Entendendo alienígenas
Um cientista britânico afirma ter desenvolvido um programa de computador que será capaz de ´entender´ a língua de um alienígena, que por ventura venha entrar em contato com humanos.
John Elliott da Leeds Metropolitan University acredita que o software desenvolvido ajudará a decifrar a estrutura da linguagem alienígena, e que isto poderia ser o primeiro passo importante na entendimento do que eles estão tentando dizer.
A suposta língua alienígena seria comparada com um banco de dados de 60 diferentes línguas terrestres para tentar encontrar uma estrutura similar.
Ele afirma que provavelmente as línguas devem apresentar um padrão para que tenham eficiência, e que a quantidade de palavras em uma frase está de acordo com a nossa capacidade de interpretar as informações. Alienígenas mais inteligentes teriam estruturas mais longas.
O programa deverá estar apto a quebrar a língua em substantivos e verbos, mesmo que o significado seja desconhecido.
O Dr. Elliott admite que para fazer uma tradução completa da língua seria necessário ter algum tipo de informação sobre o significado de cada palavra.
http://www.telegraph.co.uk/earth/main.jhtml?MLC=/earth/science&view=DETAILS&xml=/earth/2008/10/15/scialien115.xml
É certo que esta pesquisa é um alvo fácil para críticas e chacota. Entender a estrutura de uma língua e uma tarefa muito difícil, e a tradução automática é uma tarefa gigantesca. É só verificar a baixa qualidade de textos traduzidos por softwares.
Tenho um amigo, professor de inglês, que adora se divertir inserindo piadas em inglês em tradutores automáticos e depois vendo o resultado desastroso.
Português…
O que é um pontinho amarelo tomando sol?
R: É um Fandangos querendo virar Baconzitos.
Traduzindo para o inglês…
What is taking a tip yellow sun?
A: You want a turn Baconzitos Fandango.
Voltando para o português…
O que está tendo uma ponta amarelo sol?
R: Você quer virar um Baconzitos Fandango.
Ok. Em alguns casos o tradutor automático (do Google) se sai muito bem. Mas mesmo assim é necessário ter conhecimento para verificar se a tradução é adequada.
2,4,5-trioxina – A química na ficção
Mensagem escrita no tonel que contém a 2,4,5-trioxina.
Quando assisti o filme A Volta dos Mortos Vivos imediatamente fiquei interessado pela misteriosa substância que poderia trazer cadáveres de volta à vida, a 2,4,5-trioxina. Será que a substância existia (sem o mesmo efeito, é claro)? Era algo inventado? O nome seria criativo ou apenas uma coleção de números e nome sem nexo?
Na época a internet era tão ficcional quanto o filme. Então tentei encontrar as informações na biblioteca de química, mas sem muito sucesso. Apenas encontrei o 1,3,5-Trioxano, que é um trímero cíclico de formaldeído (este usado em conservação de corpos), mas a relação termina aqui.
Além da 2,4,5-trioxina existe uma longa lista de moléculas ficcionais
http://en.wikipedia.org/wiki/List_of_fictional_toxins
Recentemente a ficção encontrou a realidade com a descoberta do mineral batizado de jadarita, que por acaso possui uma mistura de elementos muito semelhantes ao descrito na kriptonita.
Ficou curioso para saber se realmente existe o número de telefone no tambor?
Uma fonte afirma que o número 1-800-454-8000 é atualmente um serviço de tele-sexo.
Eu encontrei no Google que o número 800-454-8000 pode ser um número de emergências da CHEMTREC (For Transportation Emergencies Call CHEMTREC 800-454-8000)! Mais uma brincadeira? 🙂
Adote um cientista
Existem diversas campanhas para se adotar ou apoiar alguma causa.
Mas só hoje fiquei sabendo que existe a opção para se ´adotar´ um cientista.
Cynthia Phillips é uma pesquisadora que trabalha com astrogeologia e foca seus estudos em Marte e em algumas luas do sistema solar. Um de seus trabalhos envolve o SETI e o programa Research Experiences for Undergraduates REU (Experiências em pesquisa para alunos de graduação), e é neste último que entra a idéia de adoção de um cientista.
Neste caso existem três opções de investimento:
Opção 1 – 2500 dólares – Financia uma viagem de campo local para estudantes do REU. O doador pode ser convidado para participar da viagem.
Opção 2 – 3500 dólares – Financia uma parte do salário da Doutora Philips para supervisionar um estudante. Neste caso o doador é convidado para as palestras feitas pelos estudantes.
Opção 3 – 25000 dólares – Financia 4 meses de salário da Doutora Philips. Dá direito a viagem de campo acompanhado de um expert.
O site do SETI apresenta uma lista de vários pesquisadores que aceitam esse tipo de contribuição e também informa mais detalhes sobre as diversas categorias de patrocínio.
Visite
http://www.seti.org/Page.aspx?pid=295
Via Space.com
Pequeno asteróide atingirá a Terra hoje
Fiquei com a tentação de colocar um título mais apelativo, mas não é muito interessante brincar com esse assunto. Uma desastrada campanha publicitária para divulgar o carro Pallas já demonstrou que qualquer menção de impacto de um asteróide pode gerar pânico ( Notícia falsa sobre asteróide para divulgar Citroën C4 Pallas ).
