Resenha: A cientista que curou seu próprio cérebro


Relato de uma neurocientista que conseguiu se recuperar de um derrame*.
Logo no começo do livro a autora narra o que sentiu nos momentos iniciais do derrame. A descrição do evento é estranha e curiosa, com um ritmo quase ´Stephen King´, ela chega admitir que sentia um certo prazer enquanto o cérebro aos poucos perdia o contato com a realidade. “Parte de mim se deliciava com a euforia de minha irracionalidade” (pág. 30). Essa euforia provavelmente é um sintoma de um cérebro sofrendo com o derrame, semelhante com a euforia que ocorre com a baixa oxigenação do cérebro.
Os danos causados pelo derrame resultaram na oportuna chance de Jill Taylor poder reconstruir sua visão de mundo, com a possibilidade de observação das funções do cérebro, do que poderia ser reforçado e o os sentimentos que ela preferia esquecer ou minimizar.
Um dos pecados do livro é que a autora exagera na descrição da função de cada hemisfério do cérebro, fazendo parecer que cada função cognitiva é quase exclusividade da metade direita ou esquerda. Além disso, as descrições das funções cerebrais não são científicas, o que pode ser desejável aos leitores que procuram um livro que não trate especificamente sobre a neurociência do evento.
É importante ressaltar, como a autora mesmo faz, que não existem derrames idênticos, e que a história não pode ser encarada como uma fórmula exata para o tratamento deste tipo de ocorrência.
O derrame* ocorreu no dia 10 de setembro de 1996 e em fevereiro deste ano Jill Taylor apresentou uma palestra no TED (Technology Entertainment Design).

O vídeo foi legendado em português
http://www.youtube.com/watch?v=m0O0Il8Vn_g (parte 1)
http://www.youtube.com/watch?v=thWwpYNN3-A (parte 2)
Um trecho do livro está disponível em
http://tinyurl.com/cientistacurou
Mais informações em
http://www.ediouro.com.br/acientista/
Recebi o livro como uma cortesia da Editora Ediouro.
*Acidente vascular cerebral (AVC), ou Acidente vascular encefálico (AVE)

Discussão - 3 comentários

  1. Claudia Chow disse:

    Ah, Luis, mas vc gostou ou nao do livro? Recomenda?

  2. massacritica disse:

    A minha recomendação dependeria da pessoa que pede. 🙂
    Para alguém interessado apenas no aspecto científico (neurocientífico) eu não indicaria. O livro não traz informações relevantes neste aspecto.
    Indico para curiosos e para aqueles que estão em uma situação semelhante. Mas com a ressalva (já dita na resenha) de que não é uma fórmula perfeita.

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