Cuecas autolimpantes (coisas que só a nanotecnologia faz por você)

Cite rapidamente algumas das principais reclamações da mulherada quanto ao comportamento masculino na convivência diária sob o mesmo teto. Fácil essa, né? A tampa da privada nunca é abaixada, atitudes espontâneas de organização (como lavar a louça, passar a roupa e outros) são inexistentes, o controle-remoto da TV nunca está disponível ….hum, o que mais? Já sei! Tem também a malfadada cueca “reversível”: afinal, se um lado está sujo, é só inverter e usar o outro lado! (Eca…)



Ok, antes que enxurradas de comentários de protestos pupulem pululem aqui no blog, é claro que muitos homens não são adeptos da “cueca reversível”.



Porém VOCÊ, minha amiga em casa que está nos assistindo, não sabe mais o que fazer com seu marido que é adepto convicto dessa prática? Seus problemas podem estar com os dias contados! Num futuro próximo, estará disponível no mercado a cueca autolimpante! A novidade é da empresa britânica Alexium Ltd, e permitirá que o usuário fique semanas usando a cueca sem precisar lavá-la (Eca! Eca!).



E o que este blog dedicado à nanotecnologia tem a ver com isso? Ora, o princípio por trás desse produto de uso tão prosaico, adivinhe, é nanotecnológico. O tecido dessas cuecas é “inteligente”, pois contém nanopartículas entrelaçadas entre suas fibras, através de um processo chamado Tratamento de Superfície Reativa. De acordo com a Alexium Ltd., microondas são utilizadas para “prender” as nanopartículas no tecido. O processo todo tem uma única etapa e dura 30 s. Essas nanopartículas apresentam a capacidade de impedir o crescimento de microorganismos e de evitar que líquidos “molhem” o tecido. E é a presença desses microrganismos combinada ao suor que acaba causando o mau-cheiro. Sem microrganismos, sem mau-cheiro!



E seriam feitas de quê essas nanopartículas? Fui atrás dessa informação e encontrei a patente do processo. Ela é bastante abrangente (como toda boa patente), e infelizmente é difícil saber qual é a composição exata das nanopartículas. Dentro de uma classificação geral, elas são nanopartículas inorgânicas contendo derivados de silício. A inovação do processo reside no tempo curto de reação necessário para ligar as partículas ao tecido – por outros métodos, o processo seria muito longo e, por isso, comercialmente inviável. Embora eu não tenha lido nada sobre o grau de permanência dessas nanopartículas no tecido após lavagens sucessivas, provavelmente elas não sejam facilmente liberadas para o ambiente, já que a patente descreve a formação de uma ligação química covalente entre o substrato (que seria a fibra do tecido) e o derivado de silício presente na nanopartícula.



Embora seja uma novidade interessante para ajudar a manter a harmonia conjugal de muitos casais, a motivação por trás do desenvolvimento do produto foi bélica (veja que evitei fazer piadas e trocadilhos nesse momento). O tecido “inteligente” foi desenvolvido por cientistas do Departamento de Defesa norte-americano – uniformes com essas características poderiam proteger os soldados de armas biológicas, como o antrax.


Discussão - 17 comentários

  1. André Souza disse:

    Não entendi a reclamação sobre a tampa abaixada...Tipo: O maior problema não seria o homem mijar em pé e sujar a tampa toda (q , por sinal, é mais usada pelas mulheres)? Então, mantê-las levantadas evita q um (ogro, troglô ou a definição q vcs mulheres sugerirem) mais apressado suje o banheiro todo...Aliás, banheiro sujo e tampa mijada é a reclamação mais comum entre as mulheres q eu conheço
    Ps.: Eu não sujo o banheiro e, para evitar este tipo de coisa, as vezes faço sentado (só faço em pé em mictório)...Mas só baixo a tampa qd a coisa tá feia e para não espalhar futum pela casa.

  2. André Souza disse:

    E mais uma coisa:
    Tá certo q "cueca reversível" é nojento pacas ...Mas calcinha pendurada no registro do chuveiro ou no box tb já é sacanagem
    rsrs

  3. Joey Salgado disse:

    Por isso que não uso mais cueca...
    Brincadeira! Brincadeira! Brincadeira! (Antes que me complique aqui, hehe!)
    Inté!

