada
Obrigada, Mada
Foi um prazer conhecer a UERGS e o trabalho que vocês. Muito sucesso na sua carreira em Gestão Ambiental!!
Abraços,
Fer