Química computacional em 1960

Um artigo publicado na edição de junho de 1960 da Electronics Illustrated, iniciava com a afirmação de que existiam mais de 750.000 compostos orgânicos conhecidos. Atualmente o CAS (Chemical Abstracts Service) mantém um banco de dados com mais de 50 milhões de substâncias orgânicas e inorgânicas.
Em 1960 a preocupação era em como aproveitar a grande quantidade de substâncias e dados sobre elas para tentar simplificar a busca por novas aplicações ou sugestões de substâncias com propriedades semelhantes; sem ter que depender exclusivamente da memória e treino dos químicos.
A solução para um problema de tal magnitude era o usar o poder computacional da época, e inserir pouco a pouco as milhares de informações sobre as características físicas e químicas destes milhares de compostos.
computação e química na década de 60
O artigo perguntava: “Qual será o impacto deste cérebro eletrônico para a química?”, e o químico Richard A. Carpenter respondeu: “Certamente estimulará a pesquisa, revelando substâncias químicas melhores para muitos usos novos e antigos, cortando os custos de desenvolvimento, por uma pesquisa mais eficiente e produtiva, gerando novos conhecimento pela revelação de correlações normalmente obscuras, e mais significativamente, irá substituir uma metodologia para a atual confusão”.
A história não mudou muito desde então, e o problema continua gigantesco. Atualmente com os mais de 50 milhões de compostos e a infinidade de variáveis que podem ser comparadas e computadas, os computadores ainda são exigidos ao máximo em suas capacidades.
Um dos métodos de ataque ao problema é pela computação distribuída, na qual diversas máquinas continuamente calculam pequenos pacotes de problemas e retornam com o resultado para um computador central. Pois como dizia um professor: ´Às vezes uma coisa complicada é um amontoado de coisas fáceis´.
Em alguns projetos de computação distribuída é possível contribuir como um voluntário, com a instalação de um programa que controle este processo. Destes o mais famoso é a plataforma BOINC ( http://boinc.berkeley.edu/ ) que abriga desde iniciativas de computação de problemas que envolvem a busca de novos medicamentos, até complexos problemas na astrofísica.
Tenho contribuído bastante para o projeto World Community Grid (via BOINC) e acumulo mais de 14400 horas de processamento, com mais de 2600 pacotes computados. Costumo rodar principalmente projetos relacionados com o câncer e comparação de genomas.
Leia a matéria completa em
http://blog.modernmechanix.com/2010/07/30/electronics-tells-the-chemist/

Rickrolled no RMN

Esta semana fiz uma Ressonância magnética (RMN) da região da coluna cervical (acho que não é nada grave). E o exame durou em torno de 30 minutos. Para passar o tempo, manter o paciente calmo e minimizar o desconforto do ruído da máquina, eles usam o fono de ouvido com música.
A primeira música que ouvi foi a ´Never Gonna Give You Up´!

Se não fosse uma rádio eu teria certeza de ter sido Rickrolled.
Não é muito agradável ter que ficar 30 minutos sem movimentar um milímetro o pescoço, ter como visual um revestimento da máquina que é amarelado e com padrões de parede sem graça, que parecem ser alucinógenos. 🙂 Bem que poderiam inventar algo mais interessante pra ver lá dentro.
O modelo era de 1 Tesla, e não sei se é dos melhores. Tentei gravar o nome, acho que era Polaris, ou algo semelhante.
Achei interessante ter um fone de ouvido em um local onde qualquer metal pode ser um problema, pela presença do intenso magnetismo. Qual será o material usado na manufatura?

