Um Robô que Voa Como um Pássaro

Nessa palestra do TED, Markus Fischer apresenta o pássaro artificial ultraleve que sua equipe desenvolveu. Este pássaro é capaz de voar sozinho, como um pássaro qualquer. É possível ver a palestra no vídeo abaixo, com direito à duas demonstrações do pássaro voando sobre a platéia.

Simpósio Internacional de Filosofia da Biologia

Fonte: Evolucionismo

Autor: André Rabelo

 

Recentmente a UnB sediou o Simpósio Internacional de Filosofia da Biologia, organizado pelo professor Paulo Abrantes do departamento de filosofia da UnB. Eu tive o privilégio de participar de dois dos três dias do Simpósio, e trago aqui um breve relato das discussões que mais me interessaram.

Anteriormente ao simpósio, houve a publicação no começo desse ano do livro Filosofia da Biologia. Pesquisadores internacionais e nacionais, tanto biólogos como filósofos, integram os colaboradores do livro assim como boa parte deles também foram palestrantes no simpósio, juntamente com outros pesquisadores convidados.

De um modo geral, as comunicações dos palestrantes estimularam e ilustraram uma visão muito clara e enfatizada pelo professor Abrantes: ciência e filosofia estão intimamente atreladas, uma tendo contribuições fundamentais para oferecer avanços à outra. Não me refiro aqui à óbvia relação histórica entre ambas, mas à atual de dependência entre elas. A ciência necessita de uma discussão filosófica que esclareça seus problemas de investigação e que facilite a sua construção teórica através de uma ênfase na clareza e na lógica do uso de seus conceitos e de suas teorias. A filosofia precisa usar o conhecimento produzido pela ciência se quiser ter avanços em suas investigações, do contrário ela perde uma grandiosa contribuição. Continue lendo…

Com a Diminuição da Religião, Será o Ateísmo Suficiente?

Fonte: Psychology Today

Autor: Dave Niose (presidente da American Humanist Association)

Tradução: André Rabelo

 

Em minhas viagens como presidente da Associação Humanista Americana, sou frequentemente pedido para explicar a diferença entre ateísmo e humanismo. Como a pergunta é levantada tão frequentemente, eu pensei que seria uma boa idéia fornecer uma explicação curta aqui.

Para entender a diferença entre os termos ateísmo e humanismo, compreenda inicialmente que o primeiro se refere à uma visão sobre uma única questão específica (a existência de deuses), enquanto o último é uma perspectiva filosófica ampla. A partir dessa premissa, o resto se encaixa facilmente.

Quando Sally se descreve como uma atéia, ela só está revelando um fato sobre ela mesma: ela não acredita em deuses. Note que ela não está dizendo nada sobre outras crenças sobrenaturais, e ela não está dizendo nada sobre seus princípios éticos/morais. Embora ateus, não possuindo quaisquer crenças em deuses, usualmente não aceitem outras crenças sobrenaturais (como a crença na astrologia, reencarnação ou vida após a morte), tecnicamente Sally poderia acreditar nestas noções e ainda assim usar o rótulo de “atéia”.

Além disso, enquanto alguns possam se sentir inclinados a tirar certas conclusões sobre os princípios éticos de Sally ao saber que ela se identifica como atéia, tais presunções, baseadas unicamente em sua identidade ateísta, são injustificadas. Pelo fato da identidade ateísta se referir unicamente a uma questão singular sobre a crença em deuses, ela não diz nada sobre a sua estatura moral, boa ou ruim. Continue lendo…

Psicologia Evolucionista

Porque o ser humano é capaz de atos tão heróicos, mas também de outros tão cruéis? Porque fazemos sexo e fazemos guerra? Como indagava o grande Cazuza, porque que a gente é assim?

No final da década de 1980, pesquisadores de diversas áreas interessados no comportamento humano começaram a se perguntar se a teoria da seleção natural de Darwin poderia ajudar a responder esse tipo de pergunta, fundando uma das áreas mais influentes e importantes da psicologia atualmente – a Psicologia Evolucionista.

Darwin, ciente das implicações de sua teoria, conclui o seu livro A Origem das Espécies prevendo que “a psicologia será baseada em novos alicerces”. Provavelmente devido ao receio das reações que o seu provocativo livro causaria, Darwin não explorou muito a questão neste livro. Em livros subsquentes como A Expressão das Emoções no Homem e nos Animais e A Origem do Homem e a Seleção Sexual, Darwin trouxe evidências que indicavam a importância de sua teoria para a compreensão da natureza humana.

Muitas questões levantadas por ele ficaram em aberto e só foram retomadas por volta de 100 anos após a publicação de A Origem das Espécies com o advento da Etologia, da Sociobiologia, da Ecologia Comportamental e, mais recentemente, da Psicologia Evolucionista. Boyer e Heckhausen (2002) consideram a Psicologia Evolucionista como um dos mais importantes desenvolvimentos recentes nas ciências do comportamento. Continue lendo…

Porque as Pessoas Acreditam em Seres Invisíveis?

Fonte: Psychology Today

Autor: Stephen Law

Tradução: André Rabelo

 

Por que, por exemplo, a crença no invisível ou em agentes sobrenaturais – como fantasmas, anjos, antepassados mortos e deuses – é tão difundida? A crença nesse tipo de agentes sobrenaturais parece ser uma característica quase universal das sociedades humanas.

