Química não se mistura

Mais uma vez, uma outra fonte reforça a impressão de que os químicos são ermitões, pelo menos nas interações online.

A Scientific American publicou uma análise feita pelo serviço de encurtamento de links Bit.Ly, no qual investigaram e mapearam 600 endereços de páginas científicas enviados ao serviço e as 6000 páginas visitadas em seguida.

O resultado:
forever alone

Proximidade dos assuntos e linhas indicam a interação.

Existe uma grande chace de ter algum problema com os dados coletados. Talvez a amostra não seja representativa o suficiente para uma conclusão.

Versão interativa
http://www.scientificamerican.com/article.cfm?id=graphic-science-science-lovers-web-traffic

Versão em português
http://www2.uol.com.br/sciam/artigos/links_que_amamos.html

Química, um convite para uma piscina fria

bola amarela na piscina
Sou químico.
Algumas vezes vejo a química como uma piscina com água fria. Todos que entram percebem que a água está mais fria do que o desejável. Para não ficarem como trouxas solitários, acabam convidando mais pessoas dizendo que a água está bem boa.

Falo isto em relação à divulgação da química, aquela química que você sentiria prazer em ler em um final de semana. São poucas as fontes deste tipo de apreciação. Poucos livros, raros documentários e esparsos websites.

A piscina dos físicos e biólogos é bem mais agradável e divertida. Parece que até os matemáticos encontraram modos de tornar tudo mais interessante.

Não sei a fórmula da melhor divulgação da química. O repertório de reações coloridas e explosivas não é interminável e logo satura. Não vou mentir. A água não é convidativa. Talvez não seja congelante, mas longe de justificar um convite sincero.

Procura pela vida

Simples, criativo e direto.




Projeto intitulado ´Acides Aminés´ (aminoácidos), do artista Christian Gozenbach, escreve ´Looking for life” e ´Where is God´ com modelos moleculares.

Via Fresh Photons

Seguro e chato


Theodore Gray, autor do livro ´Mad Science: Experiments You Can Do At Home – But Probably Shouldn’t´ [Experimentos que você pode fazer em casa – Mas provavelmente não deve], comenta sobre a crescente onda de segurança quase paranóica que invade a experimentação escolar em química.

Os estudantes quase não realizam mais experimentos em laboratórios. O medo das substâncias químicas, sempre vistas como malvadas; e o receio da repetição não autorizada, estão aos poucos impedindo que alunos tenham contato direto com reações químicas.

É claro que é sempre mais seguro não fazer absolutamente nada, ver tudo em simulações pelo computador, mas isto vai levar a uma geração com uma educação científica capenga e deformada.

Fundição de alumínio

Como não fundir alumínio.

O que provavelmente aconteceu é que o molde estava com um pouco de água. O alumínio quente causou a vaporização imediata. É como colocar água em uma panela com óleo quente. Receita para um desastre.
E eles não estavam usando equipamentos de proteção adequados!

Vodka Mendeleev

Uma interessante peça para iniciar uma coleção …
garrafa vodka mendeleev
Uma vodka batizada com o sobrenome do químico russoi Dmitri Mendeleev é uma justa homenagem. Além da tal tabela periódica o versátil Mendeleev esteve envolvido em pesquisas relacionadas com misturas entre álcool e água, reveladas na dissertação “On the Combinations of Water with Alcohol”. Em 1893 foi nomeado diretor do instituto russo de pesos e medidas, contribuindo para que no ano seguinte fosse tornada lei a padronização da produção de vodka em 40 °GL (40%V).

Um gole de tabela periódica

Recentemente um usuário do Reddit comentou que seu pai estava tomando isto…
coquetel de elementos
Nos minerais traço podemos ver a curiosa presença de arsênio, carbono, cério, césio, disprósio, gálio, índio, irídio,…
Quase tudo ali é estranho, inútil ou nocivo.
Essa bomba, que provavelmente não contém tudo que alega, é o produto batizado de ´Liquid Health´, e é vendida como uma suplemento alimentar, fugindo das severas restrições existentes na aprovação de medicamentos (pelo FDA nos EUA).
É uma tática desonesta prometer a presença de tantos elementos químicos em um produto, batizando de elementos traços. Quando uma amostra pode realmente conter tais diminutas quantidades traço de qualquer coisa.

