A Ciência se Baseia na Fé?

Muitas críticas direcionadas à ciência costumam compará-la às religiões. Tais críticas giram em torno da idéia de que, assim como na religião, é necessário que os cientistas tenham fé na ciência para que ela funcione; que a ciência é muito mais parecida com as religiões do que os cientistas gostariam de admitir e que a ciência construiu seus próprios dogmas inabaláveis, inquestionáveis e rígidos. Será que estas críticas fazem sentido?

Se alguém está honestamente disposto a defender tal posição, é importante se atentar para o que cada um delas, ciência e religião, tem como fundamentos básicos: a dúvida e a , respectivamente. Continue lendo…

A Ciência Sob Ataque

No documentário “A Ciência Sob Ataque” (Science Under Attack), Sir Paul Nurse, que é um bioquímico, prêmio nobel em 2001 e atual presidente da Royal Society, busca compreender a desconfiança e a hostilidade que andam circundando a relação entre a população e os cientistas.

Paul discute como algumas conclusões praticamente consensuais no meio científico receberam nos últimos anos uma onda de ataques infundados com o objetivo de negá-las, especialmente nos debates acerca da causa do aquecimento global, da causa da AIDS e das pesquisas sobre alimentos geneticamente modificados (a lista poderia se estender a muitos outros tópicos). Muitas das críticas deixaram o plano do debate pacífico e passaram para ameaças e ataques diretos a laboratórios e pesquisadores por parte de ativistas enfurecidos. Continue lendo…

Negacionismo

“O sono da razão produz monstros” (el sueño de la razón produce monstruos) é o título que acompanha a obra ao lado, de Francisco Goya, onde um homem adormece e é assombrado por “monstros” da noite. Goya foi um defensor do iluminismo e satirizou a sociedade de sua época na série de gravuras “Los Caprichos“.

A sociedade da época de Goya guarda muita semelhança com a sociedade em que vivemos, ainda impregnada pela superstição, pela religião, pelo misticismo e pela antipatia à razão.

Avançamos muito desde o século XVIII nesse sentido, tempos onde uma mulher seria queimada viva se alguém a denunciasse como bruxa – mesmo que não existissem provas – e um homem poderiar ser torturado até a morte se duvidasse de algum dogma religioso.

Ao longo do século passado houve uma tendência, principalmente nos círculos filosóficos mas na população de um modo geral, de se negar evidências e tentar demonstrar que não havia consenso sobre vários conhecimentos estabelecidos. A crítica que visava invalidar a razão e relativizar tudo ad infinitum ficou conhecida como o negacionismo. Continue lendo…