Desta vez o impacto será de um asteróide de poucos metros mas com capacidade de liberar energia equivalente a um kiloton ( 4.184 10^12 Joules = 136.000 litros de gasolina).
O asteróide batizado de 2008 TC3 se desitegrará na alta atmosfera e não representa nenhum tipo de ameaça.
Pelo menos uma fonte afirma que o local do impacto será as 0246 UTC sobre alguma região do norte do Sudão.
http://spaceweather.com/
Veja pelo site da NASA a trajetória descrita pelo asteróide e como se aproxima da Terra.
http://ssd.jpl.nasa.gov/sbdb.cgi?sstr=2008%20TC3;orb=1
Na verdade asteróides atingem a Terra a todos os instantes, só que neste caso o tamanho é grande o suficiente para atrair atenção de observadores no solo.
A procura pela máquina de movimento perpétuo
Em 2004 o canal australiano ABC produziu um interessante documentário sobre a busca pela máquina de movimento perpétuo – Perpetual Motion, A Machine to Die For.
O documentário inicia com uma lista de gigantescos benefícios que a descoberta de uma máquina de movimento perpétuo poderia trazer para a humanidade. Para imaginar o impacto desta descoberta basta pensar em um mundo com oferta infinita de energia.
Grupos se reunem tentando encontrar a fórmula exata para a construção da tão sonhada máquina de movimento perpétuo. Cada indivíduo tem sua opinião, e as técnicas propostas englobam as mais variadas possibilidades, como: antigravidade(!), uso de forças magnéticas , coleta de energia do céu, máquinas que carregam as suas próprias baterias, etc. Invente a sua idéia, a física não é o limite! Não? Claro que não, quem propoem a existência de uma máquina de movimento perpétuo para gerar energia, acaba ignorando, pelo menos, a validade da primeira e segunda leis da termodinâmica.
Mas os defensores da energia ilimitada têm o seu crítico ferrenho e dedicado. Não são muitas as pessoas que tem paciência para demonstra a obviedade de que uma máquina de movimento perpétuo não pode ser uma fonte de energia. Mas Eric Krieg resolveu encarar a missão de combater esses duendes e dragões da imaginação dos inventores descuidados. Ele propôs até um desafio de 10.000 dólares. Um prêmio para aquele que apresentar o primeiro invento que realmente funcione. E até agora a sua conta bancária continua intocada, a pesar das diversas tentativas de garantir o prêmio, nenhuma obteve sucesso.
Aldo Costa, um inventor francês passou décadas com a obsessão de construir uma desass máquinas. E ela está pronta em seu quintal, compondo uma gigantesca roda de 18 metros de altura e mais de 20 toneladas. O invento foi vistoriado por Krieg que alegou que a roda gira pela ação do vento ou por diferenças de temperatura entre as partes da estrutura.
Uma coisa é certa. No momento em que uma máquina de movimento perpétuo funcionar (e as leis da física irem para o beleléu), ela seria, do dia para a noite, um sucesso instantâneo.
Alguém escuta os gritos de vitória pelas ruas? Não! E não será tão cedo.
Eric também mantém um site com histórias das diversas tentativas de se conseguir a energia livre, compondo assim uma curiosa galeria de pessoas que perderam significativos anos de suas vidas em algo inútil. Inúteis, mas que não deixam de ser impressionantes, pois a inventividade dessas mentes garantiu uma bela galeria de montagens que podem enganar os menos hábeis em física e mecãnica.
A galeria de máquinas também inclui um exemplo de fraude. Em 1812 Charles Redheffer construiu um protótipo fraudulento, que escondia uma fonte de energia, e resolveu cobrar entrada para que curiosos pudessem apreciar a sua maravilha. Quando sua fraude foi desmascarada, Charles fugiu para Nova Iorque e decidiu aplicar novamente um golpe semelhante, sendo novamente desmascarado.
Esta divertida história está disponível no site ´Museum of Hoaxes´.
http://www.museumofhoaxes.com/redheffer.html
Os fracassados inventores sempre acham uma desculpa para a falta de sucesso, variando da paranóia pelo medo de serem eliminados por algum agente da malvada indústria petrolífera, até um simples detalhe de construção da máquina que precisa ser concluída com a injeção de mais algum recurso financeiro.
A sedução pelo assunto é contínua e mesmo no Brasil ainda existem pessoas tentanto, e tentando…
Leia também
A busca sem fim
Resenha: A cientista que curou seu próprio cérebro
Relato de uma neurocientista que conseguiu se recuperar de um derrame*.
Logo no começo do livro a autora narra o que sentiu nos momentos iniciais do derrame. A descrição do evento é estranha e curiosa, com um ritmo quase ´Stephen King´, ela chega admitir que sentia um certo prazer enquanto o cérebro aos poucos perdia o contato com a realidade. “Parte de mim se deliciava com a euforia de minha irracionalidade” (pág. 30). Essa euforia provavelmente é um sintoma de um cérebro sofrendo com o derrame, semelhante com a euforia que ocorre com a baixa oxigenação do cérebro.
