Pseudo-profundidade: Receitas para simular profundidade – aspirantes a gurus, tomem nota
Fonte: Psychology Today
Autor: Stephen Law
Tradução: André Rabelo
Ao redor do mundo, audiências se sentam aos pés de experts do marketing, consultores de estilo de vida, místicos, líderes de culto e outros “gurus” à espera do próximo insight oculto e profundo. As pessoas frequentemente pagam uma boa quantia de dinheiro para ouvir estas palavras de sabedoria. Como então estes indivíduos elevados chegam aos seus insights penetrantes? Qual é o segredo da profundidade deles? Infelizmente, em alguns casos, a audiência é enganada pelas artes das trevas da pseudo-profundidade.
A arte de soar profundo é muito facilmente dominada. Você também pode fazer pronunciamentos que soem profundos – e significativos – se você estiver preparado para seguir algumas regras simples.
Primeiro, tente afirmar o incrivelmente óbvio. Só faça isto m-u-i-t-o-l-e-n-t-a-m-e-n-t-e, com uma espécie de aceno de quem sabe. Isto funciona particularmente bem se sua afirmação tiver algo a ver com algum dos grandes temas da vida, do amor, da morte e do dinheiro. Aqui estão alguns exemplos:
A morte chega para todos nós
Todos nós queremos ser amados
O dinheiro é usado para comprar coisas
Tente você mesmo. Se você pronunciar o óbvio com suficiente seriedade, seguido de uma pausa longa, você logo poderá encontrar outros começando a acenar em concordância, talvez murmurando “Isso é verdade”.
Tudo acontece por uma razão?
Fonte: Psychology Today
Autor: Paul Thagard
Tradução: André Rabelo
Quando as pessoas precisam lidar com situações difíceis em suas vidas, às vezes elas se tranquilizam dizendo que tudo acontece por uma razão. Para algumas pessoas, pensar desta forma torna mais fácil lidar com problemas de relacionamento, crises financeiras, doenças, morte e até mesmo desastres naturais como terremotos. Pode ser angustiante pensar que coisas ruins acontecem apenas por acaso ou acidente. Mas elas acontecem.
O provérbio de que tudo acontece por uma razão é a versão moderna, New Age, do antigo provérbio religioso: “É a vontade de Deus.” Os dois provérbios têm o mesmo problema – a completa ausência de evidência de que são verdadeiros. Não só não há boas evidências de que Deus existe, mas não temos maneira de saber o que é que ele (ou ela) queria que acontecesse, diferente daquilo que de fato aconteceu. Deus realmente quis que centenas de milhares de pessoas morressem em um terremoto em um dos países mais pobres do mundo? Qual poderia ser a razão para este desastre e o sofrimento em curso de milhões de pessoas, privadas de comida, água e abrigo? Porque as pessoas acham tranquilizante que o terremoto do Haiti aconteceu por uma razão como a vontade de Deus, quando eventos terríveis como estes sugerem um alto nível de malevolência no universo ou em seu alegado criador? Felizmente, tais eventos podem ser vistos alternativamente (e com boas evidências) como o resultado de acidentes e possivelmente até mesmo do acaso. Continue lendo…