Movido a Mentos e Coca Cola

O pessoal do EepyBird.com, famosos por seus experimentos envolvendo imensas quantidades de Coca e Mentos, voltaram com um novo desafio. Construir um veículo que funciona propelido pelo jato de Coca + Mentos.

O protótipo percorreu 66 metros com uso de 108 garrafas de 2L de Coca e 648 Mentos.
Nem sempre funciona da primeira vez:

O assunto ´Coca + Mentos´ já rendeu até um artigo publicado no American Journal of Physics.
´Diet Coke and Mentos: What is really behind this physical reaction?´
http://dx.doi.org/10.1119/1.2888546
Com base nas informações deste artigo eu já fiz alguns testes usando uma proveta para minimizar o gasto de refrigerante. E desta forma foi possível constatar que a presença de adoçante maximiza o efeito e a Coca Cola tradicional não é a mais adequada. Outros fatores importantes são a área superficial rugosa e a temperatura do refrigerante. A adição de açúcar dissolvido (concentrado) no refrigerante não produz efervescência significativa, retirando assim o açúcar do centro das atenções no Mentos. Uma certa efervescência também pode ser conseguida adicionando areia seca na Coca.
Só resta algum físico calcular se a distância percorrida no vídeo acima é condizente com o efeito, ou se eles tiveram que apelar para alguma fraude. 🙂

Sabonetes com bactérias… ou quase

O site Etsy é um bom local para encontrar uma grande quantidade de ´artesanato nerd´. A procura pelas palavras-chave chemistry, biology, astronomy… resultará em uma tentadora variedade de produtos.
O vendedor Cleaner Science (com trocadilho) oferece uma variedade de sabonetes artesanais com formato de placas de Petry.
As placas de Petry são normalmente usadas pelos biólogos como base para cultura de bactérias. E no laboratório é comum ocorrer belas e curiosas combinações de cores. Os sabonetes feitos pelo ´Cleaner Science´ imitam essa beleza.

sabonete placa de petry

arte com sabonetes

sabonete-bac-3.jpg

sabonete-bac-4.jpg
Será que com esse você brilhará no escuro? 🙂
E o vendedor avisa que nenhum destes sabonetes contém bactérias reais (ou talvez não adicionadas intencionalmente).
http://www.etsy.com/shop/CleanerScience
Via Neatorama

Impressora de Lego

hello world
Lego não era da minha época. Talvez por isso eu tinha um certo preconceito, achando que as peças eram muito ´prontas´, com formas muito específicas, que engessavam a criatividade. Talvez este impedimento possa existir com quem não tem dinheiro para comprar um bom kit. 🙂
Mas com dinheiro, criatividade e algumas peças extras é possível criar um curioso protótipo de uma impressora feita com Lego.

Com uma melhora na definição aposto que o modelo será mais econômico que uma impressora tradicional de jato de tinta. O preço da tinta sempre foi um assalto (sem as recargas caseiras).

Fume – para sua segurança

contém fumaça de tabaco
Ludwig Gattermann, químico alemão nascido em 1860, fez parte de uma geração de pesquisadores que eram corajosos o suficiente para trabalhar em laboratórios, que normalmente possuiam poucas preocupações com a segurança.
Em uma história que é repetida por diversas gerações de professores de química orgânica, afirma-se que Gattermann teria recomendado fumar no laboratório durante uma preparação que pudesse liberar acidentalmente alguma quantidade do mortal cianeto de hidrogênio (HCN).
cianeto estrutura
Segundo Gattermann a presença do cianeto de hidrogênio alteraria o sabor da fumaça do tabaco, alertando o operador para a presença do cianeto mesmo que em pequenas quantidades.
Esta quase lenda é confirmada em uma citação feita em um artigo do lendário K. Ziegler.

Gattermann recommends that the operator smoke during the preparation, for he found that a trace of hydrogen cyanide is sufficient to give the tobacco smoke a highly characteristic flavor. This preliminary warning is useful in case of leaky apparatus or a faulty hood.

Organic Syntheses, Coll. Vol. 1, p.314 (1941); Vol. 7, p.50 (1927).
http://www.orgsyn.org/orgsyn/prep.asp?prep=cv1p0314
Sobre o cianeto, Ludwig Gattermann também teria dito o seguinte: “Se você está acostumado a trabalhar com a substância, não é pior do que lidar com o álcool.
Não é preciso dizer que, atualmente, fumar em um laboratório resultaria no oposto em termos de segurança e saúde.

