Escrevendo em um floco de neve
Professor Phil Moriarty leva um pouco de neve para um laboratório equipado com o microscópio eletrônico.
A neve coletada por ele já estava a um tempo no solo, e nestes casos é difícil encontrar um floco com formas bem definidas. Mas mesmo assim, em uma das superfícies planas, eles conseguiram gravar um minúsculo ´Feliz Natal´ com o auxílio de um feixe de íons focalizados.
The Joy of Stats
BBc Four
Desenvolvimento econômico e na saúde em 200 países nos últimos 200 anos.
Esta obra prima de pura informação faz parte do documentário ´The Joy Of Stats´ apresentado pelo Professor Hans Rosling. Exibido na BBC Four o programa com quase uma hora de duração mostra partes da história da estatística e da diversidade de suas aplicações.
Para os que não querem usar uma hora do seu dia, e já estão satisfeitos com o básico da estatística, podem ficar tranquilos que o vídeo acima já é o suficiente para aproveitar uma boa parte do que o programa tem de bom.
Já para os apreciadores da estatística, das piadas e do divertido sotaque do Professor Hans, uma hora parece pouco.
Hans Rosing na TED
Darwin em um castelo no Brasil
Semana passada fui visitar o belo castelo construído entre os anos 1909 e 1913, no município de Pedras Altas (RS), pelo embaixador Joaquim Francisco de Assis Brasil.
O castelo tem uma biblioteca repleta de livros interessantes e em várias áreas do conhecimento. A herdeira conta que Assis Brasil desejava mostrar que era possível unir a lida no campo com o conhecimento.
Não tive muito tempo para ver o títulos de muitos livros, mas chamou a atenção a grande coleção de livros do Darwin!
A biblioteca não foi adequadamente catalogada e talvez existam algumas obras raras no acervo!
O local está precisando urgente de verbas para conservação e manutenção do castelo . Mesmo com todo o empenho da herdeira, a tarefa de captação de recursos ainda não obteve êxito.
As visitas ao castelo só podem ser feitas com agendamento pelo telefone (53) 3613-0099.
Mais fotos (clique na imagem)
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Castelo Pedras Altas (público) |
O futuro das cidades flutuantes
Recentemente o Discovery Channel exibiu um documentário sobre a possibilidade de no futuro existirem cidades flutuantes, com toda estrutura de uma cidade comum, beneficiadas pela mobilidade e não ocupação de terreno em países densamente povoados.
Como a promessa dos jetpacks, as cidades flutuantes também só ficaram na imaginação dos projetistas.
Não só no Discovery, mas em março de 1931 a revista Modern Mechanix publicou um destes sonhos, idealizada pelo engenheiro francês Leon Feoquinos.
Com uma fundação em estruturas de aço interligadas por meio de cabos, expandidas para servir de proteção contra um mar revoltoso, o projeto de Leon incluía um centro aberto para atracação de navios e pouso de hidroaviões. As instalações poderiam abrigar espaçosos hotéis, cassinos e quatro torres gigantescas (estratégicamente parecidas com a Eiffel).
Via Modern Mechanix
Criação imperfeita – Marcelo Gleiser
Mais um ´terminei de ler´.
Estou tentando aumentar o ritmo das minhas leituras, diminuir a pilha de livros e ter uma desculpa para continuar com minha compulsiva compra de livros e revistas. 🙂
No livro ´Criação Imperfeita´ Marcelo Gleiser parece um pouco mais corajoso em defender os próprios argumentos, superando a sensação que eu tinha que ele sempre queria agradar a todos e não ferir nenhuma convicção.
Com uma sequência de questionamentos bem cadenciados, Gleiser argumenta que a teimosia em colocar a simetria e perfeição em diversas teorias científicas (principalmente na física) poderia resultar em conclusões forçadas e no desprezo de dados interessantes, simplesmente por não serem ´belos e simétricos´.
Gleiser alega que talvez a culpa por esta busca centrada na beleza e na simetria poderia ser a cultura baseada no monoteísmo, mas não faz disto um centro de defesa do ateísmo.
Gostei e recomendo.
“Sabemos aquilo que podemos medir” Marcelo Gleiser
Os homens do fim do mundo
Terminei de ler o livro “Os homens do fim do mundo: O verdadeiro Dr. Fantástico e o sonho da arma total“.
É um livro excelente, e a todo tempo lembrava dos textos do Kentaro Mori por causa do agradável hábito de realizar várias correlações.
Fritz Haber, químico alemão, um exemplo de complexidade em suas conquistas, defendia e trabalhava arduamente em projetos de armas químicas, mas também foi um dos responsáveis pelo aprimoramento da síntese da amônia, amplamente utilizada em fertilizantes e em explosivos.
Não é um livro apocalíptico mas é bastante sombrio, por lembrarmos que existem pesquisadores que estão dispostos a aceitar qualquer desafio que conduza ao domínio de armas cada vez mais mortais. Mesmo quando pareciam ter obtido a arma definitiva, a sede pelo poder e conhecimento sem limite, os conduzia ainda mais longe nos domínios da morte.
http://www.livrariacultura.com.br/scripts/cultura/resenha/resenha.asp?nitem=2595424
O que é isso?
Esta semana apareceram uns ´bichinhos´ estranhos na parede do meu quarto.
Anteriormente tinha percebido na parte superior da porta uma mancha marrom clara, e pensei em tirar depois.
Alguns dias depois (é, eu esqueci de tirar) minha esposa viu que a mancha tinha se transformado em uma mancha preta esquisita.
Olhei de perto e percebi que eram dezenas de minúsculas larvinhas que se contorciam. Ugh.
