Arquivo mensais:dezembro 2016

Museu de História Natural de Berlim, uma experiência inesquecível!

Toda pessoa que tem um mínimo de curiosidade sobre algum tema relacionado à História, Natureza e Ciências em geral tem um lugar certo onde pode se divertir: museu. Museu não é coisa para “nerd” não, muito menos exclusivo para pessoas envolvidas no meio acadêmico. Museu é lugar para gente curiosa! E os museus mundo a fora (aqueles que recebem um mínimo de incentivo financeiro, claro) hoje em dia estão cada vez mais interativos e mais diversos, com exposições dinâmicas e itinerantes, sempre se renovando para o público não visitar somente uma vez, mas sim querer voltar a cada temporada para ver coisas novas.

Em 2015 tive a oportunidade que eu achei que não teria tão cedo: visitar o Museu de História Natural de Berlim (Museum für Naturkunde Berlin). Jamais vou esquecer a emoção ao entrar (sozinha) pelo salão principal e ver as gigantescas ossadas de braquiossauros, aqueles pescoçudos, sabe? O guarda da entrada riu de mim, pois eu fiquei tão abestada ao ver tudo aquilo que chorei.

Museu de História Natural de Berlim
Braquiossauros no saguão principal

O Museu de História Natural de Berlim surgiu em meados de 1810, resultante da fusão de 3 museus: de Anatomia,  Zoologia e Mineralógico. A coleção, que hoje conta com mais de 30 milhões de itens, foi adquirida através de doações, compra e coleta em expedições. Inclusive conta com muitos fósseis brasileiros, como peixes e invertebrados do Araripe (cuja procedência não será aqui discutida para não quebrar o encanto da matéria).

Em 1889, o imperador Wilhelm II inaugurou oficialmente o museu no local onde se encontra até hoje. Durante o período da Segunda Guerra Mundial, uma parte do museu foi destruída, perdendo-se 25% da coleção, permanecendo fechado ao público até 1945, quando então foi reinaugurado. Depois da queda do Muro de Berlim e reunificação em 1989-1990, o museu foi reestruturado, foram criados novos laboratórios e foi dividido em três institutos: Paleontologia, Mineralogia e Zoologia Sistemática.

Em 2006, novamente foi reestruturado, criando-se departamentos de pesquisa, de coleções, exposição e de Educação. Foi considerado uma fundação de direito público em 2009, devido a sua grande importância na região. Em 2010 completou 200 anos e desde 2012 seu pessoal têm colocado em prática a missão de auxiliar na compreensão pública da Ciência, tornando seu conteúdo científico e pesquisas mais acessíveis para o público em geral, bem como vêm tendo uma crescente participação em eventos de Educação.

Felicidade é tirar selfie com o Archaeopterix!

Com sua integração à Instituição Leibniz para a Evolução e Ciência da Biodiversidade, o Museu de História Natural de Berlim se tornou uma das instituições de pesquisa na área de evolução biológica, geológica e de biodiversidade mais importantes do mundo, alcançando um público de mais de 500.000 visitantes por ano.

Enfim, os esforços de toda sua equipe valeram muito a pena! A visita ao Museu de História Natural de Berlim é uma atividade muito mais que recomendada, não só para professores e estudantes, mas para todas as pessoas que tiverem a chance de passear por Berlim. Só não chore aos pés do pescoçudo e vire piada como eu!

Para saber mais:

https://www.naturkundemuseum.berlin/

 

 

Paleontologia: como compreendê-la em 5 passos

Quase todos os anúncios de reportagens e chamadas que recebemos incessantemente em nossos celulares, todos os dias, trazem números. Talvez seja a nossa avidez por conhecimento “rapidamente absorvível” que tenha promovido esta proliferação de textos com títulos que trazem o número exato (ou inexato, alguns enganam a gente) de conteúdo. Se dá certo (se a gente absorve mais rápido, ou se é simplesmente uma questão de marketing/publicidade…), eu não sei; fato é que resolvi aderir à moda e tentarei explicar o que é a paleontologia em 5 itens; ou pelo menos, irei tentar apontar as principais problemáticas envolvidas quando se trata de paleontologia para e com aqueles que não sabem bem o que esta ciência significa. Vamos lá?