Explosão nuclear para conter vazamento de óleo

explosão para conter vazamento
Existiram diversos projetos de uso das explosões nucleares para fins pacíficos. Tanto por parte dos americanos, quanto em projetos idealizados pelos russos.
Os americanos apostavam no poder das explosões para uso em fins pacíficos no que chamavam de ´Peaceful nuclear explosions´. Isto incluía o projeto ´Operation Plowshare´, com uso de explosões para construção de baías e canais.
Operation Plowshare

A possibilidade de uso de uma explosão nuclear para aumentar a produção de gás natural foi testada no Projeto Rulison, em 10 de setembro de 1969, com a detonação de uma carga nuclear de 43 kilotons.
No entanto o gás extraído após o teste foi considerado ser muito radioativo para a comercialização, e somente em 2005 os níveis de radioatividade foram considerados normais na área.

Os russos foram mais longe com projetos desta natureza, conduzidos dentro da filosofia do ´Nuclear Explosions for the National Economy´, apelidado de Program #7. Os testes pretendiam facilitar a exploração geológica, intensificar a extração de óleo e gás, melhorar a extração de carvão, escavar canais e represas (como no projeto americano) e, talvez o mais interessante neste momento, no uso das explosões para a contenção de
vazamento de gás em locais de extração que apresentassem algum problema.
Os russos realizaram ao todo 5 explosões para conter vazamentos de gás, e mais alguns detalhes sobre os procedimentos podem ser lidos no relatório ´The Soviet Program for Peaceful Uses of Nuclear Explosions (PDF)´ (agradeço Kentaro Mori pela informação).
Uma destas tentativas é descrita no vídeo abaixo.

Existem diversos aspectos a serem considerados no uso deste tipo de medida drástica, e talvez o mais importante seria que uma explosão poderia agravar o problema, gerando um imenso fluxo de vazamento de óleo na região.

O gato de Schrodinger está mvoirtvo

gato de schroedinger
Achei muito interessante a imagem acima, pela tentativa em representar a superposição de estados.
Schrödinger’s cat is ADLEIAVDE
O exemplo do ´Gato de Schroedinger´- um experimento imaginado (Gedanken) – é uma proposta de descrição da superposição quântica.
Mesmo com este exemplo gráfico, meu cérebro reluta em ver as duas situações ao mesmo tempo. Ou vejo uma, ou a outra. Se tento ver as duas, a sensação de que tem algo errado é bem forte.
Lembro que este mesmo ´problema´ de interpretação me ocorre ao ver o cubo de Necker.
cubo necker ilusao
Em um momento o cubo está para fora do plano, e em outro para dentro do plano.
Talvez este cubo não possa ser utilizado como um caso honesto desta dualidade. Isto porque o cubo engana pela representação em linhas finas e de uma forma bidimensional.
Curiosamente, o sobrenome de Erwin Schrödinger, pai do experimento imaginário, possui o ö (o tremado), que tem um som que une o O e o E, quase uma superposição de sons. E para me sentir ainda mais próximo desta história, meu sobrenome, Hölzle, também possui esta característica, apesar de com o tempo ter perdido o ö, por culpa da dificuldade em encontrar uma forma de escrever com um teclado ABNT e do desprezo dos sistemas computacionais por estas situações pouco comuns.
Outra forma de demonstrar a dificuldade da imaginação e descrição, é pedir para que alguém imagine uma cor que nunca viu. Se a pessoa afirma que consegue, peça para ela explicar como é esta cor. A confusão é certa.
Via Gravity. It´s the law

Astronauta em casa

Uma genuína roupa de astronauta por poucos dólares!
Em 1962, quando este anúncio foi publicado nas páginas da “Screen Thrills Illustrated“, completava pouco menos de um ano após Yuri Gagarin ter sido o primeiro homem a chegar ao espaço.
|O mercado estava aberto também para a venda do sonho de estar um pouco mais próximo desta impressionante aventura.
A propaganda prometia ser um modelo desenvolvido pelo governo americano a um custo de 180 dólares (da época) e com um excedente liberado para comercialização. Cada modelo pesaria em torno de 3kg e seria feito de nylon verde, com câmaras de ar comprimido ao longo dos braços e pernas.
O modelo era comercializado por ´apenas´ 7,95 dólares.
roupa grande altitude
Se o modelo era realmente original eu não sei dizer, mas o design é semelhante ao usado por russos e americanos em missões de voo em grande altitude.
Modelo usado pelo americano Joe Walker em um fotografia de 27 de janeiro de 1958.
roupa para grandes altitudes
Os russos utilizavam uma roupa bem semelhante.
High_Altitute_Suit_3b.JPG
Mais informações
http://www.hightechscience.org/high_altitude_space_suit.htm

Quem matou o carro elétrico?