  4. André Souza disse:

    Como não fiz nenhum comentário útil anteriormente sobre o assunto, ´penso q este tipo de tecido também poderia acabar sendo aplicado a fraldas, acabando ou reduzindo e muito o descarte das mesmas.

  5. Claudia Chow disse:

    Já to até vendo gente que nunca mais vai trocar a cueca! ECA!
    Mas gostaria de saber o preço desse tecido que também serviria para fazer outras peças, né?

  6. Fernanda Poletto disse:

    Oi, Clau!
    Pois é, a ideia é aplicar esses tecidos também para fins mais nobres, como roupas de cama e uniformes para uso em hospitais - isso seria muito interessante no combate à infecção hospitalar. Infelizmente não tenho informações de preço, mas segundo um dos responsáveis pela tecnologia, não seria muito diferente do preço de um tecido convencional.

  7. Silício, né? Ou seja, caixinha de gato vestível. : )
    (Note: eu *sei* usar papel higiênico. E, *não*, eu *não* era o japa na estação espacial: http://noticias.uol.com.br/ultnot/cienciaesaude/ultnot/bbc/2009/03/20/ult4432u2095.jhtm)
    E qto tempo até noticiarem isso como cueca de *silicone*?
    []s,
    Roberto Takata

  8. Fernanda Poletto disse:

    Oi, Wakata...ops! Takata!
    Caixinha de gato vestível é uma definição deveras criativa!
    Pode contar que silicon vai ser traduzido errado logo, logo...

  9. Mara disse:

    Que "diver" esses comentários. Parabéns pela polêmica (risos).
    Mara.

  10. Amigo de Montaigne disse:

    Cara Fernanda,
    ótimo e divertido post. Não sabia dessa história de inverter o lado da cueca. Talvez seja ingênuo demais.
    Só uma coisinha. Onde vc escreveu "comentários de protestos pupulem" não seria PULULEM?
    Abs, Amigo de Montaigne.

  11. Tati Nahas disse:

    Hahaha! cueca autolimpante é ótima! Outra aplicação do tecido especial pode ser na parte da camisa que fica com as rodelonas de pizza, heim! 🙂

  12. Joâo Carlos disse:

    Hmmm... Ideia interessante. Estender as palmilhas anti-chulé até as cuecas?... E quando vão estender às calcinhas (mulher adora reclamar de homem, mas as normas nunca se aplicam a elas, né?...)

  13. Fernanda Poletto disse:

    Hehehe,
    É pululem, sim. Obrigada, Amigo

  14. Fernanda Poletto disse:

    Ok, João Carlos - vou pensar em algo sobre underwear feminina 🙂

  15. José Sabino disse:

    Olá Fernanda,
    Para além das fantásticas nano-conquistas, vai uma sugestão Etológica, minha especialidade. Boas regras de convivência -e evidentemente de higiene- costuram de forma harmoniosa o "tecido" social entre Homens e Mulheres que decidem viver sob o mesmo teto. Mas creio que melhoramos muito depois da brilhante invenção do papel higiênico, em 1857, por Joseph Gayetty. Depois de uma insistente campanha para aceitação, o nosso trivial PH passou a ser um produto industrial da Scott Paper Company em 1890. Isso que é resistência cultural... Mas as coisas poderiam ser bem pior: por exemplo, os esquimós, que não têm árvores, jamais teriam inventado o PH. Eles se limpavam com prosaicos blocos de neve... Além do frio...brruuuuu... imagine a cueca deles!
    Abraços cheirosos,
    José Sabino

  16. Oscar disse:

    Não vi ninguem falar em cueca descartavel, como fralda, como absorvente feminino.
    Claro feito com produto biodegradavel.
    Não seria mais pratico?

  17. Mário Cezar disse:

    Na verdade vc errou o número de lados de uma cueca, nã são 2 e sim 4. Essa cueca tb é uma boa pq não precisaei levra várias em uma viagem por exemplo.

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