1 – O termo “Paleontologia” significa “o estudo dos seres antigos”. Já falamos em posts anteriores que antigo em Geologia – e em Paleontologia – tem conotação diferente daquele utilizada no nosso dia-a-dia. Restos de organismos são considerados recentes, ou pouco antigos (e denominados de sub-fósseis, por exemplo) se tiverem por volta de 10.000 anos por exemplo. Além da questão do tempo, temos o termo “seres” aqui… não são somente dinossauros (!!!). Nem somente plantas. Lembrem-se, temos todos os filos de possibilidades; todos os tamanhos e toda a variedade de vida que já existiu ao longo dos últimos 4,5 G.a. É coisa pra caramba :mrgreen: .

2 – Paleontologia e Arqueologia são ciências que usam métodos de estudo parecidos, mas cujo objeto de estudo é diferente. O enfoque da paleo que eu falei no item 1 (acima), é a vida, em geral, ao longo do tempo geológico; o enfoque da arqueologia são as civilizações humanas e sua cultura (que, aliás, é algo beeeem recente….). É muito comum a confusão entre as duas ciências, talvez por exigirem um perfil de pesquisador de campo, aventureiro, que vive à procura de segredos escondidos em rochas ou locais remotos…. mas as similaridades ficam por aí. Agora você sabe que o Indiana Jones é um arqueólogo, não um paleontólogo, ok 😆 ?

3 – Sendo a vida antiga o objeto de estudo da paleo, ela se baseia, portanto, no estudo dos fósseis. Fósseis são restos ou vestígios de vida com mais de 11.000 anos. Quanto mais antigo é um fóssil, maior a probabilidade de que ele tenha se transformado em rocha; mas ainda assim é um vestígio de algo que já foi vivo. Por este motivo é que a Paleontologia é a união entre a Biologia e a Geologia. Em geral (não é uma regra) são biólogos ou geólogos que estudam os fósseis. Isso porque os conhecimentos exigidos para as análises tem que vir tanto da bio quando da geo. Como eu disse antes: restos de vida- conhecimentos biológicos-, que se tornaram ou irão se tornar rochas – conhecimentos da geo. Mas a realidade é que conhecimentos de química, física, matemática, computação, (etc…) além da biologia e da geologia, são usados nos estudos paleontológicos. Uma visão integrada dos fenômenos da natureza e de diferentes técnicas de análise dos materiais fósseis faz um bom paleontólogo/cientista…

4 – Não é só de petróleo (nem só de dinossauros 😈 ) que se faz a Paleontologia. Talvez este item acabe repetindo o que já foi dito no item 1, mas tenha paciência. Isso é importante. Toda a vida, que se desenvolveu ao longo da história geológica da Terra, pode ser estudada por um paleontólogo (tudo aquilo que vive hoje e que você conhece, e também aquelas formas de vida bizarras, que… pode ser que você nunca tenho ouvido falar).

O petróleo é famoso por sua importância na economia mundial, e os fósseis (microfósseis, neste caso; fósseis de seres que precisamos de microscópio para enxergar) ajudam, de modo geral, a mostrar onde o petróleo tem mais chance de ocorrer. É uma das formas de aplicação da paleontologia.

Já os dinossauros são famosos por fazerem parte do imaginário popular: eram grandes (nem todos né?), assustadores (com exceções…) e… verdes! (ou coloridos? ou ainda…cobertos por penas?). Veja… as generalizações acabam fornecendo uma visão distorcida não é mesmo? Deve ser por isso que quanto mais se estuda (e se especializa numa área) mais a gente se dá conta de que sabe quase nada de tudo, e muito pouco sobre alguma coisa 😯 .