Resolvi assistir o documentário “Quem matou o carro elétrico?” mesmo tendo a forte sensação de que poderia ser mais uma coleção de teorias da conspiração, com muita choradeira e reclamação do mundo malvado que decidiu ´matar uma ideia´.
Eu estava enganado!
O documentário é interessante, apesar de apelar para um pouco para o melodrama, talvez para atrair um público mais diverso, mas no geral os argumentos foram bem fundamentados para a linha escolhida.
O cenário analisado no documentário centrou-se na realidade dos EUA, e foram listados possíveis suspeitos pela morte do carro elétrico, entre eles: os consumidores americanos, a tecnologia de baterias, as companhias petrolíferas, montadoras, governo americano, California Air Resources Board e a tecnologia do hidrogênio (em células a combustível). Cada um destes foi dito ter um grau de culpa na época em que a tecnologia dos carros elétricos foi temporariamente abandonada.
É bom ressaltar que o carro elétrico que mencionam é de um modelo exclusivamente centrado em baterias, e não em protótipos híbridos ou de hidrogênio.
Na lista de suspeitos admito que gostei das críticas ao hidrogênio, pois também não vejo lógica na utilização dele como combustível. Para entender a minha opinião, basta ler o texto ´A economia baseada no hidrogênio´, de Alice Friedemann, o qual concordo quase que integralmente.
O que fica ao final do documentário é que mesmo o carro elétrico não sendo a solução para todos os problemas, foi muito estranha a atitude da GM em recolher e destruir todos os carros do modelo elétrico EV1.
Trailer

2013 será bem melhor

triste
Ontem pensei que talvez 2013 poderia ser um ano bem interessante.
Passado o ano de 2012, com sua estranha concentração de previsões apocalípticas, poderíamos ter um 2013 mais tranquilo, sem berros de ´O fim está próximo!´. Que talvez, com a percepção do erro dos que acreditaram em um fim em 2012, teríamos mais chances destes terem uma melhor noção da realidade.
Após alguns minutos imaginando esta utopia, percebi que meu 2013 será como todos os outros, com mais algum adiamento de prazo para o fim do mundo. Com mais alguma profecia descoberta em algum lugar, com uma continuidade da infindável balbúrdia obscurantista. O fracasso das previsões para o ano 2000 e a interminável lista de profecias desastradas, parece que não resultaram em muito aprendizado. Os erros são prontamente esquecidos e uma nova data aparece.
A aporrinhação parece não ter fim! Quem aguenta tanta gritaria?

A incrível jornada humana

logotipo da série de documentários a incrível jornada humana
A série de cinco episódios – The Incredible Human Journey – relata a gigantesca saga da migração dos humanos, vindos da África, rumo a uma colonização de todo o planeta.
Por ser uma série recente, finalizada em 2009, os dados são atualizados e bem estruturados, procurando mostrar os locais exatos onde foram achadas as evidências que comportam a explicação mais adequada para o grande quebra-cabeças que é a povoação dos diversos continentes. O forte da série é que os dados não foram apresentados como verdades acabadas, mas como evidências que sempre precisam de mais e mais fontes para certificação. E um dos pontos de maior apoio científico foi o uso da genética como uma ferramenta no traçado da trilha da incrível jornada humana.
Os episódios foram organizados de forma a cobrir a migração pelos continentes e aproximar a narrativa de uma sequência histórica.
Episódios
1- Out of Africa
2- Asia
3- Europe
4- Australia
5- The Americas
Trecho do episódio sobre a Ásia. Neste a Dra. Alice Roberts viaja até uma remota região da Sibéria para acompanhar como os humanos poderiam ter sobrevivido em uma região tão remota e fria.
[Vídeo oficial da BBC]

O episódio sobre as Américas contém inclusive algumas visitas ao Brasil; com explicações sobre as possíveis origens de Luzia e primeiras colonizações existentes na região Amazônica.
A série foi lançada em conjunto com um livro homônimo, que pode ser importado pela Livraria Cultura por 63 reais (14/03/2010)!.
Dra. Alice Roberts encerra a série dizendo:
“As diferenças entre nós são realmente apenas superficiais. Somos todos membros de uma espécie jovem que retrocede menos de 200.000 anos e todos somos parentes surpreendentemente próximos. Essa é a história que surgiu do estudo de pedras, ossos e de nossos genes. Seja onde for que terminemos mundo afora, somos africanos sob a pele. E revelando essa história, refazendo os passos de nossos ancestrais, me foi dado um senso profundo da nossa humanidade comum, do nosso passado compartilhado e nosso futuro juntos.”
Fascinante!

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