Os danos causados pelo derrame resultaram na oportuna chance de Jill Taylor poder reconstruir sua visão de mundo, com a possibilidade de observação das funções do cérebro, do que poderia ser reforçado e o os sentimentos que ela preferia esquecer ou minimizar.
Um dos pecados do livro é que a autora exagera na descrição da função de cada hemisfério do cérebro, fazendo parecer que cada função cognitiva é quase exclusividade da metade direita ou esquerda. Além disso, as descrições das funções cerebrais não são científicas, o que pode ser desejável aos leitores que procuram um livro que não trate especificamente sobre a neurociência do evento.
É importante ressaltar, como a autora mesmo faz, que não existem derrames idênticos, e que a história não pode ser encarada como uma fórmula exata para o tratamento deste tipo de ocorrência.
O derrame* ocorreu no dia 10 de setembro de 1996 e em fevereiro deste ano Jill Taylor apresentou uma palestra no TED (Technology Entertainment Design).
O vídeo foi legendado em português
http://www.youtube.com/watch?v=m0O0Il8Vn_g (parte 1)
http://www.youtube.com/watch?v=thWwpYNN3-A (parte 2)
Um trecho do livro está disponível em
http://tinyurl.com/cientistacurou
Mais informações em
http://www.ediouro.com.br/acientista/
Recebi o livro como uma cortesia da Editora Ediouro.
*Acidente vascular cerebral (AVC), ou Acidente vascular encefálico (AVE)
APOD em português
O Astronomy Picture of The Day (APOD – Imagem astronômica do Dia) é, na internet, o maior acervo de descrição de fotografias sobre astronomia.
Uma das limitações é que boa parte desta imensa quantidade de informações só estava disponível em inglês (e algumas outras línguas).
Uma antiga tentativa de tradução já foi realizada pelo extinto grupo CienciaOnline.org. O site já não existe mais e o trabalho foi perdido.
Sei que a tradução diária do material necessita de um grande empenho e conhecimento sobre astronomia. Uma iniciativa deste porte deve ser sempre incentivada. Aproveite e ajude a equipe.
http://apod.astronomos.com.br/
Para ver imagens de outros dias navegue pelo calendário.
Em mensagem de divulgação do projeto o grupo avisa que até o momento a equipe conta com 19 tradutores, com meta de traduzir todo site e criar um arquivo com imagens obtidas por astrônomos brasileiros.
http://apod.nasa.gov/apod/ (versão em inglês)
Robô quase zumbi
Assistindo um vídeo sobre robôs no site da National Geographic lembrei de um gráfico que encontrei na Wikipedia, que trata da empatia que podemos sentir por um robô.
(vídeo não embutido, clique para acessar o site)
Alguns defendem a teoria de que um robô que se parece muito com um humano, mas que ainda não passou um certo limite, cairia no problema de que alguns poderiam considerar o invento como estranho e/ou repulsivo. Neste caso a percepção humana interpretaria a máquina como um sendo um falso humano, sem vida, quase como um zumbi.
Grafico de Empatia versus semelhança com um humano.
(fonte: Uncanny valley)
Um robô com características distante das humanas teria uma chance maior de conseguir atrair empatia.
Claro que no vídeo temos o agravante de um dos robôs ter uma ´máscara´ representando os músculos da face, sem muita chance de atrair admiradores. 🙂
É bom ressaltar que a teoria recebeu críticas e foi considerada como sendo pseudocientífica. Mas ainda acho que existe um pouco de verdade na idéia.
Mais informações:
http://en.wikipedia.org/wiki/Uncanny_Valley
Ciência muito aberta
Jean-Claude Bradley relata como utiliza blogs, wikis, second life(!), lista de discussão e GoogleDocs para interagir com outros pesquisares.
Algo que achei interessante é que o grupo lista os erros cometidos. Esse tipo de comportamento dificilmente é encontrado em um artigo. Poucos cientistas têm segurança para relatar tranquilamente os erros cometidos em uma pesquisa, ou então existe o temor que um artigo repleto de relatos de erros não teria uma boa aceitação em um processo de revisão por pares.
Leia mais
Observando a pesquisa de perto
Fórmula Zero
O campeonato internacional Fórmula Zero é a primeira competição a empregar somente karts movidos a hidrogênio.
A tecnologia utilizada é de células a combustível, que utilizam o hidrogênio como combustível gerando eletricidade e água.
O Zero vem da idéia que a competição seria um incentivo para o desenvolvimento de tecnologias com zero emissão de carbono.
A competição contou com equipes da Bélgica, Estados Unidos, Grã-Bretanha, Holanda e Espanha.
A equipe holandesa, Greenchoice Forze, da universidade de Delft venceu a prova subindo ao pódio na ´posição zero´ (é, exageraram no marketing).
A competição foi criada pelos holandeses Godert van Hardenbroek e Eelco Rietveld, que conseguiram reconhecimento oficial da Federação Internacional de Automobilismo.