Viagem para a Lua em 1929

Vamos para a Lua! Falta pouco! Em 1929 a pequena nota publicada na edição de setembro da Modern Mechanix, prometia que em menos de 12 meses seria possível enviar um foguete em direção à Lua.
O entusiasmo surgiu após um encontro de cientistas na Europa, organizado pela ´Société Astronomique de France´, com um prêmio de 5000 francos para Hermann Oberth.
A nota afirma que Oberth teria recebido o prêmio por causa de planos práticos para a construção de tal foguete. Mas fontes atuais indicam que teria sido por causa do livro ´Wege zur Raumschiffahrt´ (Maneiras para uma viagem espacial).
foguete em viagem para Lua em 1929
Na época Hermann Oberth conduziu diversos experimentos com propulsão de foguetes na Universidade Técnica de Berlim, com ajuda de estudantes, entre os quais Wernher von Braun, que mais tarde trabalharia na fabricação das bombas foguetes V2 para a alemã nazista, e após o final da Segunda Guerra em projetos americanos que culminariam na construção do Saturn V, que tornou possível a chegada do homem à superfície da Lua em 1969.
Para estragar um pouco do brilho da festa, na verdade o primeiro objeto humano a tocar a superfície lunar foi a Luna 2, da União Soviética, que atingiu a Lua em setembro de 1959.
Via ModernMechanix Blog

Para o 42

O blog 42 terá seu segredo revelado! 🙂
O 42 é ´Answer to the Ultimate Question of Life the Universe and Everything (42)´ (a resposta para a questão definitiva sobre a vida no Universo e tudo mais). E é uma das brincadeiras de Douglas Adams no livro ´O Guia do Mochileiro das Galáxias´.
será que é a resposta?
M décima terceira letra no alfabeto – 13
A – 1
T – 20
H -8
13+1+20+8=42
MATH
Via Fuckyeahmath

Nanopartículas com Champagne

O pesquisador Ed Lester prometia abrir um champagne se conseguisse um bom resultado na produção de nanopartículas de óxido de ferro em grande escala.
Se o líquido sair laranja não teremos champagne, mas se o resultado for um líquido vermelho a equipe vai ter o prazer do brinde.

Vermelho! Um brinde!
Ed Lester conduz pesquisas na produção de nanopartículas metálicas em meio de água em estado supercrítico. Este estado é obtido quando a temperatura está acima de 647 K ( 374 oC) e mais de 217 atmosferas de pressão.
A água em estado supercrítico propicia um meio interessante para produção de certos tipos de nanopartículas.

Synthesis of Nanoparticles in Supercritical Water
http://www.nottingham.ac.uk/supercritical/beta/nanoparticles.html
Acho que vou pedir uma vaga para trabalhar com a equipe. Eles tem um ´frigobar Stella Artois´!

Mensagem em um fio de cabelo

´Grave sua marca em um fio de cabelo
Poderia ser mais uma daquelas chamadas encontradas em alguns folhetos. Não tem uma utilidade imediata gravar uma imagem em um cabelo, mas serve como demonstração de conceito. Como todas aquelas ´nano bobagens´ que colecionei lá no site Humor na ciência.
gravação em fio de cabelo nanotecnologia
A imagem acima foi criada pelo Center for Nanointegration Duisburg-Essen, por meio a técnica de ´focused ion beam´ (feixe de íons focados). Nesta técnica um feixe de íons de gálio ou irídio pode escavar a superfície de um material em um padrão desejado, sendo útil para micro ou nanomanufatura.
Com a técnica de NPVE (NanoPatterning and Visualization Engine) é possível acompanhar em tempo real, por meio de SEM (scanning electron microscope) este processo de gravação em pequena escala.
Vídeo em tempo real