Existem evidências de que uma predisposição em relação a crenças deste tipo pode realmente ser inata – parte da nossa natureza, herança evolutiva. O psicólogo de Oxford Justin Barrett sugeriu que a prevalência de crenças deste tipo pode ser em parte explicada pelo fato de possuirmos um Dispositivo Hipersensível de Detecção de Agente, ou H.A.D.D. (Hyper-sensitive Agent Detection Device).

Seres humanos explicam aspectos do mundo a sua volta de duas formas diferentes. Por exemplo, às vezes recorremos a causas naturais ou a leis para explicarmos um evento. Por que essa maçã caiu da árvore? Porque o vento assoprou e balançou o galho, causando a queda da maçã. Por que a água congelou nos canos na última noite? Porque a temperatura da água caiu para abaixo de zero, e é uma lei que a água congela abaixo de zero.

Entretanto, também explicamos recorrendo a agentes – seres que agem com base em suas crenças e desejos de uma forma mais ou menos racional. Por que a maçã caiu da árvore? Porque Ted queria comê-la, acreditou que balançar a árvore faria ela cair e então balançou a árvore. Por que as chaves do carro de Mary estão sob a lareira? Porque ela quis se lembrar de não esquecer elas, e então as colocou aonde ela pensou que iria enxergá-las. Continue lendo…

Estréia do Periódico Bule: O que é a Ciência?

Fonte: Bule Voador

Autor: André Rabelo

Sejam todos bem-vindos ao Periódico Bule!

Esse será um espaço do Bule Voador reservado especialmente para a divulgação da ciência. Como vocês poderão ver, a página inicial do Bule Voador apresenta um novo menu com o nome “Periódico Bule” (se não estiverem encontrando, apertem F5 que deve resolver o problema). Lá vocês encontrarão informações sobre o que é esse projeto e como participar ativamente dele. Recomendamos que leiam a página para saberem o que esperar dos nossos artigos!

Esperamos contar com a colaboração de todos que compartilham conosco dessa paixão pela ciência e que gostariam de ajudar a divulgá-la. Não fiquem tímidos, participem, enviem artigos! Outra forma de participar é enviando sugestões nos comentários dos textos publicados de temas que gostariam de ver sendo discutidos no Periódico Bule. Fiquem a seguir com o texto de abertura falando sobre  a complicada pergunta do que é a ciência.

Pedro Almeida e André Rabelo

(editores-chefe)

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Definir a ciência não é uma tarefa trivial e já causou dor de cabeça em grandes pensadores no passado. Apenas definir o seu método, por exemplo, se mostrou uma tarefa inacabável e de duvidosa generalização para todas as suas áreas. De fato, mesmo dentro de uma mesma área como a biologia, diferentes métodos (não completamente diferentes) são usados por cientistas investigando diferentes aspectos dos fenômenos.

Apesar da bagunça que é a ciência, isso não implica que ela seja menos racional do que a matemática ou a lógica [1]. Não significa, portanto, que devemos jogar fora o bebê junto com a água suja da banheira [2]. Alguns exemplos podem nos ajudar a perceber isso.

Quando queremos nos guiar durante uma viagem, por exemplo, podemos usar um mapa. Como uma guia, ele provavelmente não será capaz de esgotar os detalhes acerca daquilo que foi feito para esclarecer. Ele dará informações mais claras para alguns lugares e menos claras para outros. Mas, para fins práticos, o mapa será útil àqueles que o usarem. De forma similar, a ciência será útil para os que buscam a compreensão do universo. Continue lendo…

Série Sagan – Mais 3 Episódios

 O Bule Voador legendou mais 3 episódios da Série Sagan. Como já era de se esperar, mais 3 episódios muito inspiradores e inquietantes. É possível ver os episódios abaixo. Assista também os 2 primeiros episódios “aqui“. Continue lendo…

Programa Fronteiras da Ciência – Episódios “Mitos do Cérebro” e “O Caso Sokal”

O programa Fronteiras da Ciência da rádio da UFRGS exibiu dois episódios muito interessantes recentemente: um tratando do mito popular de que “usamos apenas 10% do nosso cérebro” e outro discutindo o famoso caso Sokal e o pós-modernismo. O primeiro pode ser ouvido “aqui” e o segundo, “aqui”.

Enterrados por Más Decisões

A espécie humana se encontra hoje em uma situação grave em relação ao seu ambiente. São problemas sérios a serem enfrentados e que oferecem riscos para a nossa sobrevivência, como o aquecimento global, a expansão populacional, a escassez de recursos naturais e a destruição de florestas.

Mesmo com uma capacidade de raciocínio lógico tão suprema no reino animal, não fomos capazes até aqui de cuidar do nosso ambiente de forma sustentável, mesmo que soubessemos o que deveriamos fazer já há algum tempo. Nossas péssimas decisões no passado poderão ter consequências drásticas para a vida da nossa espécie na Terra.

ResearchBlogging.org

O psicólogo social Daniel Gilbert da Universidade de Harvard explica em um recente artigo publicado na revista Nature que possuimos cérebros otimizados para buscar comida e parceiros na savana africana, mas não tão bons para estimar consequências de longo prazo ou o impacto do consumo excessivo de recursos (Gilbert, 2011). Somos “pré-programados” para tomar decisões baseadas em necessidades de curto prazo. Continue lendo…