Não achei muito divertido ter isto na parede do quarto e resolvi usar o inseticida. Peço desculpa aos biólogos. 🙂
Scientific American Brasil – Novembro de 2010
– A (Esquiva) Teoria do Tudo – Stephen Hawking e Leonard Mlodinow
Tomando como analogia um peixinho dourado, que observa o mundo de uma forma distorcida de dentro de seu aquário redondo. Stephen Hawking e Leonard Mlodinow comentam sobre o poder das teorias científicas e de sua capacidade de descrever o mundo. MOstrando as diferenças entre teorias que enfocam um ´realismo´ e outras que enfocariam o antirrealismo (ou instrumentalismo, ou idealismo).
E na frase “e para descrever o Universo talvez precisemos empregar diferentes teorias em diferentes situações” parecem aproximar-se do que é defendido por Marcelo Gleiser no livro ‘Criação Imperfeita´ [que ainda não li]
A matéria é um agradável convite para a leitura do mais recente livro de Stephen Hawking e Leonard Mlodinow, The Grand Design.
Desconstrução da realidade objetiva – Mario Novello
Novello, físico brasileiro, continua o debate iniciado por Hawking e Mlodinow. Com destaque para a frase “Apenas uma exagerada dose de arrogância e ingenuidade pode levar a pensar que estamos no limiar de produzir uma teoria-de-tudo.”
– Como estamos evoluindo
Autores comentam que a evolução humana é muito mais complexa e poligênica do que se suspeitava.
– James Webb – O Sucesso do Hubble
Resumindo, o novo telescópio espacial é complicado e extremamente caro. E se quebrar, já era!
– Confiamos na ciência
Interessante pesquisa de opinião sobre a confiança sobre o que dizem os cientistas.
Disponível em
http://www.scientificamerican.com/article.cfm?id=in-science-we-trust-poll
– A revolução adiada
O Projeto Genoma Humano prometeu muito mais do que conseguiu cumprir até agora. O que deu errado? O exagero das promessas ou erro nas estratégias de abordagem dos problemas?
– Comporte-se robô
Quais são os parâmetros necessários para um robô agir de forma ética?
A resposta parece ser muito mais útil fora da robótica, do que em robôs que quem sabe um dia talvez no futuro poderão por acaso sugerir que você possa tomar o seu remédio para pressão. 🙂
– Desespero pela cura do autismo
O artigo fez muito bem em criticar aqueles que insistem em tratamentos alternativos sem eficácia comprovada
– A reinvenção da folha vegetal
A tecnologia de nanofios para imitar um processo de fotosíntese merecia muito mais que um artigos com apenas 3 páginas.
– Crise na física e na biologia?
Um texto de apenas uma página tenta falar sobre crise na física e biologia! O autor comete erros estranhos e termina com um parágrafo sem nexo. Poderíamos ter ficado sem essa! 🙂
Erros na edição:
– Na página 25 está escrito “Jornada nas estrelas: a próxima geração”, e o mais adequado seria “Jornada nas estrelas: a nova geração”.
– Página 47 – Suspeito que o termo “operações negras” poderia ser trocado por “operações secretas (ou às escondidas)”.
Mãos em chamas
Depois do experimento da mãos flamejantes, volto ao tema com mais uma das artes do Theodore Gray.
Gray é o autor do livro “Theo Gray’s Mad Science: Experiments You Can Do At Home – But Probably Shouldn’t” [Tradução livre: A ciência maluca de Theo Gray: Experimentos que você pode fazer em casa – mas provavelmente não deva”] e só poderia vir com mais uma de suas demonstrações ousadas.
A mão ficou protegida por uma grossa camada de polímero poliacrilato de sódio. Este polímero consegue absorver grandes quantidades de água por cada grama de material. E é esta água que dá alguns segundos de proteção para a pele.
A chama de amarelo intenso foi obtida colocando uma pequena quantidade de adesivo inflamável sobre a camada de polímero. Pelos comentários deixados na página da revista Popular Science, onde ele escreve sobre o experimento, não foi uma boa escolha devido ao possível perigo e toxicidade do adesivo. Mais um motivo para não tentar repetir a façanha.
A demonstração com o sorvete não gerou bons resultados porque ele não queria perder o sorvete colocando-o em uma bacia de água! 🙂 Usou uma toalha.
Kalahari – Mundos perdidos
Beyond Survival – The San – Bushmen Of The Kalahari
Discovery Channel
Les Stroud, famoso pela programa Survivorman no Discovery, inicia uma nova série de aventuras de sobrevivência. Desta vez acompanhando culturas das partes mais remotas do planeta.
Acompanhei o episódio no qual ele convive alguns dias com os Khoisan (bosquímanos), e o que me chamou a atenção, como um químico, foi o modo de preparo do veneno utilizado em pontas de flechas. Já conhecia o procedimento, mas desta vez resolvi pesquisar se alguém já investigou sobre o princípio ativo deste preparo.
No episódio os Khoisan fizeram um masserado de 3 ingredientes, mas parece que o principal é uma larva ou pupa de um besouro do família das Chrysomelidae.
Em artigo publicado no ´The Journal Of Biological Chemistry´ os autores J de la Harpe, E Reich, K A Reich e E B Dowdle; informam que a toxina responsável pelo efeito é denominada Diamphotoxin, sendo um polipeptídeo de cadeia simples com Mr = 60.000 (massa molecular relativa), que bloqueia funções neuromusculares e além de ser cardiotóxica e hemolítica. A dose letal mínima em ratos é de ínfimos 25pg (menos de 0,5fmol). [25pg = 0,000000000025 gramas]
O artigo está disponível livre e completo pelo link
http://www.jbc.org/content/258/19/11924.short
Besouro Diamphidia nigro-ornata.
A próxima exibição do programa será dia 18/11, 22h.
Trechos oficiais:
Busca pelas larvas
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Coleta de mel
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Caçando porco espinho