Pra que serve um iPad?
Em janeiro comprei um iPad (modelo 1, 32Giga sem 3G) e até o momento tenho feito bom uso do aparelho.
Utilizo mais para ler e anotar em livros e PDFs, pelo aplicativo GoodReader ($4.99), enquanto escuto alguma rádio online, pelo aplicativo da AccuRadio (gratuíto).
Outros aplicativos que utilizo com frequencia são para acessar Twitter, Weather Channel para previsão do tempo, aplicativo ´Alarmed´ para contagem regressiva, DropBox para transferência de arquivos e o excelente Informant HD para organizar tarefas e agenda.
Hoje mesmo comprei a versão Pro do aplicativo Read It Later ($2.99), que espero facilitar a organização de textos encontrados na internet e que tenho interesse em ler mais tarde. Resta não ter a esperança de ler maior do que o tempo disponível.
Raramente utilizo o iPad para navegar por muito tempo pela internet. Não é uma função prática quando se tem um computador disponível por perto. Mas ainda continua sendo útil acessar o e-mail para uma leitura das últimas mensagens recebidas.
Sinto falta de um aplicativo completo para a organização de artigos científicos. Este seria o suposto papel da versão para ipad do Mendeley, mas o aplicativo ainda esta muito cru.
O ruim de ter um iPad no Brasil é que a loja brasileira de aplicativos tem apenas uma fração dos jogos da versão americana. Então só tenho jogos em versões gratuítas. 🙂
Viciado em BOINC
Admito que sou um viciado em BOINC (plataforma de computação distribuída).
Participo de projetos de computação distribuída desde a primeira versão do SETI@Home, que abandonei para investir em iniciativas um pouco mais sérias, como a pesquisa sobre câncer, enovelamento de proteínas, LHC, ondas gravitacionais, etc.
Não sei exatamente o motivo do vício. Talvez seja a imaginação de que posso contribuir com uma pesquisa sem muito esforço intelectual 🙂 , ou a sensação de estar sempre funcionando em modo multitarefas com diversas coisas acontecendo ao mesmo tempo.
Se meu cérebro não consegue trabalhar por horas a fio, meus computadores conseguem (meus vírgula… instalei no computador da minha esposa :-P). E foram horas, dias, anos de trabalho com mínimo esforço.
No conjunto de projetos do WorldCommunityGrid já consegui a marca de 2 anos 88 dias 06 horas 33 minutos e 07 segundos de processamento (computadores com 2 núcleos processam duas unidades por vez). Além de incontáveis horas em outros projetos.
Estatísticas da minha participação dentro dos projetos no WorldCommunityGrid
Acho que vou continuar mantendo o vício. Efeitos colaterais podem ser fadiga antecipada na CPU (boa desculpa pra trocar de micro) e um tanto mais de gasto com energia elétrica por subir o processamento das máquinas.
Venha para o mundo da computação distribuída.
http://www.worldcommunitygrid.org/
Falando do futuro (1962)
Na década de 60, a Bell Labs em conjunto com o escritor dos Jetsons, produziram uma das jóias de previsão do futuro.
Claro que a abordagem foi focada no público infantil, com clássicos carros que voam e computadores com fitas magnéticas.
Talvez as tentativas mais sérias de previsão e propaganda sobre os objetivos da Bell Labs, sejam o uso de masers na transmissão de informações e a videoconferência em negócios e no ensino.
A promessa era de um futuro muito mais fácil, principalmente com o uso dos produtos desenvolvidos pela Bell Labs!
Química computacional em 1960
Um artigo publicado na edição de junho de 1960 da Electronics Illustrated, iniciava com a afirmação de que existiam mais de 750.000 compostos orgânicos conhecidos. Atualmente o CAS (Chemical Abstracts Service) mantém um banco de dados com mais de 50 milhões de substâncias orgânicas e inorgânicas.
Em 1960 a preocupação era em como aproveitar a grande quantidade de substâncias e dados sobre elas para tentar simplificar a busca por novas aplicações ou sugestões de substâncias com propriedades semelhantes; sem ter que depender exclusivamente da memória e treino dos químicos.
A solução para um problema de tal magnitude era o usar o poder computacional da época, e inserir pouco a pouco as milhares de informações sobre as características físicas e químicas destes milhares de compostos.