5 – A Paleontologia é uma ciência pura. Calma, não significa que ela seja inocente 🙄 , não é isso… é uma ciência que tem como objetivo principal o conhecimento. Sim, ela pode ser aplicada. Algumas vezes é utilizada como uma ferramenta para compreender outros fenômenos, tendo assim, aplicação (no item 4 eu falei do petróleo, não é?). Mas, sob o meu ponto de vista, o seu objetivo mais imediato é o conhecer por conhecer; e, claro, o conhecimento gerado vai influenciar em outras áreas da ciência, gerar discussões, promover debates e levar ao progresso do conhecimento científico. Muito do que se sabe hoje foi inventado ou observado por algum cientista que teve a vontade de observar, descrever, conhecer, explicar algo. Independentemente de ser pura ou aplicada a ciência leva ao progresso a humanidade!

Para uma leitura interessante e aprofundada sobre o tema ciência e seus impactos, clique aqui.

 

ONDE VER FÓSSEIS PAULISTAS?

Nos textos anteriores comentei acerca dos registros fósseis no estado de São Paulo começando pelos mais antigos que datam de volta de 1.700 a 850 Ma. até os mais recentes que habitaram a uns 10.000 anos atrás. Nos paleontólogos que estudamos esses registros e todos os dias vemos fosseis na nossa frente sabemos onde encontrar eles. Mas quem nunca viu um e somente os conhece pelos filmes ou por fotografias, onde pode ter acesso a esse mundo fascinante. Então vamos lá, para ver fósseis é possível, visitar vários museus no Estado de São Paulo, aqui incluo uma lista com muitos deles.

 

Na cidade de São Paulo

MUSEU GEOLÓGICO VALDEMAR LEFÈVRE, MUGEO

Endereço: Av. Francisco Matarazzo, 455, Parque da Água Branca – Perdizes, CEP 05001-300 – São Paulo – SP

Horário de Funcionamento: terça a domingo, das 9h00 às 17h00.

Site: mugeo.sp.gov.br

 

MUSEU DE GEOCIÊNCIAS DO INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

Endereço: Rua do Lago, 562 – Cidade Universitária, CEP. 05508 – 080, São Paulo, SP Horário de Funcionamento: segundas a sextas das 08h às 12h e 13h30 às 17h. Sábados.

Site: http://www.igc.usp.br/museu/home.php

 

MUSEU DE ZOOLOGIA – MZUSP

Endereço: Avenida Nazaré, 481 – Ipiranga, CEP: 04263-000, São Paulo – SP

Horário de Funcionamento: quartas a domingos das 10h ás 17h (entrada até as 16h30)

Site: www.mz.usp.br

 

No interior do estado

– Rio Claro

Museu de Paleontologia e Estratigrafia Prof. Dr. Paulo Milton Barbosa Landim

Endereço: CP 199, Av. 24 A, 1515 – Bela Vista, CEP. 13506-900, Rio Claro – SP

Horário de Funcionamento: segundas a sextas das 8:00 as 17:00

Site: www.rc.unesp.br/museupaleonto/

 

– Marília

MUSEU DE PALEONTOLOGIA DE MARÍLIA

Endereço: Avenida Sampaio Vidal Centro Cultural de Marília 245, Centro, CEP. 17500-020, Marília, SP

Horário de Funcionamento: segunda a sexta-feira, das 8h às 13h.

Site: http://www.marilia.sp.gov.br/prefeitura/museu-de-paleontologia

 

– São Carlos

MUSEU DA CIÊNCIA PROF. MÁRIO TOLENTINO

Endereço: Pça Coronel Salles São Carlos, SP

Horário de Funcionamento: terças às sextas das 8h00 às 17h30.

Site: museudaciencia.blogspot.com.br/

 

– Monte Alto

MUSEU DE PALEONTOLOGIA PROF. ANTONIO CELSO ARRUDA CAMPOS

Endereço: R. Quinze de Maio, s/n – Centro, CEP. 15910-000, Monte Alto – SP

Horário de Funcionamento: Em reforma

Site: Em reforma

 

– Taubaté

MUSEU DE HISTÓRIA NATURAL DE TAUBATÉ – MHNT

Endereço: R. Juvenal Dias de Carvalho, 111 – Jardim do Sol, CEP. 12070-640, Taubaté – SP

Horário de Funcionamento: terças a domingos, das 09:30 às 17 horas, feriados de quinta a domingo

Site: www.museuhistorianatural.com