Cientistas – Antes e depois

Esta semana a produção de um famoso programa de TV entrou em contato comigo para saber se eu teria algum “Cientista maluco” para indicar. icon_rolleyes.gif
Fiquei sabendo, mas sem muita certeza, que eles desejam utilizar este “Cientista maluco” só para preencher o programa, sem dar muita atenção e importância para a ciência.
Eu nunca vi muito problema nesta imagem de ´Cientista maluco´, e percebo que isto até ajudou despertar meu interesse pelos temas relacionados. Sempre gostei do Prof. Pardal e de filmes com cientistas exóticos. 🙂
Mas perde a graça quando encaram o ´cientista maluco´ apenas como motivo de riso e caricatura.
Uma professora de uma escola americana resolveu pedir para que seus alunos de sétima série desenhassem e descrevessem a vida de um cientista – antes e depois da visita da turma ao FermiLab (laboratório especializado em física de partículas de alta energia).
Veja o resultado em
http://ed.fnal.gov/projects/scientists/index.html

ciientistas

cientistas desenhos
De exóticos e distantes para normais e familiares.
Um dos motivos que deve ter contribuído para esta rápida alteração, foi o FermiLab ter uma predominância em pesquisas físicas, retirando boa parte dos tubos de ensaios e explosões de cena.

Discussão - 5 comentários

  1. Eu tenho a impressão que cada vez mais as instituições de pesquisa tem ficado mais "serious business" e isso tem dado menos espaço para os pesquisadores excêntricos. No entanto, ainda dá para encontrar uns que são um pouco mais excêntricos com manias no jeito de vestir.

  2. Sibele disse:

    Mas será que os cientistas não têm uma parcela de culpa na visão generalizada que a sociedade faz deles?
    O movimento de aproximação efetiva da ciência com o público leigo é recente, e ainda assim enfrenta problemas (ver o post "Ciência e Mídia" do Química Viva).
    Só acho que a divulgação científica séria tem que continuar, e que os cientistas devem se engajar nessa tarefa, se não quiserem perpetuar a percepção do público em imagens como essas do "antes", e mesmo caricatas, do "cientista maluco" que se presta somente a motivo de chacota.

  3. Bessa disse:

    Tinha ouvido falar de uma proposta parecida com o Leopoldo de Meis com resultado semelhante. Ele identificou nos desenhos o cientista como alguém sempre em laboratório de jaleco e cercado de tubos com líquidos coloridos, sempre sozinhos e sempre homens. Me surpreendeu terem desenhado uma mulher como cientista logo no "antes". As meninas estão fazendo um bom trabalho enquanto cientistas em evidência por lá, pelo jeito.

  4. André disse:

    O colégio onde trabalho tem um laboratório de Física e um de Química e Biologia. Os alunos sempre ficam felizes quando sabem que terão aula lá, mas ficam frustrados quando chegam lá e passam a saber que não farei explosões ou efeitinhos pirotécnicos. É lamentável como cientistas ainda carregam este carma, graças ao tosco do Dr. Silvana entre outros. Carl Sagan sempre mencionava o fato que filmes de aventura deveriam ter como herói um cientista que estuda os mistérios do Universo, mas não como em Flash Gordon (e isso sou eu quem fala), onde o cientista – Dr. Zarkov, caso vcs sejam novinhos para saber – é figura de segundo plano, enquanto Flash resolve as coisas no muque. Talvez, por isso, Sagan escreveu o romance Contato, depois filmado com a Jodie Foster.
    Visitas a grande laboratorios, encontrando cientistas de verdade (e não guias de viagem), é extremamente importante.

  5. Suzane Melo disse:

    Participei de um projeto em que trabalhavámos com a imagem que as crianças tem sobre os cientistas, e o material que colhemos, antes da visita aos laboratórios da universidade, é muito parecido com o mostrado no site. As imagens eram sempre de cientistas no laboratório, em geral homens e com explosões e quando perguntamos às crianças sobre a vida do cientista fora do labotarório eles não souberam responder.
    Durante a visita eles conheceram os laboratórios e puderam conversar com diversos pesquisadores/professores, estes levaram algumas atividades para as crianças relacionadas a matemática, fisica, quimica e biologia.
    Com isso as crianças mudaram, parcialmente, a imagem que tinham sobre cientistas e alumas manifestaram interesse em fazer ciência. O material foi bem diferente do anterior à visita.
    Algo que pudemos verificar é que parte da imagem que eles tem, vem da televisão, quadrinhos, desenhos animados, ou seja, midia em geral, mas isso é reforçado pela distância mantida pela universidae ou centros de pesquisa em relação aos leigos. Por isso acredito que a divulgação científica tem grande importância para mudar a imagem de cientista maluco que é propagada.

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