O artigo perguntava: “Qual será o impacto deste cérebro eletrônico para a química?”, e o químico Richard A. Carpenter respondeu: “Certamente estimulará a pesquisa, revelando substâncias químicas melhores para muitos usos novos e antigos, cortando os custos de desenvolvimento, por uma pesquisa mais eficiente e produtiva, gerando novos conhecimento pela revelação de correlações normalmente obscuras, e mais significativamente, irá substituir uma metodologia para a atual confusão”.
A história não mudou muito desde então, e o problema continua gigantesco. Atualmente com os mais de 50 milhões de compostos e a infinidade de variáveis que podem ser comparadas e computadas, os computadores ainda são exigidos ao máximo em suas capacidades.
Um dos métodos de ataque ao problema é pela computação distribuída, na qual diversas máquinas continuamente calculam pequenos pacotes de problemas e retornam com o resultado para um computador central. Pois como dizia um professor: ´Às vezes uma coisa complicada é um amontoado de coisas fáceis´.
Em alguns projetos de computação distribuída é possível contribuir como um voluntário, com a instalação de um programa que controle este processo. Destes o mais famoso é a plataforma BOINC ( http://boinc.berkeley.edu/ ) que abriga desde iniciativas de computação de problemas que envolvem a busca de novos medicamentos, até complexos problemas na astrofísica.
Tenho contribuído bastante para o projeto World Community Grid (via BOINC) e acumulo mais de 14400 horas de processamento, com mais de 2600 pacotes computados. Costumo rodar principalmente projetos relacionados com o câncer e comparação de genomas.
Leia a matéria completa em
http://blog.modernmechanix.com/2010/07/30/electronics-tells-the-chemist/
Realidade aumentada com lentes de contato
Visão do Exterminador do futuro
Gosto de pensar nas possibilidades futuras dos Wearable computer, ou computadores vestíveis.
Imagine uma imagem projetada em um óculos e que pode ser manipulada com movimentos das mãos, direção da visão e piscadas!
Pesquisadores já foram mais longe do que minha pobre imaginação, com a criação de lentes de contato que permitem ir ao extremo desta realidade aumentada. Isto quase sem danos ao corpo ou ter que introduzir eletrodos em algum orifício.
Prof. Babak A. Parviz e equipe da Universidade de Washington desenvolveram um circuito miniaturizado e um display LED simples para integrar em um polímero do tipo utilizado em lentes de contato.
Seus olhos poderão ser como uma área de trabalho com ícones, gadgets, aplicativos, mapa de navegação, etc. Imagine um Google Street View bem na frente dos teus olhos! Integrando com uma câmera é possível adicionar reconhecimento facial, gravação de dados, tradução simultânea, identificação de objetos, etc. E uma câmera potente poderia até trazer imagens mais nítidas e zoom de objetos distantes. Já posso até ouvir a musiquinha da série O Homem de 6 milhões de dólares! 🙂
A equipe de Parviz construiu um protótipo de lente com um LED, um pequeno chip de rádio e uma antena, com transmissão sem fio de energia para a lente, iluminando o LED. Para demonstrar que as lentes são seguras, foram feitos testes com coelhos resultando em nenhum efeito colateral.
Temos lentes fabricadas protótipo com um LED, um pequeno chip de rádio e uma antena, e nós temos de energia transmitida para a lente sem fio, iluminação a LED. Para demonstrar que as lentes podem ser seguros, nós lhes encapsulado em um polímero biocompatível e testado com sucesso em ensaios com os coelhos vivos.
A equipe pensa em poder empregar duas diferentes táticas de formação de imagens, uma com a geração direta de luz pelos LEDs compondo os pixels da imagem, e outra com a modulação de luz vinda do meio ambiente, apenas modificando a intensidade e cor, o que resultaria em um sistema com menor gasto de energia.
A lente em um coelho. O teste não causou danos ao animal.
Mais detalhes em
http://spectrum.ieee.org/biomedical/bionics/augmented-reality-in-a-contact-lens/0
Artigo original – Contact lens with integrated inorganic semiconductor devices
Computação distribuída contra a gripe
A plataforma de computação distribuída World Community Grid iniciou recentemente um projeto para ajudar na pesquisa de drogas antivirais para combater vírus da gripe.
Para participar basta baixar o programa BOINC e ativar o projeto http://www.worldcommunitygrid.org/. O cadastro de usuário e senha pode ser feito pelo próprio programa ou pelo site da World Community Grid.