Via FreshPhotons

Ciência na TV

Esta semana encontrei mais alguns elementos que demonstram o abuso da ciência em alguns programas na TV, que fazem uso da ciência mais como uma escada para a promoção do entretenimento.
O Sean Carroll, do blog Cosmic Variance, conta que foi convidado para falar sobre teletransporte quântico em piloto de um novo programa de TV . A surpresa apareceu no momento das perguntas, que eram recheadas de ganchos pseudocientíficos, insistindo para ele comentar sobre teletransporte em outras dimensões, extraterrestres, fantasmas, visão remota e outras bobagens. Em um certo momento Sean decidiu que não queria participar daquele tipo de programa, largou tudo e foi embora!
Veja mais sobre o caso em
http://blogs.discovermagazine.com/cosmicvariance/2010/08/06/my-first-true-diva-moment/
Outro destes abusos percebi em um episódio da série O Universo, do History Channel. No qual mesmo os astrônomos ressaltando que no cinturão de asteróides um corpo estaria muito longo do outro e que não seria possível visualizar a rugosidade dos asteróides mais próximos, como em filmes de FC, os idealizadores das animações da série continuaram optando pela visão romantizada e mais vibrante. Inclusive jogando alguns contra a Terra, para dar lugar a todo aquele show de destruição, que não pode faltar quando alguém fala ´asteróide´.
Talvez a próxima série do History Channel seja mesmo ´Os Dinossauros e a Guerra Civil´! 🙂

Invenções para fazer fortuna

Já apresentei uma lista de invenções que poderiam valer um bilhão. Quase três anos após esta primeira matéria, a mesma revista Modern Mechanix, de fevereiro de 1933, publicou outra comentando sobre invenções simples que poderiam fazer grandes fortunas.
Agitador automático para panelas
Enquanto a dona de casa calmamente lê sua revista preferida, o agitador automático entra em ação garantindo que o alimento está sendo agitado na medida certa.
agitador de panelas
Sistema para evitar que a água congele nos canos
Em países frios a água pode congelar nos canos. Por causa da expansão do gelo os canos podem romper. Uma invenção simples para evitar o problema pode ser fonte de riqueza.
água congela em canos
Teclas de pianos mais brancas
O marfim das teclas ficava sujo e amarelo com o tempo. Uma invenção para ter teclas sempre branquinhas seria ótimo.
limpando teclas de marfim
Máquina de postagem automática
Uma máquina poderia automatizar o processo de pesagem e cobrança no envio de encomendas e cartas. Funcionaria em domingos e feriados!
máquina para envio de encomendas e cartas
Aquecedor autolimpante
Um aquecedor central que não precisasse ser limpo mais que uma um duas vezes por temporada. O acumulo de fuligem e resíduos era um problema na época.
limpeza de aquecedor central
Cera anti-escorregante
Nada mais bonito e perigoso do que um assoalho bem lustrado. O mundo pedia algo mais seguro.
piso brilhante e seguro
Etiquetas sem alfinetes ou grampos
Em 1933 parece que eles ainda usavam alfinetes para prender as etiquetas nos produtos!
Prendedor de ponto em máquina de costura
Na época o autor do artigo sonhava com um sistema para finalizar a costura, impedindo que soltasse ao final, com uma finalização do ponto.
Fonte
http://blog.modernmechanix.com/2010/06/14/fortune-making-ideas-for-inventors/

Veja o mundo de uma forma diferente

Com o objetivo de estimular o interesse de jovens estudantes para a física, o Institute of Physics (IOP), da Inglaterra, decidiu criar uma campanha em colégios.
Uma das iniciativas foi a impressão de criativos cartazes, idealizados pelo artista Joe Alterio, com impressão fotoluminescente ou que alteram o desenho com o calor da mão.
O resultado:
poster sobre física

cartaz para gostar de física

cartaz que muda de cor
Sobre o projeto
http://www.stimulatingphysics.org/
O uso das imagens foi gentilmente autorizado por Edwin Millar, do IOP.

Estradas de vidro

Transformar as vias em coletores de energia não é algo novo.
O interessante é que esta estratégia é levada a sério por alguns engenheiros que projetam sistemas conceituais para testar a viabilidade de transformar uma estrada em um modo de coleta e transmissão de energia.
A empresa Solar Roadways sonha alto com um projeto que envolve um painel recoberto com vidro que poderia captar energia solar, transmitir dados sobre a pista, alertar o motorista sobre perigos em frente e iluminar o trajeto com auxílio de leds.

É grande a lista de problemas para serem resolvidos pela iniciativa.
Via GeeksAreSexy
Mais
Vidro de urânio

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