Mãos em chamas

Depois do experimento da mãos flamejantes, volto ao tema com mais uma das artes do Theodore Gray.
Gray é o autor do livro “Theo Gray’s Mad Science: Experiments You Can Do At Home – But Probably Shouldn’t” [Tradução livre: A ciência maluca de Theo Gray: Experimentos que você pode fazer em casa – mas provavelmente não deva”] e só poderia vir com mais uma de suas demonstrações ousadas.

A mão ficou protegida por uma grossa camada de polímero poliacrilato de sódio. Este polímero consegue absorver grandes quantidades de água por cada grama de material. E é esta água que dá alguns segundos de proteção para a pele.
A chama de amarelo intenso foi obtida colocando uma pequena quantidade de adesivo inflamável sobre a camada de polímero. Pelos comentários deixados na página da revista Popular Science, onde ele escreve sobre o experimento, não foi uma boa escolha devido ao possível perigo e toxicidade do adesivo. Mais um motivo para não tentar repetir a façanha.
A demonstração com o sorvete não gerou bons resultados porque ele não queria perder o sorvete colocando-o em uma bacia de água! 🙂 Usou uma toalha.

Química computacional em 1960

Um artigo publicado na edição de junho de 1960 da Electronics Illustrated, iniciava com a afirmação de que existiam mais de 750.000 compostos orgânicos conhecidos. Atualmente o CAS (Chemical Abstracts Service) mantém um banco de dados com mais de 50 milhões de substâncias orgânicas e inorgânicas.
Em 1960 a preocupação era em como aproveitar a grande quantidade de substâncias e dados sobre elas para tentar simplificar a busca por novas aplicações ou sugestões de substâncias com propriedades semelhantes; sem ter que depender exclusivamente da memória e treino dos químicos.
A solução para um problema de tal magnitude era o usar o poder computacional da época, e inserir pouco a pouco as milhares de informações sobre as características físicas e químicas destes milhares de compostos.
computação e química na década de 60
O artigo perguntava: “Qual será o impacto deste cérebro eletrônico para a química?”, e o químico Richard A. Carpenter respondeu: “Certamente estimulará a pesquisa, revelando substâncias químicas melhores para muitos usos novos e antigos, cortando os custos de desenvolvimento, por uma pesquisa mais eficiente e produtiva, gerando novos conhecimento pela revelação de correlações normalmente obscuras, e mais significativamente, irá substituir uma metodologia para a atual confusão”.
A história não mudou muito desde então, e o problema continua gigantesco. Atualmente com os mais de 50 milhões de compostos e a infinidade de variáveis que podem ser comparadas e computadas, os computadores ainda são exigidos ao máximo em suas capacidades.
Um dos métodos de ataque ao problema é pela computação distribuída, na qual diversas máquinas continuamente calculam pequenos pacotes de problemas e retornam com o resultado para um computador central. Pois como dizia um professor: ´Às vezes uma coisa complicada é um amontoado de coisas fáceis´.
Em alguns projetos de computação distribuída é possível contribuir como um voluntário, com a instalação de um programa que controle este processo. Destes o mais famoso é a plataforma BOINC ( http://boinc.berkeley.edu/ ) que abriga desde iniciativas de computação de problemas que envolvem a busca de novos medicamentos, até complexos problemas na astrofísica.
Tenho contribuído bastante para o projeto World Community Grid (via BOINC) e acumulo mais de 14400 horas de processamento, com mais de 2600 pacotes computados. Costumo rodar principalmente projetos relacionados com o câncer e comparação de genomas.
Leia a matéria completa em
http://blog.modernmechanix.com/2010/07/30/electronics-tells-the-chemist/

Nanopartículas com Champagne

O pesquisador Ed Lester prometia abrir um champagne se conseguisse um bom resultado na produção de nanopartículas de óxido de ferro em grande escala.
Se o líquido sair laranja não teremos champagne, mas se o resultado for um líquido vermelho a equipe vai ter o prazer do brinde.

Vermelho! Um brinde!
Ed Lester conduz pesquisas na produção de nanopartículas metálicas em meio de água em estado supercrítico. Este estado é obtido quando a temperatura está acima de 647 K ( 374 oC) e mais de 217 atmosferas de pressão.
A água em estado supercrítico propicia um meio interessante para produção de certos tipos de nanopartículas.

Synthesis of Nanoparticles in Supercritical Water
http://www.nottingham.ac.uk/supercritical/beta/nanoparticles.html
Acho que vou pedir uma vaga para trabalhar com a equipe. Eles tem um ´frigobar Stella Artois´!

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