Os cálculos são feitos durante a inatividade do seu computador como proteção de tela ou então, se você for um pouco mais generoso, utilizando os recursos que sobram no seu micro enquanto você digita um simples texto no Word.
A pesquisa será focada na tentativa de descobrir substâncias que possam inibir as neuraminidases (N1, N2, etc), proteína NS1, hemaglutinina, e outros alvos possíveis que a gripe precisa para se espalhar pelo corpo.
Mais detalhes pelo site do projeto.
http://www.worldcommunitygrid.org/
Computação distribuída para energia limpa
Pesquisadores de Harvard e IBM iniciaram o uso de computação distribuída para aprimorar células solares (fotoelétricas ou fotovoltaicas).
A estrutura do projeto é fornecida pelo World Community Grid (IBM), que por sua vez, utiliza também a plataforma BOINC.
Os pesquisadores de Harvard esperam que o projeto permita descobrir combinações de materiais orgânicos que possam ser utilizados para manufaturar célulares solares plásticas, que seriam mais baratas e flexíveis em comparação com as tradicionais células baseadas em silício.
Ao ser instalado no computador, o programa BOINC funciona como um protetor de tela* e utiliza os recursos de um computador ocioso para realizar cálculos específicos. Ao encerrar os cálculos em um bloco de informações o BOINC devolve os resultados ao servidor central e captura um novo pacote de dados que precisam ser processados. Milhares de computadores ociosos podem ajudar na computação de problemas científicos, que em uma máquina sozinha poderiam demorar dezenas (ou mais) de anos.
Iniciei os testes com o projeto e a proteção de tela apresenta as seguintes informações:
as explicações detalhadas das informações de cada gráfico estão disponíveis em
https://secure.worldcommunitygrid.org/projects_showcase/cep1/viewCep1Faq.do?shortName=cep1
Para os leigos serve como… uma bela (e útil) proteção de tela.
Em meu computador (Intel Core 2 1.66GHZ) cada pacote de dados tem uma previsão de 17 horas de processamento. Não tenho pressa.
http://www.worldcommunitygrid.org/projects_showcase/cep1/viewCep1Main.do
Via Cleantechnica
*o programa pode ser ajustado para rodar o tempo todo em segundo plano, sem roubar (muitos) recursos de processamento.
Entendendo alienígenas
Um cientista britânico afirma ter desenvolvido um programa de computador que será capaz de ´entender´ a língua de um alienígena, que por ventura venha entrar em contato com humanos.
John Elliott da Leeds Metropolitan University acredita que o software desenvolvido ajudará a decifrar a estrutura da linguagem alienígena, e que isto poderia ser o primeiro passo importante na entendimento do que eles estão tentando dizer.
A suposta língua alienígena seria comparada com um banco de dados de 60 diferentes línguas terrestres para tentar encontrar uma estrutura similar.
Ele afirma que provavelmente as línguas devem apresentar um padrão para que tenham eficiência, e que a quantidade de palavras em uma frase está de acordo com a nossa capacidade de interpretar as informações. Alienígenas mais inteligentes teriam estruturas mais longas.
O programa deverá estar apto a quebrar a língua em substantivos e verbos, mesmo que o significado seja desconhecido.
O Dr. Elliott admite que para fazer uma tradução completa da língua seria necessário ter algum tipo de informação sobre o significado de cada palavra.
http://www.telegraph.co.uk/earth/main.jhtml?MLC=/earth/science&view=DETAILS&xml=/earth/2008/10/15/scialien115.xml
É certo que esta pesquisa é um alvo fácil para críticas e chacota. Entender a estrutura de uma língua e uma tarefa muito difícil, e a tradução automática é uma tarefa gigantesca. É só verificar a baixa qualidade de textos traduzidos por softwares.
Tenho um amigo, professor de inglês, que adora se divertir inserindo piadas em inglês em tradutores automáticos e depois vendo o resultado desastroso.
Português…
O que é um pontinho amarelo tomando sol?
R: É um Fandangos querendo virar Baconzitos.
Traduzindo para o inglês…
What is taking a tip yellow sun?
A: You want a turn Baconzitos Fandango.
Voltando para o português…
O que está tendo uma ponta amarelo sol?
R: Você quer virar um Baconzitos Fandango.
Ok. Em alguns casos o tradutor automático (do Google) se sai muito bem. Mas mesmo assim é necessário ter conhecimento para verificar se a tradução é adequada.