Trabalho e frustração em grupo
O aprendizado colaborativo realizado em grupo é fonte de entusiasmo para muitos educadores. Onde todos, inclusive o professor, podem participar de trocas ativas de ideias e participar de uma construção social.
Só que como sabemos, trabalhos em grupo nem sempre (ou nunca) funcionam como na imaginação idílica de alguns pedagogos.
O artigo ´Are Online Learners Frustrated with Collaborative
Learning Experiences?´ publicado na edição de abril de 2012 da ´The International Review of Research in Open and Distance Learning´ mensurou algumas fontes de frustração dos estudantes que participavam aprendizado online com foco em atividades colaborativas.
Alguns dos motivos de frustração entre os todos os 40 participantes da pesquisa foram:
– desequilíbrio no nível de compromisso, esforço e esforço entre os participantes do grupo (citado por 57,5% dos participantes da pesquisa)
– objetivos não compartilhados e dificuldade de organização (22,5%)
– dificuldade de comunicação (20%)
– problemas com habilidades de negociação (17,5%)
– desproporção na qualidade das contribuições individuais (15%)
– excesso de tempo gasto e sobrecarga de trabalho (15%)
– conflitos e problemas em chegar a um consenso (15%)
– desproporção entre expectativa do grupo e dos indivíduos (10%)
– desentendimentos (5%)
– falta de suporte e orientação do instrutor/orientador (5%)
É possível perceber que vários destes problemas também ocorrem em trabalhos em grupo realizados fora do mundo virtual. E podem ficar mais evidentes quando realizados em um espaço virtual. Pois neste é possível perceber com mais clareza a intensidade com que cada membro participa da realização de um grupo; por exemplo, pela verificação da baixa participação de um indivíduo em uma troca de mails relacionados à tarefa proposta.
Mas não é algo sem solução. Para minimizar este tipo de problema os autores indicam que os professores/orientadores devem estar cientes em quando a interferência é necessária em um curso que envolva trabalho colaborativo online e saiba em qual intensidade deve atuar. O instrutor deve desempenhar um papel ativo no processo colaborativo. Sendo pró-ativo no monitoramento e intervenção nas atividade que envolvam colaboração. Isto para garantir que o grupo trabalhe de forma eficaz por meio de mecanismos de assistência, avaliação e feedback.
Neus Capdeferro, & Margarida Romero (2012). Are online learners frustrated with collaborative learning experiences? The International Review of Research in Open and Distance Learning
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