A procura pela máquina de movimento perpétuo
Em 2004 o canal australiano ABC produziu um interessante documentário sobre a busca pela máquina de movimento perpétuo – Perpetual Motion, A Machine to Die For.
O documentário inicia com uma lista de gigantescos benefícios que a descoberta de uma máquina de movimento perpétuo poderia trazer para a humanidade. Para imaginar o impacto desta descoberta basta pensar em um mundo com oferta infinita de energia.
Grupos se reunem tentando encontrar a fórmula exata para a construção da tão sonhada máquina de movimento perpétuo. Cada indivíduo tem sua opinião, e as técnicas propostas englobam as mais variadas possibilidades, como: antigravidade(!), uso de forças magnéticas , coleta de energia do céu, máquinas que carregam as suas próprias baterias, etc. Invente a sua idéia, a física não é o limite! Não? Claro que não, quem propoem a existência de uma máquina de movimento perpétuo para gerar energia, acaba ignorando, pelo menos, a validade da primeira e segunda leis da termodinâmica.
Mas os defensores da energia ilimitada têm o seu crítico ferrenho e dedicado. Não são muitas as pessoas que tem paciência para demonstra a obviedade de que uma máquina de movimento perpétuo não pode ser uma fonte de energia. Mas Eric Krieg resolveu encarar a missão de combater esses duendes e dragões da imaginação dos inventores descuidados. Ele propôs até um desafio de 10.000 dólares. Um prêmio para aquele que apresentar o primeiro invento que realmente funcione. E até agora a sua conta bancária continua intocada, a pesar das diversas tentativas de garantir o prêmio, nenhuma obteve sucesso.
Aldo Costa, um inventor francês passou décadas com a obsessão de construir uma desass máquinas. E ela está pronta em seu quintal, compondo uma gigantesca roda de 18 metros de altura e mais de 20 toneladas. O invento foi vistoriado por Krieg que alegou que a roda gira pela ação do vento ou por diferenças de temperatura entre as partes da estrutura.
Uma coisa é certa. No momento em que uma máquina de movimento perpétuo funcionar (e as leis da física irem para o beleléu), ela seria, do dia para a noite, um sucesso instantâneo.
Alguém escuta os gritos de vitória pelas ruas? Não! E não será tão cedo.
Eric também mantém um site com histórias das diversas tentativas de se conseguir a energia livre, compondo assim uma curiosa galeria de pessoas que perderam significativos anos de suas vidas em algo inútil. Inúteis, mas que não deixam de ser impressionantes, pois a inventividade dessas mentes garantiu uma bela galeria de montagens que podem enganar os menos hábeis em física e mecãnica.
A galeria de máquinas também inclui um exemplo de fraude. Em 1812 Charles Redheffer construiu um protótipo fraudulento, que escondia uma fonte de energia, e resolveu cobrar entrada para que curiosos pudessem apreciar a sua maravilha. Quando sua fraude foi desmascarada, Charles fugiu para Nova Iorque e decidiu aplicar novamente um golpe semelhante, sendo novamente desmascarado.
Esta divertida história está disponível no site ´Museum of Hoaxes´.
http://www.museumofhoaxes.com/redheffer.html
Os fracassados inventores sempre acham uma desculpa para a falta de sucesso, variando da paranóia pelo medo de serem eliminados por algum agente da malvada indústria petrolífera, até um simples detalhe de construção da máquina que precisa ser concluída com a injeção de mais algum recurso financeiro.
A sedução pelo assunto é contínua e mesmo no Brasil ainda existem pessoas tentanto, e tentando…
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Discussão - 2 comentários
Injustiça não citar o "Motos Perpétuos - O Museu dos Dispositivos Impraticáveis"...
Eu tenho uma ideia, sobre como produzir Energia elétrica de uma forma continua por gravidade. Usando uma torre de aproximadamente 100 metros de altura e ao invés das pas de um sistema eólico eu colocaria uma corrente dentada circular presa nas pas do sistema eólico que por sua vez acionaria o gerador instalado a 100 metros de altura, e nesta corrente dentada eu penduro ou instalo um peso de digamos uma tonelada de peso, ao qual acredito que faria a roda girar e assim geraria milhares de Kilowats. conforme um pequeno protótipo por mim experimentado, a pergunta que todos se fazem quando eu gastaria de energia para elevar esta tonelada de peso novamente a 100 metros de altura, acredito que gastaria menos de 10% do que o gerador produz. imagina se com 10% consigo produzir 90% de energia. Gostaria de discutir muito com pessoas entendidas em energia sobre este assunto.