Um banco público para estimular a inovação no Brasil

O Brasil é um grande exportador de commodities, a ponto de já ter sido chamado de celeiro do mundo. No entanto, o mesmo não pode ser dito quando consideramos ciência, tecnologia e inovação (CT&I). Obviamente, há setores que são exceção. Mas, num panorama geral, o que vemos é uma grande aversão do setor privado ao risco associado a investimentos em CT&I. A maioria das iniciativas nesse sentido ainda é realizada dentro dos muros das universidades. Além disso, há toda a burocracia e morosidade nacionais quando a questão envolve desenvolvimento tecnológico e patentes.
As empresas estão erradas em temer investimentos de risco? Ora, uma empresa visa prioritariamente o lucro. É por isso que o desenvolvimento estratégico do país passa pela criação de soluções que tornem investimentos em CT&I mais atraentes. Confesso que, quando soube que Aloizio Mercadante seria o novo Ministro de Ciência e Tecnologia, fiquei com um pé um pouco atrás. Porém, vejo com bons olhos uma novidade apresentada em Brasília na semana que passou: a FINEP (Financiadora de Estudos e Projetos), uma agência de fomento ligada ao MCT, recebeu carta patente do Banco Central para se transformar em um banco público de fomento à inovação, nos moldes do BNDES. Isso ocorrerá em até 3 anos, e tornará possível uma maior liberdade na captação de recursos que aquela existente hoje, atrelada ao FNDCT (Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico).
Essa mudança se traduz em ampliação de incentivos fiscais para inovação, criação de fundos setoriais, e um estímulo ao desenvolvimento de tecnologia de ponta no setor privado brasileiro. Sejamos exportadores de commodities, sim. Mas sem esquecer que o PIB de um país também está diretamente ligado ao acúmulo de conhecimento passível de ser aplicado em processos produtivos. E a detenção desse conhecimento não só é estratégica, como também pode significar uma maior soberania nacional.

Discussão - 1 comentário

  1. Elton Borges Mesquita disse:

    Eu imagino que precisamos ver a execução deste plano no dia a dia. Espero que tenhamos a sorte de ver esse plano se concretizar, já que temos levado grande desvantagem em quase todas as áreas de produção com tecnologia agregada.
    E claro que todos precisam ter uma boa comunicação, se estamos tratando de financiar novas tecnologias, não podemos ter órgãos engessados cuidando desta área de mercado.

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