Slides em sala de aula


Apesar do constante uso de slides em sala de aula, são raros os artigos que tratam do assunto. Relativamente pouco se sabe sobre o efeito pedagógico das apresentações que empregam datashow; também quase nada é dito sobre como organizar uma aula (apresentação) de forma com que ela seja maximizada em seu objetivo. É disto que tratam dois recentes artigos que revisam a área:
Pedagogy meets PowerPoint: A research review of the effects of computer-generated slides in the classroom – David G. Levasseur e J. Kanan Sawyer (2006 (nem tão recente assim))
PowerPoint® Presentation Flaws and Failures: A Psychological Analysis -Stephen M. Kosslyn (2012)

Levasseur comenta que existe um certo conflito em relação à efetividade do uso de apresentação de slides em sala de aula. Alguns autores perceberam melhoras nos índices analisados entre os estudantes, enquanto outros não encontraram tais benefícios, até com indicação de alguma piora. Mas uma das tendências é que o fornecimento da cópias dos slides, tanto em formato digital como impresso, é quase uma necessidade para que representem algum benefício na retenção das informações.

Praticamente todos estudos analisados por Levasseur mostraram que os alunos, em média, reagem positivamente às apresentações por slides em sala de aula. Com ressalvas e críticas ao mau uso dos slides por parte de alguns professores, com apresentações enfadonhas ou repletas de efeitos que atrapalham a concentração. Slides podem passar uma mensagem mais interessante, mas também muito mais difícil de processar cognitivamente.

Kosslyn entra na discussão reunindo em seu artigo uma ampla coleção de dados sobre os erros cometidos em relação ao design, em diversas apresentações, nas mais diferentes áreas. Nisto ele reforça que mesmo os princípios de um bom design de um slides pareçam óbvios, poucas vezes são colocados em prática na sua totalidade.

Kosslyn lista também uma série de boas práticas na estruturação de uma apresentação de slides; que tentarei resumir em alguns textos que pretendo publicar futuramente neste blog.

ResearchBlogging.org
Kosslyn, S., Kievit, R., Russell, A., & Shephard, J. (2012). PowerPoint® Presentation Flaws and Failures: A Psychological Analysis Frontiers in Psychology, 3 DOI: 10.3389/fpsyg.2012.00230

ResearchBlogging.org
Levasseur, D., & Kanan Sawyer, J. (2006). Pedagogy Meets PowerPoint: A Research Review of the Effects of Computer-Generated Slides in the Classroom Review of Communication, 6 (1-2), 101-123 DOI: 10.1080/15358590600763383

Discussão - 4 comentários

  1. Cara, sempre achei que os slides em powerpoint são muito mal explorados pelos professores. Telas cheias de textos e mal organizadas parecem mais um guia para o professor do que algo para facilitar a compreensão do aluno.

    Como sou professor de biologia me utilizo bastante dos slides para mostrar imagens de estruturas e seres que não consigo desenhar, nem expor somente com uso de giz, quadro e garganta.

    Mas olha, slides deixam a aula mais lenta e dispersiva. Ainda acho o giz insubstituível.

    Podem dar uma olhadinha nos meus slides no blog, são DEZ! hahaha

  2. Maico disse:

    mt interessante! Massa!

  3. Valéria disse:

    Parabéns pelo texto! Tentei baixar a segunda referência e infelizmente teria que pagar para lê-la! Vou aguardar o seu resumo das boas práticas e avaliar o que já produzi...
    Concordo com o fato de que muitos professores subutilizam esse recurso que bem utilizado e dosado é muito bom!
    Valéria

  4. Telmo Giani disse:

    Bom texto e que deve ser aprofundado. Concordo com o Guilherme: muitos professores não sabem utilizar os slides e utilizam mais como guia do que um facilitador para os alunos. Colocam textos longos, várias fontes, cores muitos diversificadas, imagens de qualidade duvidosa e sem uma sequência lógica. Também concordo que podem deixar o aluno mais dispersivo, porém discordo quanto à aula ser mais lenta. Se não precisa desenhar estruturas mais complexas, a aula fica mais rápida. Além disso, o professor que somente utiliza slides ganha um tempo muito maior, pois não precisa utilizar o quadro, pois a escrita realmente pede um tempo maior. Como foi dito, deve-se ter um equilíbrio entre os dois recursos (giz e slides) para melhor fixação da matéria. Somente ver os slides, sem copiar matéria, dificulta a retenção do conhecimento. A questão é: o professor está interessado em aplicar uma aula que realmente será aquilo que o aluno necessita ou aplicar uma aula mais fácil para ele, professor? Para encerrar, pesquisa recente mostrou que entre as pessoas que digitam e aquelas que escrevem a retenção é maior nessas últimas. Vale a discussão.

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